quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O passado nos impede de viver a alegria e a paz


LIÇÃO 293

Todo o medo passou e só existe amor aqui.

1. Todo o medo passou porque sua fonte acabou e todos os seus pensamentos acabaram com ela. O amor, cuja Fonte está aqui para todo o sempre, fica sendo o único estado presente. O mundo pode parecer alegre e puro, e seguro e acolhedor, com todos os meus erros do passado a pressioná-lo e a me mostrarem formas distorcidas de medo? No presente, porém, é fácil de se reconhecer o amor, e seus efeitos são visíveis. O mundo inteiro brilha como reflexo de sua luz sagrada e eu percebo, por fim, um mundo perdoado.

2. Pai, não deixes que Teu mundo sagrado fuja de minha vista hoje. Nem deixes que meus ouvidos fiquem surdos aos hinos de gratidão que o mundo canta sob os sons do medo. Existe um mundo verdadeiro que o presente mantém a salvo de todos os erros anteriores. E eu quero ver só este mundo diante de meus olhos hoje.

*

COMENTÁRIO:

Podemos começar nossa reflexão para as práticas da ideia que o Curso nos oferece nesta quinta-feira, dia 20 de outubro, repetindo a pergunta que abriu o comentário feito para esta mesma lição no ano passado. Qual seja, o que nos impede de seguir em frente e viver a alegria e a paz, em segurança, sem medo e sem susto, sem nem ao menos levar em conta uma única e ínfima possibilidade de que qualquer coisa possa atrapalhar nossa caminhada e não nos deixar viver o Céu aqui e agora?

A resposta continua a ser a mesma. O passado! Pois é a crença na existência do tempo que nos dá o sistema de pensamento do ego, do mundo da ilusão e das formas. O falso eu nos ensina que só podemos nos aproximar de qualquer coisa neste mundo comparando-a com outra que conhecemos no passado. É isto o que significa avaliar para o ego.

Mais uma pergunta. Por que é aparentemente tão difícil, mas tão difícil mesmo, para a maioria de nós acreditar que "cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha, ir tocando em frente", como diz a letra de uma música de Almir Sater a que já me referi aqui?

Porque, conforme o Curso nos ensina, em maior ou menor grau, todos, ou quase todos nós neste mundo, ainda estamos apegados a coisas que já não existem mais, coisas que já passaram, ideias que já se tornaram obsoletas e que já se provaram inadequadas para explicar o mundo em que vivemos, e para explicar nossa função no mundo. Porque ainda trazemos em nós as marcas de experiências que nos imobilizaram, em vez de enriquecer nossa vida como deveriam, se utilizadas e entendidas de maneira adequada, ao se apresentarem. São essas marcas que nos impedem de ver e de viver no presente. Não fosse isso e não daríamos tanto valor a este mundo, e às coisas nele.

Será que algum de nós já consegue, de verdade, olhar para qualquer uma das pessoas de suas relações e ver nela o Filho de Deus muito amado tal qual Ele se apresenta agora, no momento em que olhamos para ela, sem sequer lembrar de qualquer experiência anterior que poderia representar uma confirmação da separação que o ego ensina, pela culpa ou pelo julgamento?

Não! Em geral, ao olhar para uma pessoa, não importa se a conhecemos há pouco tempo, há muito tempo, ou se acabamos de conhecê-la, tudo o que vemos são nossos pré-conceitos. Assim que a vemos colocamos nela uma etiqueta, que lhe dás estas ou aquelas características, gostemos dela ou não. Não importa! Pois, ao olhar para nossos próprios pré-conceitos, olhamos sempre para algo que não existe mais. Como incluir, então, o amor em nossa experiência, se tudo o que vemos é apenas o passado?

É para mudar este modo de olhar que o Curso nos oferece a ideia para as práticas de hoje.

Às práticas?

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