quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ser como Deus me criou é tudo o que posso querer

LIÇÃO 237

Agora quero ser como Deus me criou.

1. Hoje aceitarei a verdade acerca de mim mesmo. Eu me elevarei em glória e deixarei que a luz em mim brilhe sobre o mundo ao longo de todo o dia. Trago ao mundo as boas novas da salvação que ouço quando Deus, meu Pai, fala comigo. E vejo o mundo que Cristo quer que eu veja, ciente de que põe fim ao sonho amargo de morte, ciente de que ele é o Chamado de meu Pai para mim.

2. Cristo é os meus olhos hoje e Ele é os ouvidos que ouvem a Voz por Deus hoje. Pai, venho a Ti por meio d'Ele, Que é Teu Filho e também meu Ser verdadeiro. Amém.

*

COMENTÁRIO:

"Agora quero ser com Deus me criou". Podemos querer mais do que isto? Mais do que a ideia que o Curso nos oferece para as práticas desta quinta-feira, dia 25 de agosto? Como eu disse no ano passado, nós nos esquecemos de que isto é tudo, e é a única coisa que podemos querer de verdade no mais íntimo de nós mesmos.

Quando nos decidimos a dar ouvidos ao mundo da ilusão, e às coisas do mundo da ilusão, perdemos, aparentemente, nossa Identidade verdadeira. Afastamo-nos do Ser. Com isto pensamos estar separados de Deus, da Fonte. Isto não é verdade. É só uma ilusão passageira da qual podemos nos libertar num piscar de olhos. Basta, repito, como já disse tantas vezes, que tomemos a decisão a que nos convida a ideia que praticamos hoje. A decisão de ser. A decisão de ser como Deus nos criou. Pois não pode existir outra forma. Não há como ser diferente, a não ser nos delírios do ego, que acredita numa separação que nunca aconteceu.

Volto, portanto, a lhes oferecer a visão de Bernardo Soares, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, em seu Livro do Desassossego:

"A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe é ainda pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais do que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas veem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida".

E, mais uma vez, volto a Ken Wilber, repetindo o texto que anexei a este comentário no ano passado, que sempre é bom lembrar daquilo que pode nos auxiliar na caminhada do autoconhecimento, objetivo que nos propõe o ensinamento.

Diz Ken Wilber a respeito da Mente, ou Deus, ou o nível mais profundo do espectro da consciência, em um capítulo intitulado "Aquilo que é sempre já", em seu livro O Espectro da Consciência:

"Embora por conveniência falemos da Mente como o "nível mais profundo" do espectro, ela não é, de fato, um nível particular, que dirá "profundo". O "nível" da Mente não está de forma alguma enterrado ou escondido nas profundezas ocultas de nossa psique - ao contrário, o nível da Mente é nosso estado de consciência atual e comum, pois, sendo infinito e todo-abrangente de forma absoluta, ele é compatível com cada nível ou estado de consciência imaginável. Isto é, o "não-nível" da Mente não pode ser um nível particular separado de outros níveis, pois isso imporia uma limitação espacial à Mente. A Mente é, antes, a realidade todo-abrangente, embora sem dimensão, da qual cada nível representa um desvio ilusório.Por esta razão deve-se enfatizar isto - nosso estado de consciência atual, do dia-a-dia, seja ele qual for, triste, alegre, deprimido, em êxtase, agitado, calmo, preocupado ou com medo - justamente este, tal qual ele é, é o Nível da Mente. Brahman [Deus, O Divino] não é uma experiência particular, um nível de consciência ou estado de alma - em vez disso ele é precisamente qualquer nível de consciência que tenhamos agora, e perceber isto claramente dá-nos um vívido centro de paz, que se sustenta e subsiste ao longo das piores depressões, ansiedades e medos".

E lhes pergunto mais uma vez: aprender isto não será parte de aprender o que é a salvação?

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