segunda-feira, 7 de maio de 2018

Quando, então, deixaremos de dar valor ao mundo?


LIÇÃO 127

Não há nenhum amor a não ser o de Deus.

1. Talvez penses que diferentes tipos de amor são possíveis. Talvez penses que há um tipo de amor para isto, um tipo para aquilo; um modo de amar alguém, outro modo ainda de amar outro alguém. O amor é único. Ele não tem nenhuma parte separada e nenhum grau; nenhum tipo, nem níveis; nenhuma divergência e nenhuma distinção. Ele é igual a si mesmo, inteiramente imutável. Ele nunca se altera com uma pessoa ou uma circunstância. Ele é o Coração de Deus e o de Seu Filho também.

2. O significado do amor está escondido de qualquer um que pense que o amor pode mudar. Ele não percebe que mudar o amor tem de ser impossível. E, deste modo, ele pensa que, às vezes, pode amar e, noutras, odiar. Ele também pensa que o amor pode ser oferecido a um e ainda permanecer ele mesmo embora seja negado a outros. Acreditar nestas coisas a respeito do amor é não compreendê-lo. Se ele pudesse fazer tais distinções, teria de julgar entre o justo e o pecador, e perceber o Filho de Deus em partes separadas.

3. O amor não pode julgar. Do mesmo modo que ele é único em si mesmo, ele olha para tudo como um só. Seu significado está na unidade. E tem de escapar à mente que pensa nele como tendencioso ou parcial. Não há nenhum amor a não ser o de Deus e tudo o que se refere ao amor é d'Ele. No lugar onde não há amor, não há nenhum outro princípio que governe. O amor é uma lei que não tem oposto. Sua completude é o poder que mantém todas as coisas unas, a ligação entre o Pai e o Filho que Os mantém eternamente como o mesmo.

4. Nenhum curso cujo objetivo seja te ensinar a te lembrares do que és realmente poderia deixar de enfatizar que não pode existir nunca uma diferença entre o que tu és realmente e o que o amor é. O significado do amor é teu próprio significado, e compartilhado pelo Próprio Deus. Pois o que tu és é o que Ele é. Não há nenhum amor a não ser o d'Ele, e o que Ele é é tudo o que existe. Sobre Ele Mesmo não se impõe nenhum limite e, por isto, tu também és ilimitado.

5. Nenhuma lei a que o mundo obedeça pode te ajudar a apreender o significado do amor. Aquilo em que o mundo acredita foi feito para esconder o significado do amor e para mantê-lo oculto e secreto. Não há nenhum princípio que o mundo sustente que não viole a verdade do que o amor é e do que tu também és.

6. Não busques no mundo para achar teu Ser. Não se encontra o amor na escuridão e na morte. Porém ele é completamente aparente aos olhos que veem e aos ouvidos que ouvem a Voz do amor. Hoje praticamos libertar tua mente de todas as leis a que pensas ter de obedecer; de todos os limites sob os quais vives e de todas as mudanças que pensas serem parte do destino humano. Hoje damos o maior passo individual que este curso exige em teu avanço na direção à meta que ele estabeleceu.

7. Se conseguires, hoje, o mais leve vislumbre do que o amor significa, avançaste uma distância imensurável e um tempo maior do que o que se pode contar em anos na direção de tua liberdade. Então, juntos, vamos ficar contentes por dedicar algum tempo a Deus hoje e compreender que não há uso melhor para o tempo do que este.

8. Escapa, hoje, de todas as leis nas quais acreditas agora por duas vezes durante quinze minutos. Abre tua mente e descansa. É possível, para qualquer um que não dê valor a ele, escapar do mundo que parece te aprisionar. Retira todo o valor que deste a seus parcos oferecimentos e dádivas insignificantes e deixa que a dádiva de Deus substitua todas elas.

