sábado, 12 de novembro de 2011

"Só não compreendemos o que não aceitamos."

LIÇÃO 316

Todas as dádivas que dou a meus irmãos são minhas.

1. Da mesma forma que todas as dádivas que meus irmãos dão são minhas, cada dádiva que dou também me pertence. Cada uma permite que um erro passado se vá e não deixe nenhuma sombra sobre a mente santa que meu Pai ama. Sua graça me é dada em cada dádiva que um irmão recebe ao longo de todo o tempo e além de todo o tempo também. Meus depósitos estão cheios e anjos guardam suas portas abertas para que não se perca nenhuma dádiva e para que apenas se acrescente mais. Deixa-me ir ao lugar onde estão meus tesouros e entrar no lugar em que sou verdadeiramente bem-vindoe me sinto em casa, entre as dádivas que Deus me dá.

2. Pai, quero aceitar Tuas dádivas hoje. Eu não as reconheço. Mas confio que Tu Que as deste vais prover os meios pelos quais eu possa vê-las,  perceber seu valor e apreciar apenas elas como aquilo que quero.

*

COMENTÁRIO:

 A ideia para as práticas deste sábado, dia 12 de novembro, é como que um contraponto àquela com que praticamos ontem. Isto é, da mesma forma que reconhecemos que tudo o que dão nossos irmãos nos pertence, vamos reconhecer que tudo aquilo que damos a nossos irmãos também é nosso. Isto é, mesmo dado, continua a nos pertencer. Pois, como o Curso diz em outro ponto, e como é parte também da sabedoria popular, "ninguém pode dar aquilo que não tem".


O fato de reconhecermos que aquilo que nossos irmãos dão nos pertence permite que aceitemos também a ideia de que não há nada fora de nós, como eu disse no comentário anterior. Isto é a mesma coisa que dizer que não há mundo fora de nós. Ou, melhor dizendo, isto implica reconhecer, mesmo que antes de sermos capazes de aceitá-lo, que o mundo que vemos aparentemente fora de nós, não é nada mais do que aquilo tudo que trazemos interiormente.


Uma reflexão deste tipo é o que pode nos dar um vislumbre a compreensão do significado da unidade. Porque, como todos já sabemos, "compreender é aceitar". Dizendo de outra forma, nós só não compreendemos aquilo que não aceitamos. Portanto, é fácil, se quisermos de fato, reconhecer nossos equívocos em relação a tudo e a todos. Isto é, basta que olhemos para aquilo que não compreendemos e busquemos identificar aí, com olhos amorosos, o que não queremos aceitar. Feito isto, damos início, ou seguimento, ao processo do aprendizado de nós mesmos.


Repisando em algo que já é parte do repertório de respostas que têm os que se aproximam deste Curso, de mente e corações abertos, a ideia das práticas de hoje também se refere a um dos ensinamentos centrais do Curso: "os pensamentos não deixam sua Fonte". Ou ainda à ideia segundo a qual "dar e receber são a mesma coisa", outro dos ensinamentos vitais do UCEM.

Na prática, retomando o comentário do ano passado, a ideia para os exercícios de hoje nos oferece a certeza de que tudo o que damos continua a ser nosso. Ou dizendo de outra forma, de acordo com o ensinamento, "só temos verdadeiramente aquilo que damos". Ou ainda, "só te falta aquilo que não estás dando".

Podemos, portanto, ficar tranquilos em relação a nossos maiores medos que se referem à perda, à escassez e à carência. Pois todas as dádivas que damos a qualquer de nossos irmãos nos pertencem. Vão continuar a nos pertencer para sempre.

E, por fim, podemos trazer de volta à lembrança, a Oração de São Francisco que nos ensina que "é dando que se recebe".


É preciso dizer mais?


Às práticas, pois!

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