quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O que precisamos mudar é apenas nossa percepção


LIÇÃO 270

Não usarei os olhos do corpo hoje.

1. Pai, a visão de Cristo é Tua dádiva para mim e ela tem o poder de traduzir tudo aquilo que os olhos do corpo veem na visão de um mundo perdoado. Quão sublime e generoso é este mundo! Porém, quão mais do que a visão pode mostrar perceberei nele. O mundo perdoado significa que Teu Filho reconhece Seu Pai, permite que seus sonhos sejam trazidos à verdade e espera ansioso aquele único instante a mais que falta do tempo que acaba para sempre, quando Tua lembrança volta a ele. E, nesse momento, a vontade dele fica uma só com a Tua. A função dele, então, é apenas Tua Própria Função e todo pensamento, exceto Teu Próprio Pensamento, desaparece.

2. A paz de hoje abençoará nossos corações e a partir deles a paz virá para todos. Cristo é nossos olhos hoje. E com a visão d'Ele oferecemos a cura ao mundo por intermédio d'Ele, o Filho santo a quem Deus criou perfeito; o Filho santo a quem Deus criou uno.

*

COMENTÁRIO:

Nesta quarta-feira, dia 26 de setembro, a ideia que vamos praticar vai permitir que usemos - ou aprendamos a usar - a visão de Cristo para olhar para o mundo e perceber que invariavelmente  "... quando pessoas de mente decidida e coração bondoso acreditam apaixonadamente em alguma coisa, de um modo que ilumina suas vidas, parece que Deus sorri através delas".*

Abrir mão da visão que os olhos do corpo nos apresenta em favor da visão de Cristo pode - e vai, mais dia, menos dia - nos fazer entender que "... Deus não é a causa dos males nem das alegrias da vida. O importante é saber que, independentemente dos acontecimentos, Ele está sempre conosco e só deseja que voltemos ao Seu seio" [de onde, aliás, nunca saímos].*

Esta visão pode e vai nos levar a atingir a meta proposta para esta segunda parte do livro de exercícios, qual seja, a que nos dá a possibilidade de chegarmos à percepção verdadeira, aquela que só podemos alcançar com a ajuda do Espírito Santo. Aquela percepção que nos revela a necessidade de que estejamos sempre prontos e abertos "para receber o amor de Deus na forma que Ele vier".* 

Um parêntese: Esta, aliás, é uma das grandes lições que aprendi, conforme já lhes disse antes, de um amigo muito querido há muitos anos. Isto é, é necessário que estejamos sempre preparados para o inesperado. Já imaginaram como seria sem graça um mundo aonde soubéssemos com antecedência tudo o que vai acontecer?]

E isto - estar pronto e aberto "para receber o amor de Deus na forma que Ele vier" - é bastante possível, se não cedermos às falsas promessas de controle e poder do falso eu [o ego] sobre o mundo e não nos rendermos à oferta enganosa que ele faz de nos dar o mundo inteiro, sem revelar que o preço que ele cobra por isso é nossa alma.

Na verdade, com esta, assim como com todas as lições, tudo o que o Curso quer nos ensinar, e ensina, vezes e vezes repetidas, é que tudo o que precisamos mudar é tão-somente nossa percepção. Uma vez que ela não pode nos oferecer a verdade, por estar sempre contaminada pelas interpretações que fazemos dos fatos e das coisas que vemos a partir do que já experimentamos no passado.

É por isso que é útil pensar, por exemplo, "quando você sente [uma] dor física ou quando conflitos psicológicos o(a) atormentam, que Deus está lhe dando um abraço um pouco mais apertado. Provações são uma expressão de Seu amor, não de rejeição"**. Porque, se você estiver bem lembrado(a), cada um de nós é livre para escolher aquilo que deseja e precisa viver ou experimentar. E porque Deus só diz sim a tudo o que você escolhe.

Busquemos, pois, com as práticas da ideia de hoje alcançar a bênção da paz para nossos corações e mentes, para, de fato. sermos capazes de, a partir da cura de nossa percepção, oferecer a cura ao mundo.

