sábado, 19 de novembro de 2011

"Tudo o que está escrito tem constante reforma."

LIÇÃO 323

Faço o "sacrifício" do medo com alegria.

1. Eis aqui o único "sacrifício" que Tu pedes a Teu Filho amado: pedes que ele desista de todo o sofrimento, de toda a sensação de perda e de tristeza, de toda ansiedade e dúvida e permita livremente que Teu Amor venha a se derramar em sua consciência, curando-o da dor e lhe dando Tua Própria alegria eterna. É este o "sacrifício" que Tu me pedes e ele é um que faço com prazer; o único "custo" do restabelecimento de Tua memória em mim, para a salvação do mundo.

2. E, quando pagamos a dívida que temos para com a verdade - uma dívida que é apenas o abandono dos auto-enganos e das imagens que adorávamos falsamente -, a verdade volta para nós na integridade e na alegria. Não somos mais enganados. O amor volta então a nossa consciência. E ficamos em paz mais uma vez, pois o medo se foi e só o amor permanece.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado, dia 19 de novembro, a ideia que praticamos nos coloca em contato com uma verdade inegável: a de que todos nós abriríamos mão do medo, de qualquer medo, com alegria. Pois não há ninguém que, de modo consciente goste ou queira viver com medo, sentir medo do que quer que seja. Ou estou enganado?


Outro dia li em um caminhão um daqueles ditados que quase sempre nos surpreendem por revelar uma verdade para a qual ainda não tínhamos dado a devida atenção. Dizia algo parecido com: "Quem não tem tempo para Deus desperdiça todo o tempo".


É algo para se pensar, não? Pois em nossa atribulação nos dias que vivemos vamos sempre deixando para pensar em Deus mais adiante. Dizemos: - amanhã ou depois. Ou fazemos planos para quando as coisas ficarem mais claras e fáceis. Ou, na pior das hipóteses, voltamo-nos para Deus, quando alguma coisa terrível nos força a fazê-lo, porque incapazes de entender ou resolver a situação que se apresentou, sem que soubéssemos por quê.


Aí vale a pena voltar ao comentário do ano passado em que demos espaço, mais uma vez, para a fala do jagunço Riobaldo, do Grande Sertão: Veredas, que diz a respeito:

"Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa - a inteira - cujo significado e vislumbre dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia encontrar e saber? Mas, esse norteado, tem. Tem que ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas fora dessa consequência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Ah, porque aquela outra é a lei, escondida e vivível, mas não achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação, já foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador - sua parte, que antes já foi inventada, num papel."

Melhor ainda é ouvir o que ele nos diz a respeito da responsabilidade que temos pelas mudanças que queremos em nossas vidas, a "reforma" que julgamos necessária, complementando a ideia da fala acima:


" Lei é asada é para as estrelas. Quem sabe, tudo o que já está escrito tem constante reforma - mas que a gente não sabe em que rumo está - em bem ou mal, todo-o-tempo reformando?"


Será, como perguntei antes, que tudo isso não é uma forma de dizer que estejamos aonde quer que estejamos aí é o lugar certo para nós? Ou de dizer que façamos o que quer que façamos - ou deixemos de fazer - esta é a ação correta? Pode-se pensar também que as ideias que Riobaldo nos apresenta revelam de forma clara aquilo que já aprendemos no Curso: Só o plano de Deus para a salvação funcionará [Lição 71]. Ou: Não há nada a temer [LIção 48].


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