quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Há que se perder o medo de abrir mão do controle


LIÇÃO 47

Deus é a força na qual eu confio.

1. Se tu confias na tua própria força, tens todas as razões para ficar apreensivo, ansioso e amedrontado. O que podes prever ou controlar? O que há em ti com que se possa contar? O que te daria a capacidade de estar ciente de todas as características de qualquer problema e de resolvê-lo de tal modo que apenas o bem pudesse advir dele? O que há em ti que te dê o reconhecimento da solução correta e a garantia de que ela será alcançada?

2. Tu não podes fazer nenhuma destas coisas por ti mesmo. Acreditar que podes é colocar tua confiança onde a confiança não é justificada e confirmar o medo, a ansiedade, a depressão, a raiva e o pesar. Quem pode colocar sua fé na fraqueza e se sentir seguro? Mas quem pode colocar sua fé na força e se sentir fraco?

3. Deus é tua segurança em todas as circunstâncias. Sua Voz fala por Ele em todas as situações e em todos os aspectos de todas as situações, dizendo-te exatamente o que fazer para invocar Sua força e Sua proteção. Não há nenhuma exceção porque Deus não tem nenhuma exceção. E a Voz que fala por Ele pensa da mesma forma que Ele.

4. Hoje tentaremos ir além de tua própria fraqueza e alcançar a Fonte da força verdadeira. Quatro períodos de prática de cinco minutos são necessários hoje e insiste-se em períodos mais longos e frequentes. Fecha os olhos e começa, como de costume, pela repetição da ideia para o dia. Em seguida, passa um ou dois minutos em busca de situações às quais revestiste de medo em tua vida, descartando cada uma delas dizendo a ti mesmo:

Deus é a força na qual eu confio.

5. Tenta, agora, escapar de todas as preocupações relativas a tua percepção de falta de capacidade. É óbvio que qualquer situação que te cause preocupação está associada a sensações de falta de capacidade, pois, do contrário, acreditarias que podes lidar com a situação com sucesso. Não é acreditando em ti mesmo que vais adquirir confiança. Mas a força de Deus em ti é bem-sucedida em todas as coisas.

6. O reconhecimento de tua própria fragilidade é um passo necessário na correção de teus erros, mas raramente é um passo suficiente para te dar a confiança de que necessitas e à qual tens direito. Tu também tens de ganhar a consciência de que a confiança em tua força verdadeira é inteiramente justificada sob todos os aspectos e em todas as circunstâncias.

7. Na fase final do período de prática tenta ir fundo em tua mente para alcançar um lugar de segurança verdadeira. Tu reconhecerás que o alcançaste se experimentares uma sensação de paz profunda, ainda que breve. Abandona todas as coisas sem importâncias que se agitam e borbulham na superfície de tua mente, e desce mais para alcançar o Reino do Céu. Há um lugar em ti onde existe a paz perfeita. Há um lugar em ti onde a força de Deus habita.

8. Repete a ideia com frequência durante o dia. Utiliza-a como a tua resposta a qualquer inquietação. Lembra-te de que a paz é teu direito porque depositas tua confiança na força de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Quando todas as nossas tentativas para solucionar um problema se esgotam sem resultado, para quem nos voltamos? Quando uma situação se revela insolúvel, seja qual for a maneira com que olhemos para ela, para quem voltamos nossos pensamentos? Quando, depois de andar e andar e andar aparentemente sem destino, chegamos a uma encruzilhada e não sabemos que caminho tomar, a quem recorremos?

Quando, inesperadamente, recebemos a notícia de que alguém de quem gostamos muito foi diagnosticado como portador de "doença incurável", para quem nos dirigimos? Quem pode nos trazer o alívio, a paz e a alegria, ao tomar para si todas as responsabilidades por tudo o que nos acontece? Em quem confiar, quando estamos próximos do desespero e nada parece mostrar uma pequena réstia de luz na direção da qual caminharmos?

É disto que trata a ideia para nossas práticas desta quinta-feira, 16 de fevereiro, e como você podem notar, o início deste comentário, apesar de uma pequenas modificações é o mesmo feito no ano passado. Também vou me valer de parte de um comentário feito no ano passado como resposta a uma pergunta feita por alguém. Isto porque acredito que ela pode servir para explicar as razões pelas quais chegamos a enfrentar, vez ou outra, as situações de que falo ao abrir este comentário. 

Quais seriam estas razões? Medo, desconfiança, insegurança, culpa, depressão, solidão, sofrimento, angústia, pesar, dor, doença e tudo o mais que o falso eu utiliza para nos fazer acreditar que a separação é verdadeira, que, de fato, estamos separados uns dos outros e de Deus. 

De acordo com o que o Curso ensina, nós só temos um problema a resolver, que é a crença na separação. É ela, por exemplo, que faz com que, enganados pelo sistema de pensamento do ego, tenhamos medo de abrir mão de todo e qualquer controle. É ainda ela que nos leva a termos medo da entrega, que nos deixa com medo de nos entregarmos nas mãos de Deus e de Seu Espírito Santo.

Por isso, é muito interessante pensar que, em geral, não temos o controle de nada - e nem nos damos conta disso a maior parte do tempo. Em situações normais não nos é possível nem dado ao menos saber o que vai acontecer em nossa vida daqui a alguns poucos segundos. 

Assim é que, se, de alguma maneira, em algum momento, nos sentimos ansiosos ou amedrontados, tudo o que fazemos é exatamente abandonar o controle às mãos do falso eu. Isto é, ao ego que, a partir de seu sistema de pensamento, assume o comando de forma avassaladora e em poucos segundos nos leva ao pânico e não permite que sejamos capazes de vislumbrar nenhuma saída para a situação que nos assustou. 

É isto que acontece e que leva pessoas, inclusive aquelas que consideramos equilibradas, centradas, a fazerem coisas estranhas, a tomarem atitudes impensáveis e impensadas. Para dizerem depois: "não sei o que aconteceu, eu estava fora de mim". 

Na verdade, quando estamos entregues aos pensamentos do falso eu, buscando soluções que só podem vir a partir da entrega do controle, estamos "fora de nós mesmos". Estamos "fora de nós mesmos" a maior parte do tempo, quando nossa atenção vagueia de uma coisa para outra e parecemos nos perder em algum lugar ou tempo longínquo porque não queremos estar onde estamos ou porque gostaríamos de estar fazendo uma coisa diferente daquela a que nos dedicamos. Ou quando não conseguimos parar de pensar.

Isto também é perder o controle, pois deixamos mais uma vez que o ego nos impedisse de ficar no presente, de experimentar a eternidade do momento, estando e sendo ao mesmo tempo parte daquilo de que nos ocupávamos. É disto que falam os mestres quando dizem que passamos a maior parte de nossas vidas dormindo. 

Os exercícios diários postos em prática, sejam eles os do UCEM, sejam os de qualquer outro ensinamento que ofereça como meta o autoconhecimento, visam a nos lembrar de nossa capacidade de ficar atentos. Quando atentos, ainda que por breve instante a cada vez, somos capazes de abrir mão do controle de forma consciente e de entregá-lo às mãos certas, às de Deus ou às do espírito em nós mesmos, entregando-nos à situação ou à experiência que se apresenta, integrando-nos à unidade.

O segredo evidente é se estar presente em toda e qualquer situação que se apresente. Às práticas?

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