terça-feira, 8 de novembro de 2011

É possível melhorar o sonho, torná-lo, talvez, feliz

LIÇÃO 312

Vejo todas as coisas como quero que sejam.

1. A percepção vem depois do julgamento. Depois de julgar, vemos então aquilo que queremos ver. Pois a vista serve simplesmente para nos oferecer o que queremos. É impossível não ver aquilo que queremos ver e deixar de ver aquilo que escolhemos ver. Com quanta certeza, então, o mundo real tem de vir saudar a visão sagrada de qualquer pessoa que adota o propósito do Espírito Santo como sua meta para a visão. Porque ela não pode deixar de olhar para aquilo que Cristo quer que veja e de compartilhar o Amor de Cristo por aquilo que vê.

2. Não tenho nenhum objetivo hoje a não ser o de olhar para um mundo liberado, livre de todos os julgamentos que fiz. Pai, esta é Tua Vontade para mim hoje e, por isso, ela tem de ser também a minha meta.

*

COMENTÁRIO:

Acho, conforme comentei no ano passado, que a esta altura do aprendizado já estamos sabendo fazer algumas ligações entre as ideias que o Curso nos apresenta para as práticas e algumas da razões por que resistimos ao ensinamento. Ou algumas das razões pelas quais as experiências que vivemos são da forma que são. Não poderia se diferente com as práticas da ideia desta terça-feira, dia 8 de novembro. Tanto ela quanto a que praticamos ontem são essenciais para nos ajudar a pôr em xeque [vide comentário do ano passado] o porquê de vermos o mundo como o vemos. E também as razões para acreditarmos que há algo de real no que vemos.


Se vocês estiverem atentos hão de ver que há uma estreita ligação entre a ideia que praticamos hoje e uma lição das mais importantes da primeira parte do livro de exercícios. A lição 132, lembram? Libero o mundo de tudo o que eu pensava que fosse. Além disso, claro, ela está diretamente relacionada à lição de ontem. Julgo todas as coisas como quero que sejam. Poderia ser diferente? Não! A não ser que continuássemos no auto-engano de acreditar que existe alguma coisa fora de nós. Ou que existe uma vontade diferente da Deus. Ou que existe algo fora de Deus.

Este comentário tem muito a ver com o que fiz a esta mesma lição no ano passado e também com o momento que estamos vivendo, tanto nas práticas, quanto em nossas experiências neste mundo. É por isso que é preciso trazer à mente mais uma vez aquela parte do texto de que falei algum tempo atrás, que está no capítulo 26 e que tem por título O amigo indicado. É essa parte do texto que vai nos mostrar que, ao acreditar em qualquer medida na percepção que nos oferece os sentidos, só podemos estar todos errados, pois não se pode acreditar que nada do vemos neste mundo pode ser alguma coisa diferente de ilusão. Na verdade, não há como acreditar que alguma coisa fora de nós exista. Nada no mundo, nem dinheiro, nem poder, nem prestígio, por exemplo, pode fazer com que o mundo venha a ser de alguma forma um lugar mais fácil de se viver. Tudo o que se pode fazer aqui é melhorar o sonho, torná-lo, talvez, feliz. Mas ele não deixa de ser sonho.

Repetindo, pois, de agora em diante o comentário de 2010: Notar, perceber, entender, trazer à consciência, aceitar e reconhecer que "A percepção vem depois do julgamento" (grifo meu) é IMPORTANTÍSSIMO. Aqui, na compreensão disto, está a chave para se entender as razões pelas quais nossas experiências se apresentam a nós desta ou daquela forma. É nosso julgamento que determina a percepção que vamos ter. Ou como o Curso diz em outro momento: "A percepção é um espelho, não um fato". Vejam bem: "Depois de julgar, vemos então aquilo que queremos ver". Pois a visão dos olhos do corpo, ou a percepção de qualquer de nossos sentidos, só nos oferece aquilo que queremos, aquilo que escolhemos ver, tocar, cheirar, ouvir ou saborear, provar. O mesmo acontece em relação ao que escolhemos sentir a partir da percepção. A experiência se apresenta, nós a interpretamos [damos um significado à neutralidade dela em nosso julgamento] e decidimos sofrer, sentir dor, raiva, medo, culpa, mágoa e assim por diante.

