sábado, 27 de agosto de 2011

A "cola" que deve unir os membros de um grupo

LIÇÃO 239

A glória de meu Pai é minha própria glória.

1. Não deixemos que a verdade acerca de nós mesmo fique escondida hoje por uma humildade falsa. Sejamos gratos, em vez disto, pelas dádivas que nosso Pai nos concedeu. Podemos ver qualquer sinal de pecado ou culpa naqueles com quem Ele compartilha Sua glória? E é possível que não estejamos entre eles, se Ele ama Seu Filho para sempre total fidelidade, sabendo que ele é como Ele o criou?

2. Nós Te agradecemos, Pai, pela luz que brilha em nós para sempre. E nós a exaltamos porque Tu a compartilhas conosco. Somos um só, unidos nesta luz Contigo, em paz com toda a criação e com nós mesmos.

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COMENTÁRIO:

Nesta sábado, dia 27 de agosto, vamos praticar o reconhecimento de que somos portadores da glória e da luz de Deus, nosso Pai, como lhes disse no ano passado ao comentar esta mesma lição, aproximando-nos das práticas com a verdadeira humildade, que é consentir a presença divina a toda realidade.

Vamos também, humildemente, buscar reconhecer que todos aqueles que andam pelo mundo conosco são igualmente portadores desta glória e desta luz, pois sabemos que Deus compartilha tudo de Si com todos e com cada um de Seus Filhos, na unidade de que somos parte.

Observemos, para tanto, que a "cola" natural que deve unir os membros de um grupo (seja ele de que natureza for), em meio a diversidade de dons de cada um, tem de ser "o amor de Cristo e o amor de um pelo outro. Quanto mais profunda for a unidade tanto maior o pluralismo que a comunidade [o grupo] pode absorver. A variedade dos pontos de vista e dos dons são experimentados não como ameaças às práticas e às visões de cada um, mas como enriquecimento", conforme nos ensina Thomas Keating em seu livro Um Convite ao Amor.

Isso também lembra o que diz Mia Couto, escritor moçambicano, a respeito de Guimarães Rosa e dos motivos que o levaram [a ele, Mia] a receber uma grande influência escritor brasileiro. Diz ele, em seu livro mais recente, E se Obama fosse africano?, que Rosa, como autor, oferece uma alternativa à "hegemonia da lógica racionalista como modo único e exclusivo de nos apropriarmos do real. A realidade é tão múltipla e dinâmica que pede o concurso de inúmeras visões. Em resposta ao to or not to be [ser ou não ser] de Hamlet o brasileiro avança outra postura: 'Tudo é e não é'. O que ele sugere é a aceitação da possibilidade de todas as possibilidades: o desabrochar das muitas pétalas, cada uma sendo o todo da flor".

Ora, tanto o que nos diz Keating, quanto o que nos diz Mia Couto, só pode ser alcançado se aceitarmos como verdade a ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje, reconhecendo ao mesmo tempo, como eu disse acima, que todos aqueles que vivem no mundo conosco são igualmente portadores da glória do Pai. Isto é, somos todos e cada um "uma das muitas pétalas" e todos contemos em nós "o todo da flor".

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