segunda-feira, 7 de março de 2011

Uma lição de gratidão e alegria para o Carnaval

LIÇÃO 66

Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

1. Tu certamente percebeste ao longo de todas as nossas lições recentes uma ênfase na ligação entre o cumprimento de tua função e a conquista da felicidade. Isto é porque tu não vês realmente a ligação. No entanto, há mais do que apenas uma ligação entre elas; elas são a mesma coisa. Suas formas são diferentes, mas seu conteúdo é perfeitamente igual.

2.O ego trava uma batalha permanente com o Espírito Santo acerca da questão fundamental do que é tua função. Ele também trava uma batalha constante com o Espírito Santo a respeito do que é tua felicidade. Não é uma batalha com dois lados. O ego ataca e o Espírito Santo não reage. Ele sabe qual é tua função. Ele sabe que ela é tua felicidade.

3. Hoje tentaremos ir além desta batalha totalmente sem sentido para chegar à verdade a respeito de tua função. Não nos ocuparemos de discussões inúteis acerca do que ela é. Não ficaremos, de modo incorrigível, envolvidos na definição de felicidade e em estabelecer o meio para alcançá-la. Não vamos favorecer o ego dando ouvidos a seus ataques à verdade. Vamos simplesmente ficar alegres por poder descobrir o que a verdade é.

4. Nosso período de prática mais longo hoje tem por finalidade tua aceitação do fato de que não apenas existe uma ligação muito verdadeira entre a função que Deus te deu e a tua felicidade, mas que elas são, na verdade, idênticas. Deus só te dá felicidade. Por isso, a função que Ele te deu tem de ser a felicidade, mesmo que pareça ser diferente. Os exercícios de hoje são uma tentativa de ir além dessas diferenças de aparência e reconhecer um conteúdo universal onde, na verdade, ele existe.

5. Começa o período de prática com dez a quinze minutos pela revisão destas ideias:

Deus só me dá felicidade.
Ele me dá minha função.
Por isso, minha função tem de ser a felicidade.

Tenta perceber a lógica desta sequência, mesmo que ainda não aceites a conclusão. A conclusão só poderia ser falsa se as duas primeiras ideias estivessem erradas. Vamos pensar, então, a respeito das premissas por um momento enquanto praticamos.

6. A primeira premissa é a de que Deus só te da felicidade. Isto poderia ser falso, é claro, mas para ser falso é necessário definir Deus como algo que Ele não é. O amor não pode dar o mal e o que não é felicidade é mau. Deus não pode dar o que Ele não tem e Ele não pode ter o que Ele não é. A menos que Deus só te dê felicidade, Ele tem de ser mau. E é nesta definição d'Ele que acreditas, se não aceitas a primeira premissa.

7. A segunda premissa é a de que Deus te dá tua função. Vimos que só existem duas partes na tua mente. Uma é governada pelo ego e é feita de ilusões. A outra é o lar do Espírito Santo, onde a verdade habita. Não existe nenhum guia diferente entre os quais escolher a não ser estes, e nenhum resultado diferente possível como consequência de tua escolha, a não ser o medo que o ego sempre gera, ou o amor que o Espírito Santo sempre oferece para substituir o medo.

8. Deste modo, tua função só pode ser: ou estabelecida por Deus, por meio de Sua Voz, ou feita pelo ego, que fizeste para substituí-Lo. Qual é a verdadeira? A menos que Deus tenha te dado tua função, ela tem de ser a dádiva do ego. O ego, sendo ele mesmo uma ilusão e só oferecendo a ilusão de dádivas, tem realmente dádivas a oferecer?

9. Pensa a respeito disto durante o período de prática mais longo hoje. Pensa também a respeito das muitas formas que a ilusão de tua função toma em tua mente, e nas muitas maneiras pelas quais tentaste achar a salvação sob a orientação do ego. Tu a achaste? Foste feliz? Elas te trouxeram paz? Precisamos de muita honestidade hoje. Lembra-te dos resultados de modo imparcial e pensa também se alguma vez foi racional esperar a felicidade de qualquer coisa que o ego já propôs. Não obstante, o ego é a única alternativa à Voz do Espírito Santo.

10. Tu escutarás a loucura ou ouvirás a verdade. Tenta fazer esta escolha enquanto pensas a respeito das premissas sobre as quais nossa conclusão se baseia. Nós podemos compartilhar esta conclusão, mas nenhuma outra. Pois o Próprio Deus a compartilha conosco. A ideia de hoje é outro passo gigantesco na percepção do mesmo como o mesmo e do diferente como diferente. De um lado ficam todas as ilusões. Toda a verdade fica do outro. Vamos tentar perceber de modo claro hoje que só a verdade é verdadeira.