Lembram-se das primeiras lições que nos diziam que nada do que vemos tem qualquer significado? Ou que somos nós quem damos significado a tudo que vemos? Ou que não entendemos nada do que vemos? Ou ainda aquela que nos garante que nunca estamos transtornados, aborrecidos, magoados ou preocupados pela razão que imaginamos, pois só nos aborrecemos ou preocupamos com ideias que vêm do passado, um tempo que não existe?

Na verdade, o Curso nos ensina também que não somos capazes de ver as coisas - ou pessoas - para as quais olhamos como elas são no momento em que dirigimos nosso olhar para elas, pois nossos pensamentos não têm qualquer significado e só vemos o passado. Porque julgamos para poder ver o que queremos. Nossos pensamentos são julgamentos que fazemos e transformam muitas vezes o que vemos em "uma forma de vingança".

Bem feito! Não é assim que reagimos quando alguém vem nos contar que lhe aconteceu alguma coisa acerca da qual já o (a) havíamos alertado? E quantas vezes "torcemos" para que alguém, que não nos quis ouvir, se dê mal para provar que estávamos certos?  Quantas vezes pedimos uma prova concreta para um pensamento que sabemos correto, mas no qual não queremos acreditar porque vai de encontro à crença que queremos manter, sabendo que "o concreto" é apenas mais uma forma de ilusão que materializamos?

Daí o Curso nos perguntar a certa altura se queremos ser felizes ou ter razão. Não é possível ter os dois. Aliás, é preciso aprendermos a abrir mão de todas as certezas que não venham do Amor. Precisamos aprender a abrir mão do mundo inteiro para ganhar o mundo. Precisamos nos entregar por inteiro ao espírito, se quisermos, de fato, encontrar a paz de espírito por que ansiamos e que só o Amor de Deus pode nos dar.

4 comentários:

  1. Oi Moisa,
    Tudo bão amigão?

    Nossa impressionante, sou muito grata a Deus pelas praticas.
    Só assim, pq como diz a Nina cochilou o caximbo cai.

    Nesta fase de adaptação em Adelaide, me vi varias vezes julgando e comparando com outros lugares acaba dando um certa frustração pq sabe aquela pergunta. O q vc acha daqui? Vc gosta? Aonde vc prefere?

    Mas estou aqui firme nas praticas.

    Obrigada meu querido,
    Bjo

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  2. Moisa,
    Thank you, Thank you, Thank you...

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  3. Dani, querida,

    Que bom que você ainda está por aqui, mesmo estando aí, por aí, não?

    Outro dia um amigo no face fez uma postagem dizendo que o lugar em que ele vive é o melhor e mente quem disser que isso não é verdade.

    Comentei o post dele dizendo que o melhor lugar é aquele onde estamos, seja ele qual for, porque o melhor lugar para se estar é sempre o lugar onde estamos inteiros, de corpo, coração e alma.

    Lembremo-nos de que o Curso ensina que o mundo, e tudo o que há nele, é neutro. E a poesia que o Mandela cita no filme Invictus, diz: "Eu sou dono e senhor de meu destino;/ eu sou o comandante de minha alma".

    Assim, estejamos onde estivermos, precisamos nos certificar de estar aí inteiros. Quando mudarmos, vamos levar conosco apenas o que somos. Tudo o mais faz parte da ilusão. Ora preenche um vazio aqui, ora um ali. Mas este vazio também é ilusório se estamos em contato com o que somos na verdade.

    Obrigado por compartilhar.

    Boa sorte em sua nova morada.

    Beijos.

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  4. Sania, querida,

    Eu é que agradeço.
    Obrigado por estar conosco.

    Beijos.

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