9. Chama por teu Pai, certo de que a Voz d'Ele responderá. Ele Mesmo assegura isto. E Ele Mesmo colocará uma centelha de verdade em tua mente sempre que desistires de uma crença falsa, uma ilusão sombria de tua própria realidade e do que o amor significa. Ele brilhará através de teus pensamentos inúteis hoje e te ajudará a compreender a verdade a respeito do amor. Ele habitará contigo em mansidão amorosa, quando permitires que Sua Voz ensine o significado do amor a tua mente pura e aberta. E Ele abençoará a lição com Seu Amor.

10. Hoje a quantidade de anos futuros de espera pela salvação desaparece diante da intemporalidade do que aprendes. Demos graças, hoje, por sermos poupados de um futuro idêntico ao passado. Hoje, deixamos o passado atrás de nós, para não ser lembrado jamais. E erguemos nossos olhos para um presente diferente do passado em todos os aspectos.

11. O mundo incipiente é recém-nascido. E nós o observamos crescer em saúde e força, para distribuir sua bênção sobre todos que vierem aprender a pôr de lado o mundo que pensavam que era feito no ódio para ser inimigo do amor. Agora todos ficaram livres junto conosco. Agora todos são nossos irmãos no Amor de Deus.

12. Nós nos lembraremos deles ao longo do dia, porque não podemos deixar uma parte de nós fora de nosso amor, se quisermos conhecer nosso Ser. Pensa, pelo menos três vezes por hora, em alguém que faz a jornada contigo e que veio aprender aquilo que tu tens de aprender. E, quando ele vier a tua mente, dá-lhe esta mensagem de teu Ser:

Eu te abençoo, irmão, com o Amor de Deus, que
quero compartilhar contigo. Pois quero aprender
a lição feliz de que não há nenhum amor a não ser
o de Deus e o teu e o meu e o de todos.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 127

"Não há nenhum amor a não ser o de Deus."

A ideia que vamos praticar hoje traz consigo, mais uma vez, como não poderia deixar de ser, outra nova oportunidade de nos pormos em contato com aquilo que somos verdadeiramente. Isto é, temos, hoje, novamente, mais uma oportunidade de aprender, na prática e com as práticas deste dia, a respeito do amor, que é o que somos, e de Deus, que é o Amor Que Somos.

A única "coisa" real é Deus. É o Amor que vem d'Ele, que é o que Ele é. É o que veríamos, perceberíamos, se pudéssemos, de algum modo, vislumbrar uma forma de apreender o que Ele é. Pois Ele é o Inominável, o Indizível e nada do pudermos dizer a respeito d'Ele O define, uma vez que definir é limitar e Ele não conhece limites. Por outro lado, e também da mesma forma, tudo o que dissermos d'Ele também não é o que Ele é, porque tudo o que conhecemos conhecemos dentro de uma consciência ainda limitada por nossa experiência da, e na, forma.

É este amor sem limites, indivisível e, ao mesmo tempo, capaz de abarcar tudo e todos num mesmo abraço, que a lição nos convida a conhecer. Assim:

Talvez penses que diferentes tipos de amor são possíveis. Talvez penses que há um tipo de amor para isto, um tipo para aquilo; um modo de amar alguém, outro modo ainda de amar outro alguém. O amor é único. Ele não tem nenhuma parte separada e nenhum grau; nenhum tipo, nem níveis; nenhuma divergência e nenhuma distinção. Ele é igual a si mesmo, inteiramente imutável. Ele nunca se altera com uma pessoa ou uma circunstância. Ele é o Coração de Deus e o de Seu Filho também.

É a este amor que podemos chamar de incondicional. Não há outro.

A lição continua:

O significado do amor está escondido de qualquer um que pense que o amor pode mudar. Ele não percebe que mudar o amor tem de ser impossível. E, deste modo, ele pensa que, às vezes, pode amar e, noutras, odiar. Ele também pensa que o amor pode ser oferecido a um e ainda permanecer ele mesmo embora seja negado a outros. Acreditar nestas coisas a respeito do amor é não compreendê-lo. Se ele pudesse fazer tais distinções, teria de julgar entre o justo e o pecador, e perceber o Filho de Deus em partes separadas.

