segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Aquilo que vemos é apenas o que queremos ver

10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

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LIÇÃO 311

Julgo todas as coisas como quero que sejam.

1. O julgamento foi feito para ser uma arma contra a verdade. Ele separa aquilo contra o qual está sendo usado e o isola como se fosse uma coisa separada. E, em seguida, faz dela aquilo que queres que seja. Ele julga aquilo que não pode compreender, porque não pode ver a totalidade e, por isso, julga de forma falsa. Não vamos usá-lo hoje, mas fazer dele uma dádiva. Àquele Que tem um uso diferente para ele. Ele nos aliviará da agonia de todos os julgamentos que fazemos de nós mesmos e restabelecerá a paz de espírito, dando-nos o Juízo de Deus acerca de Seu Filho.

2. Pai, esperamos com a mente aberta, hoje, ouvir Teu Juízo acerca do Filho que Tu amas. Não o conhecemos e não podemos julgá-lo. E, assim, deixamos que Teu Amor decida o que ele, a quem Tu criaste como Teu Filho, tem de ser.

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COMENTÁRIO:

Nesta segunda-feira, dia 7 de novembro, o Curso nos oferece o novo tema que passa a ser a orientação para as práticas: O que é o Juízo Final? Com isto chegamos à décima das instruções especiais desta segunda parte do livro de exercícios. E é a partir das instruções deste tema que as práticas serão unificadas nos próximos dez dias.

Como já nos foi dito anteriormente, utilizados corretamente, de acordo com as instruções iniciais que recebemos, tanto o texto desta instrução, ao qual devemos voltar diariamente, quanto as ideias das lições que vamos praticar podem nos ajudar a abandonar por completo o julgamento. Tanto aquele que fazemos de nós mesmos quanto o que fazemos do(s) outro(s). Apesar de que, com o Curso, aprendemos aquilo que já sabemos há muito intuitiva e inconscientemente: todo o julgamento que fazemos é sempre o julgamento de nós mesmos.

Da mesma forma, as ideias que o Curso nos reserva para as práticas dos próximos dez dias podem nos fazer abandonar de uma vez por todas a crença que recebemos de nossa educação segundo a qual o Juízo Final reserva a todos e a cada um de nós a condenação ao fogo do inferno, uma vez que não somos capazes de atender às exigências de perfeição que nos faz o sistema de pensamento do ego do alto de sua onipotência.

Podemos então nos perguntar novamente, como fizemos no ano passado: quantas vezes nos culpamos por alguma atitude que consideramos equivocada e que acreditamos que tivesse ferido alguém ou provocado dor e mágoa? E quantas vezes, para nossa surpresa, descobrimos que a pessoa que julgamos ter prejudicado, ferido ou magoado veio nos agradecer pela palavra ou pelo gesto, que lhe permitiu ver a questão de outra perspectiva? Que lhe permitiu aprender, crescer e mudar?

A humildade de reconhecer que não sabemos nada é essencial para nossa aproximação do ensinamento do UCEM. O próprio Curso vai nos aconselhar alguma vez a abandonar tudo o que pensamos, tudo o que aprendemos, tudo o que pensamos saber, e até mesmo a abandonar o próprio ensinamento que ele nos oferece, para nos aproximarmos da luz de mãos, mentes e corações vazios. A luz, que é o que somos, e que é o que Deus reserva para cada um de nós no mais íntimo de nós mesmos.

O Juízo Final, o Curso afirma em um outro ponto, não é o fim do mundo, mas sua transformação em Céu. O que significa dizer, sim, o fim do mundo, mas do mundo como o conhecemos agora, a partir da percepção equivocada que recebemos do ego. O Juízo Final, para o Curso, será, talvez, em meu modo de entender, a liberação das culpas e dos medos, do apego e das carências. O reconhecimento de que temos tudo e tudo podemos em Deus, com Ele, na Unidade com o que somos.

Daí a necessidade e a utilidade das práticas da ideia para hoje:Julgo todas as coisas como quero que sejam. Para trazermos à consciência o fato de que tudo o que vemos só pode deixar de ser neutro quando lhe dermos algum valor. Isto é, as coisas que vemos são forçosamente o que queremos que sejam. Sim, as coisas que vemos são apenas aquilo que queremos ver. Não há como ser diferente. A não ser que mudemos nosso modo de pensar a respeito delas.

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