11. Nos períodos de prática mais breves, que seriam muito proveitosos hoje se fossem feitos duas vezes por hora, sugere-se esta forma de aplicação:

Minha felicidade e minha função são a mesma coisa,
porque Deus me dá ambas.

Não levarás mais do que um minuto, e provavelmente menos, para repetir estas palavras lentamente e pensar a respeito delas por um instante enquanto as dizes.

*

COMENTÁRIO:

Que ideia maravilhosa esta que vamos praticar nesta segunda-feira de Carnaval, dia 7 de março. Nada mais apropriado para este período de festividade e folia, que representam a expressão máxima da alegria de que são capazes alguns e são uma tortura para outros, que não suportam a folia.

Alguns passam o ano se preparando para esta festa e nem lembram que devem sua alegria e sua felicidade a Deus. Pois é só n'Ele e com Ele que podemos experimentar a alegria e a felicidade perfeitas. Em geral, todos nós somos mal-agradecidos e só por isso não vivemos esta alegria e esta felicidade em todos os momentos de nossas vidas.

Mas isto também é parte do livre-arbítrio que recebemos de Deus, que não significa exatamente fazer tudo o que queremos, principalmente quando o que aparentemente queremos nos afasta da alegria e da felicidade, por nos afastar aparentemente de Deus.

Lembrando do comentário feito para esta mesma lição no ano passado, falei do que Jung disse certa vez a respeito do livre arbítrio. Para ele,  "livre arbítrio é a capacidade de fazer com alegria aquilo que eu devo fazer". Quantos de nós se dão conta disso? Quantos de nós já assumiram um compromisso para logo depois ficarem se queixando de que aquilo não era exatamente o que queriam?

Ora, existe sempre a possibilidade de escolher de forma diferente. Basta para tanto que sejamos gratos por aquilo que se apresentou a nossa escolha e que se revelou não ser aquilo que esperávamos. Queixar-se e reclamar não são exatamente sinônimos de gratidão. Lembremo-nos de que o universo só faz atender a nossos pedidos. Ele é permeável à energia que oferecemos a ele. Por isso não há como negar a verdade do que Curso quer dizer ao afirmar que "o mundo que vês é aquilo que deste a ele".

Parece-me, pois, também como disse no ano passado que a lição de hoje trata exatamente disto. Ou já não nos apercebemos muitas vezes que quando estamos fazendo aquilo que devemos fazer, aquilo que nos deixa à vontade com nós mesmos e com todo o universo, sentimos uma alegria e uma felicidade praticamente indizível, indefinível?

Repetindo mais uma vez o que disse no ano passado, isto é entrar em contato com nossa função verdadeira, pois só ela pode nos dar a felicidade e a alegria que são nosso estado natural de Filhos de Deus. Também podemos nos dar ao trabalho de observar como nos sentimos deslocados e infelizes quando, atendendo aos apelos do ego ou reagindo de acordo com a orientação equivocada dele, nos envolvemos com algo que, definitivamente, não tem nada a ver com o que somos [nossa função] ou com o que, de fato, queremos.

As práticas da ideia de hoje podem, sem dúvida, nos devolver ao caminho certo, porque nos apontam a única escolha possível, uma vez que todos nos aspiramos viver apenas a alegria e a felicidade o tempo todo e não apenas no Carnaval.

Um comentário:

  1. Moisés, tem vezes que me pego pensando o que seria de minha vida se não fosse o amor de minha irmã em pacientemente indicar-me o caminho para encontrar a paz e se em seguindo seus rastros não tivesse encontrado sua generosa mão estendendo os ensinamentos do UCEM com comentários sempre de forma clara e assertiva que podem sempre ser complementados, mas que não permitem ser contestados, pois não fecham questão. Suas dicas, sempre muito válidas, a exemplo do questionamento “quem sou eu” permitem a cada um, ou qualquer um dos que acessam a lição se aprofundar... ou se elevar, ir além ou andar em torno, e voltar sempre a lição. Sou grata pelo que dizes, pelas lições, mas sou imensamente grata pelo que tuas palavras inspiram.
    Quero compartilhar contigo e com o teu grupo que a cada dia minha alegria e paz são mais estáveis, e vocês foram e são fundamentais neste novo começo... novo jeito de começar e viver o meu dia, com consciência e que a responsabilidade pela minha vida é indelegável e é Aqui e Agora.
    Sou grata, querida Nina pela indicação dos títulos e mensagens.
    Bênçãos de Luz!

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