* Citações extraídas do livro Apocalipse 2012, de Lawrence E. Joseph. 

** Citação de Thomas Keating, em Mente aberta coração aberto.

OBSERVAÇÃO: Este comentário é quase que uma repetição literal do comentário feito no ano passado para esta mesma lição.

3 comentários:

  1. Olá, Moisa,

    Como estudante experiente de Um Curso em Milagres, eu gostaria de saber a sua opinião acerca do que está escrito no texto publicado neste endereço:

    http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2012/09/ensinamentos-iluminados-brahma-x-iswara.html


    Você poderia esclarecer um pouco sobre o assunto das "duas iluminações"?

    Desde já, grato!

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    1. Olá, Gugu,

      Ao entrar no endereço que você enviou, além do texto citado, onde a ideia de dois tipos diferentes de iluminação aparecem como possibilidades, ensinados por diferentes mestres em ensinamentos postos à disposição dos homens em momentos diferentes da história, vi que há dois outros textos que se relacionam ao assunto. Como são textos longos e examinam vários pontos de vista, ou vários ensinamentos dados por diferentes mestres nesta ou naquela tradição, não tive tempo de lê-los integralmente, para poder emitir um parecer com algum critério razoável.

      Entretanto, parece-me que as distinções entre os dois diferentes tipos de iluminação que o texto inicial cita, e liga a este ou aquele ensinamento específico, estão relacionadas apenas a interpretações intelectuais diferentes do que seria a iluminação.

      Pensando, a partir do que ensina o UCEM, que aquilo que buscamos é o que já somos sempre, fazemos como o Curso diz em determinado ponto, "uma jornada sem distância". Pois nos movemos na direção de uma UNIDADE da qual nunca nos afastamos.

      Acho que não tem muita importância, na busca pela unidade, lidar com a ilusão do mundo como existente ou não existente para Deus. Cabe-nos, enquanto nos acreditamos e vemos e vivemos uma "realidade" corpórea, encontrar Deus no interior de nós mesmos, para podemos vê-Lo em tudo e em todos.

      Ora, se, ao nos iluminarmos, somos capazes de ver que tudo é Deus e que fora de Deus nada existe, o que sobra da ilusão?

      Parece-me que, como o UCEM diz, em geral, tudo aquilo que nos leva na direção de uma complexidade maior tem mais a ver com o falso eu, o ego do Curso, que é a imagem de nós mesmos que inventamos para estabelecer a crença na separação: o único problema que precisamos resolver, de acordo com o Curso.

      Em todo o caso, vou buscar ler os textos seguintes para ver se há alguma coisa mais que eu possa acrescentar a este comentário.

      Obrigado por comentar. Você não é frequentador deste espaço normalmente, é?

      Abraços.

      Paz e bem!

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  2. Oi Moisés,

    Não, eu não sou frequentador deste espaço. Eu o descobri ontem à noite, enquanto passeava pela internet. Li alguns textos, e vi que o blog é ligado aos exercícios (lições) proporcionados pelo Curso. Eu conheci o Curso já faz um ano, até hoje apenas li o Livro-Texto, mas nunca comecei a fazer os exercícios. Parabéns pelo blog, tão interessante.

    Já que você é um estudante do Curso há 15 anos, deve conhecê-lo bem. Por isso eu pedi a sua opinião sobre o que está escrito naquele texto (e também nos outros dois, se vc tiver a disposição de lê-los). O que lá está escrito parece ser bem razoável. Parece ser um texto intelectualizado, mas acho que talvez ele tenha sido escrito com a intenção de apontar para o que as palavras não alcançam. Da maneira como foi colocado, parece mesmo haver duas iluminações: uma quando se atinge a unidade com a mente que criou, preserva e governa o universo da dualidade; e outra quando se transcende a mente que mantém o universo da dualidade e atinge a identificação com a Mente que não criou a existência dual.

    Por favor, como estudante do Curso, o que você acha disto?

    Aguardo seus comentários!

    Grande Abraço!

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