O amor não pode julgar. Do mesmo modo que ele é único em si mesmo, ele olha para tudo como um só. Seu significado está na unidade. E tem de escapar à mente que pensa nele como tendencioso ou parcial. Não há nenhum amor a não ser o de Deus e tudo o que se refere ao amor é d'Ele. No lugar onde não há amor não há nenhum outro princípio que governe. O amor é uma lei que não tem oposto. Sua completude é o poder que mantém todas as coisas unas, a ligação entre o Pai e o Filho que Os mantém eternamente como o mesmo.

Será que a partir disso ainda vamos pensar que há como dividir as pessoas entre as que merecem receber nosso amor e as que não? Será que ainda vamos ser capaz de pensar que podemos dar um amor um pouco maior a algumas e um amor um pouco menor, diferente a outras? Ou ainda negar o amor totalmente a outras mais?

Não há nenhum amor a não ser o de Deus. 

Isto quer dizer que não é amor um sentimento ou emoção qualquer que tenhamos, e que pense ser possível excluir alguém de nosso abraço amoroso. Vejamos, então, o que o Curso quer que aprendamos: 

Nenhum curso cujo objetivo seja te ensinar a te lembrares do que és realmente poderia deixar de enfatizar que não pode existir nunca uma diferença entre o que tu és realmente e o que o amor é. O significado do amor é teu próprio significado, e compartilhado pelo Próprio Deus. Pois o que tu és é o que Ele é. Não há nenhum amor a não ser o d'Ele, e o que Ele é é tudo o que existe. Sobre Ele Mesmo não se impõe nenhum limite e, por isto, tu também és ilimitado.

Nenhuma lei a que o mundo obedeça pode te ajudar a apreender o significado do amor. Aquilo em que o mundo acredita foi feito para esconder o significado do amor e para mantê-lo oculto e secreto. Não há nenhum princípio que o mundo sustente que não viole a verdade do que o amor é e do que tu também és.

Não busques no mundo para achar teu Ser. Não se encontra o amor na escuridão e na morte. Porém ele é completamente aparente aos olhos que veem e aos ouvidos que ouvem a Voz do amor. Hoje praticamos libertar tua mente de todas as leis a que pensas ter de obedecer; de todos os limites sob os quais vives e de todas as mudanças que pensas serem parte do destino humano. Hoje damos o maior passo individual que este curso exige em teu avanço na direção à meta que ele estabeleceu.

É isso! É preciso que estejamos dispostos a reconhecer que as leis do mundo, que limitam o amor,  não têm de ser obedecidas, se praticarmos viver o amor de Deus, a recebê-lo e a estendê-lo a tudo e a todos, mesmo neste mundo.

Como o Curso ensina, o que Deus nos dá é dado verdadeiramente e tem de ser recebido de verdade. Pois as dádivas de Deus não têm realidade, quando não as recebemos. É por isso que não nos serve de nada a compreensão intelectual da onipotência, onisciência e onipresença de Deus. É preciso que a tenhamos na consciência, na mente e no coração. Deus só pode ir conosco aonde formos se O convidarmos e permitirmos que Ele vá conosco.

Não há nenhum amor a não ser o de Deus.

É esta verdade que a lição quer que aprendamos hoje, para recebermos com ela o milagre que está reservado a cada um de nós, quando nos abrirmos para o único amor que existe. E não há limites para o que podemos alcançar se o desejarmos de verdade.

É o que a lição diz desta forma:

Se conseguires, hoje, o mais leve vislumbre do que o amor significa, avançaste uma distância imensurável e um tempo maior do que o que se pode contar em anos na direção de tua liberdade. Então, vamos, juntos, ficar contentes por dedicar algum tempo a Deus hoje e compreender que não há uso melhor para o tempo do que este.

Escapa, hoje, de todas as leis nas quais acreditas agora por duas vezes durante quinze minutos. Abre tua mente e descansa. É possível, para qualquer um que não dê valor a ele, escapar do mundo que parece te aprisionar. Retira todo o valor que deste a seus parcos oferecimentos e dádivas insignificantes e deixa que a dádiva de Deus substitua todas elas.

