LIÇÃO 223
Deus é minha vida. Não tenho nenhuma vida a não ser a d'Ele.
1. Eu estava errado quando pensava que vivia separado de Deus, uma existência separada que se movimentava no isolamento, independente, alojada dentro de um corpo. Agora sei que minha vida é a de Deus, não tenho nenhum outro lar e não existo separado d'Ele. Ele não tem nenhum Pensamento que não seja parte de mim e eu não tenho nenhum a não ser aqueles que são d'Ele.
2. Pai nosso, permite que vejamos a face de Cristo em lugar de nossos erros. Pois nós, que somos Teu Filho santo, somos inocentes. Queremos olhar para nossa inocência, pois a culpa afirma que não somos Teu Filho. E nós não queremos esquecer de Ti por mais tempo. Sentimo-nos solitários aqui e ansiamos pelo Céu, onde estamos em casa. Queremos voltar hoje. Nosso Nome é o Teu e reconhecemos que somos Teu Filho.
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COMENTÁRIO:
Continuamos nesta quarta-feira, dia 11 de agosto, a praticar a partir da instrução para o primeiro dos temas de que trata esta segunda parte do livro de exercícios: O que é o perdão? Lembrem-se, pois, de ler e refletir a respeito disto antes das práticas do dia.
Para estender nossa reflexão vamos acompanhar a do jagunço Riobaldo a respeito da sabedoria interior, disponível a todos nós, e a respeito de existir um plano [para a salvação]. No livro Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Diz ele:
Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era só uma coisa - a inteira - cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber? Mas, esse norteado, tem. Tem que ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas fora dessa consequência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que o beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Ah, porque aquela outra é a lei, escondido e vivível mas não achável, do verdadeiro viver; que para cada pessoa, sua continuação, já foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador - sua parte, que antes já foi inventada, num papel...
(...) Mas minha alma tem de ser de Deus: se não, como é que ela podia ser minha? ... Olhe: tudo o que não é oração é maluqueira...
PARÊNTESE:
Convido-os a todos a darem as boas-vinda a Tati, que se juntou a nós há pouco. Ela começou a estudar o Curso sozinha há alguns meses e desde segunda se juntou também ao grupo de estudos das segundas-feiras, em Perdizes. Bem-vinda, Tati. Fique à vontade, por favor, para comentar, partilhar seu aprendizado, suas dúvidas, suas questões, sugestões e o que você achar necessário. Obrigado por se juntar a nós.
Moisés, preciso voltar a ler "O Grande Sertão Veredas" pois quando colocas partes do texto assim que é igualzinho aos milagres é de se ficar embasbacado com a sabedoria do cara.
ResponderExcluirMaravilha!
Obrigada!
E bem vinda, Tati.
Bjs
É isso aí, Nina.
ResponderExcluirE é bom lembrar que a sabedoria do "cara" é a mesma que está disponível a todos nós. O que nos falta é apenas a atenção para olhar para tudo com os olhos da inocência, da humildade, que não pensa que sabe, mas que está aberta a tudo que se apresenta e que fica maravilhada com o que vê.
Ou lembrando aquela musiquinha do Renato Teixeira: "olhar as coisas como são, quem dera, e apreciar o simples que de tudo emana. Nem tanto pelo encanto da palavra, mas pela beleza de se ter a fala".
Obrigado por comentar.