sábado, 29 de setembro de 2012

Só o silêncio oferece a "serenidade da paz de Deus"


LIÇÃO 273

A serenidade da paz de Deus é minha.

1. Agora talvez estejamos prontos para um dia de tranquilidade imperturbável. Se isso ainda não for possível, ficamos contentes e até mesmo mais do que satisfeitos em aprender de que modo se pode alcançar um dia assim. Se dermos espaço para um incômodo, vamos aprender como desfazê-lo e voltar à paz. Precisamos apenas dizer a nossas mentes com convicção: "A serenidade da paz de Deus é minha." e nada pode penetrar na paz que o Próprio Deus dá a Seu Filho.

2. Pai, Tua paz é minha. Que necessidade eu tenho de temer que qualquer coisa possa roubar de mim aquilo que Tu queres que eu conserve? Eu não posso perder Tuas dádivas para mim. E, por isso, a paz que Tu deste a Teu Filho ainda está comigo, no silênico e no meu amor eterno por Ti.

*

COMENTÁRIO:

Neste sábado,dia 29 de setembro, a ideia que praticamos oferece a oportunidade de vivermos um dia inteiro na paz de Deus. Ela nos dá os meios para descansarmos em Deus, longe de toda a turbulência e dos ruídos do mundo, em que aparentemente vivemos.


Repetindo o que eu disse no ano passado, lembremo-nos de Thomas Keating, quando ele diz que "o silêncio é a primeira linguagem de Deus". É só no silêncio que podemos experimentar a serenidade da paz de Deus. Em outras palavras, é só quando deixamos de dar qualquer atenção ao que nos sussurra aos ouvidos o falso eu, por saber que tudo o que ele diz só nos faz mergulhar mais fundo na ilusão, que vamos ser capazes de dar espaço para a Voz por Deus em nossas vidas.

Aproveitando, mais uma vez, partes dos comentários anteriores, vale lembrar que na jornada que empreendemos em conjunto, a partir das práticas diárias, "o desafio [que enfrentamos] é estritamente interno. O convite [que nos faz a prática] é para que nos elevemos acima de nossa mediocridade, para abdicarmos do hábito de dar desculpas por nossa própria preguiça, para pararmos de nos desculpar por sermos quem somos, e para pararmos de culpar os outros ou nossa infância por aquilo que nos tornamos".

Ainda de acordo com Thomas Keating, "quando nos comprometemos com a jornada espiritual, a primeira coisa que o Espírito faz é começar a remover o lixo emocional de dentro de nós". É por isso que, muitas vezes, temos dúvidas a respeito do progresso que fazemos, ou pomos em dúvida a eficácia das práticas, quando parece que não estamos indo a lugar nenhum. Ou mesmo que a pressão que enfrentávamos anteriormente aumentou, em lugar de diminuir. 


Isso não é verdade. O que acontece é que, ao deixarmos de dar ouvidos ao falso eu por alguns instantes todos os dias, ele passa a sentir ameaçado e busca voltar ao controle, solicitando que voltemos a nos identificar com ele. Para tanto, ele se vale de tudo o que estiver ao seu alcance na ilusão do mundo. Porém, quanto mais profundo for o silêncio interior que buscamos alcançar, tanto mais profundamente Deus vai trabalhar em nós. Mesmo sem o nosso conhecimento consciente. É isto que vai permitir que nos rendamos ao mistério último de Deus como Ele é, não como pensamos que Ele é, ou como alguém nos disse que Ele é, mas como Ele é em Si Mesmo. E em nós mesmos.

Lembremo-nos, pois, mais uma vez, de que é praticando deste modo que seremos capazes de alcançar a "serenidade da paz de Deus".

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