domingo, 16 de outubro de 2011

A razão pela qual nos dedicamos a estas práticas


LIÇÃO 289

O passado acabou. Não pode me tocar.

1. A menos que o passado esteja acabado em minha mente, o mundo real tem de se esconder de minha vista. Pois não estou olhando para lugar algum de fato; vendo apenas o que não existe. Como posso perceber o mundo que o perdão oferece, então? Fez-se o passado para esconder esse mundo, pois esse é o mundo que só se pode ver agora. Ele não tem nenhum passado. Pois o que se pode perdoar senão o passado, que, se for perdoado, desaparece.

2. Pai, permite que eu não olhe para um passado que não existe. Pois Tu me ofereces Teu Próprio substituto em um mundo presente, que o passado deixa intocado e livre de pecado. Eis aqui o fim da culpa. E aqui estou pronto para Teu passo final. Devo perdir-Te que esperes mais para que Teu Filho encontre a graça que Tu planejaste para ser o fim de todos os seus sonhos e de toda a sua dor?

*

COMENTÁRIO:

A ideia que vamos praticar neste domingo, dia 16 de outubro, como não poderia deixar de ser estende e complementa a ideia que praticamos com a lição de ontem, tornando-a mais geral e abrangente. Mais ou menos como nos informa, e quer que aprendamos, a introdução ao livro de exercícios. Lembram-se da orientação de voltar à introdução, ao tema central para o período, a cada dia, antes das práticas?

Vejamos o que nos diz o livro na introdução geral aos exercícios: "O propósito do livro de exercícios é o de treinar tua mente de forma sistemática para uma percepção diferente de todos e de tudo no mundo. Os exercícios são planejados para te ajudar a generalizar as lições de modo a compreenderes que cada uma delas é igualmente aplicável a todos e a tudo o que vês" [LE-in.4].

Lembram-se também de que no ano passado comentei ter ouvido, em um diálogo de um filme a que assisti, a afirmação de um dos personagens que dizia: "A história de nossa vida, afinal, não é nossa vida. É apenas nossa história". E por que quero que vocês se lembrem disso? Porque, se pensarmos bem, prestando bastante atenção ao fato de que cada um vê o mundo a partir de uma ótica muito particular, intransferível, seremos capazes de ver, de compreender até, de juntar a ideia das práticas de hoje à frase do filme. E mais, aplicar a ideia a todos e a tudo.


E por que aplicar a ideia a tudo e a todos? - podemos nos perguntar. Como uma amiga perguntava outro dia, de que me vale perdoar o outro, não reagir, buscar amá-lo apesar de tudo, independente do que ele faça, para o bem ou para o mal? E, a partir de uma frase atribuída a Madre Tereza de Calcutá, respondendo a uma pergunta semelhante, minha amiga dizia ter lido a resposta a sua pergunta. Madre Tereza dizia que é preciso que nos dediquemos a fazer tudo aquilo porque, em última instância, tudo o que fazemos diz respeito a nós mesmos e a Deus tão-somente. Não fazemos nada para ninguém senão para nós mesmos. Sempre que nos relacionamos com alguém, no fundo, no fundo, nosso relacionamento é sempre com Deus. Percebem a razão pela qual nos dedicamos a estas práticas?


Já pensaram quão diferente nossa percepção vai se tornar quando soubermos, por estarmos atentos, que, ao olhar para o(s) outro(s) é sempre para uma manifestação do divino que olhamos? Ou que é para um aspecto do divino em nós mesmos do qual ainda não tínhamos nos dado conta?

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