sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"É impossível viver em outro tempo que não agora."


LIÇÃO 55

A revisão de hoje inclui o seguinte:

1. (21) Estou decidido a ver as coisas de modo diferente.

O que vejo agora são apenas sinais de doença, de infelicidade e de morte. Não pode ser isto o que Deus criou para Seu Filho amado. O próprio fato de eu ver tais coisas é prova de que não compreendo a Deus. Por isto, eu também não compreendo Seu Filho. O que vejo me diz que não sei quem eu sou. Estou decidido a ver as testemunhas da verdade em mim em lugar daquelas que me mostram uma ilusão de mim mesmo.

2. (22) O que vejo é uma forma de vingança.

O mundo que vejo raramente é uma representação de pensamentos amorosos. É um retrato do ataque a tudo por tudo. É tudo menos um reflexo do Amor de Deus e do Amor de Seu Filho. São meus próprios pensamentos de ataque que dão origem a este retrato. Meus pensamentos amorosos vão me salvar desta percepção do mundo e me darão a paz que Deus pretendia que eu tivesse.

3. (23) Posso escapar deste mundo desistindo de meus pensamentos de ataque.

A salvação está nisto, e em nenhum outro lugar. Sem pensamentos de ataque eu não poderia ver um mundo de ataque. À medida que o perdão permitir que o amor volte a minha consciência, verei um mundo de paz e de segurança e de alegria. E é isto que escolho ver em lugar daquilo para que olho agora.

4. (24) Eu não percebo meus maiores interesses.

Como eu poderia reconhecer meus maiores interesses se não sei quem sou? O que penso serem meus maiores interesses apenas me prenderia mais ao mundo de ilusões. Estou disposto a seguir o Guia que Deus me dá para descobrir quais são meus maiores interesses, reconhecendo que não posso percebê-los por mim mesmo.

5. (25) Eu não sei para serve coisa alguma.

Para mim, a finalidade de todas as coisas é a de provar que minhas ilusões a meu próprio respeito são verdadeiras. É para este fim que tento usar todos e tudo. É para isto que acredito que o mundo serve. Por esta razão não reconheço a verdadeira finalidade dele. A finalidade que dou ao mundo conduz a um quadro amedrontador dele. Que eu abra minha mente à verdadeira finalidade do mundo retirando aquela que lhe dou e aprendendo a verdade a respeito dele.

*

COMENTÁRIO:

Não sabemos para que serve o mundo, nem sabemos para que serve coisa alguma nele, conforme nos ensina o Curso e conforme comentei a respeito desta lição no ano passado. Tampouco sabemos qual é nossa finalidade no mundo. Isto é, não temos, em geral, a menor ideia da razão pela qual estamos aqui onde acreditamos estar, fazendo o que pensamos fazer. Querendo, muitas vezes, estar em outro lugar e fazer algo diferente do que fazemos, como se isso fosse possível.

As ideias que vamos revisar nesta sexta-feira, dia 24 de fevereiro, de certa forma nos lembram daquilo que digo logo aí acima. E apontam uma direção ou um caminho para o qual podemos orientar nosso olhar, nosso modo de pensar a respeito do mundo e também nossas práticas para olhar de modo diferente.

Nossa natureza original de espíritos atemporais aparentemente sofreu uma mudança quando passamos a nos ver como consciência identificada com uma forma, com corpos separados de outros corpos, com mentes separadas de outras mentes e consciências também separadas entre si, de acordo com Tony Parsons.

Ainda de acordo com ele, repetindo o trecho que citei de seu livro no ano passado, "criamos essa circunstância a fim de redescobrir que o sonho que vivemos não tem absolutamente nenhuma finalidade que não a de nosso despertar dele. Esse despertar surge fora do sonho, fora do tempo e está completamente fora do alcance do esforço, do caminho, do processo ou da crença individuais". 


Ou, como diz Alan Watts, em um livro sobre o Zen que leio no momento, "por mais que tentemos, é impossível ir contra o Tao [que é nossa verdadeira natureza, a mente original, não-nascida] e viver em outro tempo que não agora ou em algum outro lugar que não aqui".

Os exercícios diários nos encaminham na direção desta descoberta, ou redescoberta.

Às práticas, pois.
 

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