sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tudo é sempre entre tu mesmo e Deus

LIÇÃO 308

Este instante é o único tempo que existe.

1. Imagino o tempo de tal forma que frustro meu objetivo. Se eu escolher alcançar a intemporalidade além do tempo, tenho de mudar minha percepção a respeito da serventia do tempo. O propósito do tempo não pode ser o de manter o passado e o futuro como uma coisa só. O único intervalo em que posso ser salvo do tempo é agora. Pois o perdão chega para me libertar neste instante. O nascimento de Cristo é agora, sem um passado ou um futuro. Ele vem para dar Sua bênção presente ao mundo, devolvendo-o à intemporalidade e ao amor. E o amor está sempre presente, aqui e agora.

2. Obrigado por este instante, Pai. É agora que sou redimido. Este instante é o momento que Tu estabeleces para a liberação de Teu Filho e para a salvação do mundo nele.

*

COMENTÁRIO:

A ideia para as práticas desta sexta-feira, dia 04 de novembro, oferece mais uma vez o ensinamento que pode nos tornar livres da crença limitadora em um tempo linear, que nos faz acreditar que o que somos hoje é resultado daquilo tudo que aprendemos ao longo de nossa vida ou que somos o resultado de milhões, bilhões quem sabe, de anos de evolução. Isto não é a verdade do que somos. 


O que somos, na verdade, não muda com o tempo. Nem com o espaço. Aquilo que acreditamos a respeito de nós mesmos é apenas uma ideia equivocada acerca de uma imagem que fazemos do que julgamos ser o que somos. Como eu já disse antes, em harmonia com o que o Curso ensina, nós nunca reagimos aos fatos, mas apenas à interpretação que fazemos deles.


Isto me traz à mente um dito a que se referiu uma amiga muito querida dia desses em uma das leituras. Dito este que, atribuído a Madre Tereza de Calcutá, provocou uma grande mudança na vida desta amiga, segundo ela mesma. De acordo com o que ela disse, é preciso que prestemos atenção, em todos os momentos de nossa vida, para que não nos enganemos acerca do real motivo pelo qual orientamos nosso pensar e nosso fazer no mundo.


Assim, parafraseando o dito: 


Vais notar ao longo de tua jornada que, muitas vezes, as pessoas podem ser egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoa-as mesmo assim. 


Se fores gentil, as pessoas podem te acusar de egoísta e interesseiro. Sê gentil mesmo assim. 


Se fores um vencedor, vais ter alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vence mesmo assim. 


Se és honesto e franco, as pessoas podem te enganar. Sê honesto, sê franco mesmo assim.


Muitas vezes, aquilo que levaste anos para construir, pode ser destruído de uma hora para outra. Constrói mesmo assim. 


Dar ao mundo o melhor de ti, às vezes, pode parecer não ser suficiente. Dá o teu melhor mesmo assim. 


Pois vais descobrir, no final das contas, que tudo é entre tu mesmo e Deus. Nunca foi entre tu e as outras pessoas.


Que lhes parece? Não é algo para se pensar? Para se refletir a respeito? E qual o melhor momento? Não é claro que é agora?


Às práticas, pois.





3 comentários:

  1. Mas Moises, o curso não ensina que não existe mundo?
    Como podemos dar ao mundo, que é uma ilusão da mente adormecida, o melhor de nós, quando nós mesmos, como parte do mundo, também somos ilusão?

    Passo a citar o seu texto: "O que somos, na verdade, não muda com o tempo. Nem com o espaço. Aquilo que acreditamos a respeito de nós mesmos é apenas uma ideia equivocada acerca de uma imagem que fazemos do que julgamos ser o que somos."

    Seres humanos têm, ou aparentam ter, passado e futuro. O Cristo que somos, é.

    Namasté

    Jorge

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  2. Sim, Jorge, com certeza,

    Mas a pergunta é: alguém, que se vê aparentemente neste mundo, acredita que o mundo não existe?

    Como o próprio Curso diz, em sua introdução à parte que se intitula Esclarecimento de Termos: "Este curso permanece dentro da estrutura do ego, onde ele é necessário. Não se ocupa com [nada] do que está além do erro, porque está planejado somente para estabelecer a direção nesse sentido. Por conseguinte, usa palavras que são simbólicas e não podem expressar o que está além dos símbolos. É só o ego que questiona porque é só o ego que duvida."

    Há que se lembrar também de que o "dito" que parafraseei e transcrevi é, segundo consta, da Madre Tereza e contém, é claro, intrinsecamente a visão que ela tinha do mundo, que não é necessariamente a do Curso.

    Entretanto, mesmo considerando, como o Curso diz, que "não há mundo", enquanto nos vemos nele é preciso que busquemos aí a alegria e a paz a que temos direito como Filhos de Deus. Ora, se o mundo é apenas a manifestação daquilo que trazemos internamente, podemos pensar que se dermos a ele apenas o melhor de nós mesmos, vamos poder ver e viver num mundo melhor.

    Ou você acha que alguém lhe daria ouvidos se você saísse por aí a proclamar que o mundo não existe? Muitos já fizeram isso. E o Curso surgiu para nos ensinar, entre outras coisas, que isso é verdade. Porém, enquanto formos vistos em corpos, separados uns dos outros, há em nós, por mais fundo que esteja, um resquício da sementinha da ideia de separação, que ainda precisa ser curado.

    Como você diz, "seres humanos [separados, vê a ideia de separação subjacente aí?] têm, ou aparentam ter, passado e futuro. O Cristo, que somos, é". É verdade, mas o que é o Cristo, o ego perguntaria?

    E voltamos à introdução do Esclarecimento de Termos de que falei acima. Nada no mundo, ou do mundo, pode explicar o que é Deus, ou o que é o Cristo. Os símbolos servem apenas para nos levar na direção de uma ideia. Ou como dizem os taoistas, "tudo o que se puder dizer do Tao não é o Tao". É a mesma coisa com Deus, com Cristo, com o Ser, com a Mente, com a Consciência ou quaisquer outros nomes que queiramos dar Àquilo Que somos na verdade.

    Obrigado por estar conosco, por perguntar/questionar e compartilhar.

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  3. Oi Moisés, Oi Jorge
    É sempre ótimo quando alguém comenta, pergunta ou questiona, porque assim clareia para todos nós que vivemos nos debatendo com o "ser" e o ego. O meu (ego e/ou falso eu) é tão matreiro que muitas vezes está tão disfarçado de "ser" que quase caio nas armadilhas dele, quer dizer, muitas vezes caio e feio...
    Depois pratico, pratico, pratico...Me lembro e volto.
    Mas como somos aqui no planeta dos sentidos, uma obra em andamento...(não estamos prontos)o jeito é esse, acho...
    Obrigada Jorge, obrigada Moisés.
    Bjs

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