quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O único tempo que existe é o presente

LIÇÃO 314

Busco um futuro diferente do passado.

1. Da nova percepção do mundo vem um futuro muito diferente do passado. Agora o futuro é reconhecido como extensão do presente apenas. Os erros do passado não podem lançar sombras sobre ele, uma vez que o medo perde seus ídolos e imagens e, por não ter forma, não tem nenhum efeito. Agora, a morte não reivindicará o futuro, pois no presente sua meta é a vida e se provê com alegria todos os meios necessários. Quem pode se lamentar ou sofrer se o presente está livre e estende sua segurança e sua paz a um futuro sereno e repleto de alegria?

2. Pai, estávamos equivocados no passado e escolhemos o presente para ficar livres. Agora deixamos de fato o futuro em Tuas Mãos, deixando para trás nossos erros passados e certos de que Tu cumprirás Tuas promessas presentes e guiarás o futuro na luz sagrada delas.

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COMENTÁRIO:

Nesta quinta-feira, dia 10 de novembro, o Curso nos oferece para as práticas uma ideia a respeito da qual todos, ou quase todos nós, já pensamos à exaustão, conforme já comentei aqui. Perguntando inclusive se estaria enganado ao dizer isso. Será que só eu pensei a respeito do tempo? Só eu penso a respeito desta questão?

É claro que sei que não. Pois desde que temos notícia de quaisquer seres pensantes, ouvimos falar que a questão do tempo sempre ocupou espaço de destaque nos pensamentos de vários dos que nos antecederam neste mundo. E o pior - ? - de tudo: ninguém ainda nos deu uma resposta satisfatória. Uma resposta que deixe claro de uma vez por todas que o tempo não existe, pelo menos não na forma que pensamos nele, não na forma de que nos valemos dele, ou nos deixamos aprisionar por ele.


Uma música do Legião Urbana, cantada pelo Renato Russo, diz que "temos todo o tempo do mundo", mas muitos de nós não acreditam nisso, não é mesmo? Hoje se está falando a respeito de uma aceleração do tempo. Aceleração que dá a muitos a sensação de que tudo está passando mais depressa. E já ouvi até dizer que as ditas 24 horas que tem o dia [convencionalmente] se reduziram a 16. Será?


O Curso nos diz que o único tempo que existe é o presente. Isto é, o tempo em que nos encontramos quando estamos inteiros no lugar em que estamos, qualquer que seja ele, ocupando-nos do que estejamos fazendo, seja o que for. É por isto que todas as discussões a respeito do tempo não levam a nada. Pois quanto mais nos ocupamos de definir o tempo, dividindo-o em passado, presente e futuro, tanto mais ele nos escapa. 


E nos lamentamos, muitas vezes, por não termos feito determinada coisa em uma tal situação. Ou por a termos feito noutra. Buscando ficar mais atentos para não repetir um mesmo erro no futuro. Ou planejando o que vamos fazer quando uma situação semelhante se apresentar. Ou seja, em geral, como o Curso ensina, passamos do passado diretamente para o futuro, sem perceber aonde estamos, sem estar no único lugar e tempo em que, de fato, podemos estar.


É por isso que as práticas de hoje são importantes. Oxalá elas nos permitam liberar o futuro, esquecendo-nos do passado, deixando-o junto de todas as ilusões que trouxe. Perdoado. É só isso que vai nos trazer a perspectiva de que o futuro não seja mais como o passado, que ele se apresente pleno de potencialidades e possibilidades a serem realizadas no presente. Pois só deste modo podemos aproveitar o tempo de forma plena.

2 comentários:

  1. Parabéns Moisés. Como sempre o seu comentário é brilhante. Talve, se utilizássemos a palavra Agora no lugar da palavra Presente, o sentido da intemporalidade pudesse ser maelhor absorvido. Abraços. Salviano.

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  2. Obrigado, mestre Salviano.

    Pois é... talvez... Acho, no entanto, que podemos pensar em Presente como sinônimo de Agora, neste contexto.

    Obrigado por comentar.

    Abraços.

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