Chama por teu Pai, certo de que a Voz d'Ele responderá. Ele Mesmo assegura isto. E Ele Mesmo colocará uma centelha de verdade em tua mente sempre que desistires de uma crença falsa, uma ilusão sombria de tua própria realidade e do que o amor significa. Ele brilhará através de teus pensamentos inúteis hoje e te ajudará a compreender a verdade a respeito do amor. Ele habitará contigo em mansidão amorosa, quando permitires que Sua Voz ensine o significado do amor a tua mente pura e aberta. E Ele abençoará a lição com Seu Amor.

É certo que é aparentemente difícil aceitar uma ideia como a de hoje enquanto ainda pensarmos que há qualquer coisa de valor no mundo das aparências, das formas e das ilusões. Precisamos estar dispostos a abandonar o mundo de uma vez por todas. Para ganhá-lo por inteiro. Para vencê-lo. Para libertá-lo por completo de quaisquer ideias e pensamentos equivocados que temos a respeito dele. Mas quando teremos tal disposição, se tudo o que conseguimos fazer é protelar nossa decisão de escolher o Céu de forma definitiva? Quando, então, nos decidiremos a deixar de dar valor a qualquer coisa no - e do - mundo?

Uma das lições que já praticamos mais de uma vez garante que ainda somos como Deus nos criou, pois não há como sermos diferentes. Com a de hoje vamos fazer um esforço para aprender que não há, de fato, nada de valor no mundo em que aparentemente vivemos. Ao contrário, o mundo busca esconder o significado do amor, de modo a não o descobrirmos e, por consequência, não nos descobrirmos nele. E nem a Deus em nós.

Não há nenhum amor a não ser o de Deus. 

Pratiquemos, pois, de acordo com as orientações que recebemos hoje, para apressar nosso encontro com o Ser em nós, de Quem equivocadamente pensamos estar separados. Pois, como o Curso afirma em determinado ponto, já somos Aquilo que buscamos.

Assim é que vamos aprender que:

Hoje a quantidade de anos futuros de espera pela salvação desaparece diante da intemporalidade do que aprendes. Demos graças, hoje, por sermos poupados de um futuro idêntico ao passado. Hoje, deixamos o passado atrás de nós, para não ser lembrado jamais. E erguemos nossos olhos para um presente diferente do passado em todos os aspectos.

O mundo incipiente é recém-nascido. E nós o observamos crescer em saúde e força, para distribuir sua bênção sobre todos que vierem aprender a pôr de lado o mundo que pensavam que era feito no ódio para ser inimigo do amor. Agora todos ficaram livres junto conosco. Agora todos são nossos irmãos no Amor de Deus.

Nós nos lembraremos deles ao longo do dia, porque não podemos deixar uma parte de nós fora de nosso amor, se quisermos conhecer nosso Ser. Pensa, pelo menos três vezes por hora, em alguém que faz a jornada contigo e que veio aprender aquilo que tu tens de aprender. E, quando ele vier a tua mente, dá-lhe esta mensagem de teu Ser:

Eu te abençoo, irmão, com o Amor de Deus, que
quero compartilhar contigo. Pois quero aprender
a lição feliz de que não há nenhum amor a não ser
o de Deus e o teu e o meu e o de todos. 

Às práticas?

*

ADENDO:

2017. Maio, dia 7: De Léon a San Martin del Camino (26,5 km)

É domingo. Deixamos o hostal, Lincoln e eu, por volta das oito horas e paramos num bar para o café da manhã.

Logo depois, encontramos Herna - não sei se é assim que se escreve o nome dela -, uma gaúcha que mora em Brasília e está com dificuldade para andar. Ela parou por lá para descansar um pouco antes de seguir.

Em seguida, o encontro é com duas mineiras, Ana, de Juiz de Fora, e Natália, acho que de Belo Horizonte. Ambas moram em Brasília. São enfermeiras e trabalham no Sara Kubitschek, aquele hospital referência na Capital Federal. Ana trabalha no setor de oncologia e Natália no de pediatria. Natália, além de enfermeira , é fotógrafa e professora de francês. Ela carrega uma câmera fotográfica enorme, profissionalíssima, ultramoderna, que deve pesar quase tanto quanto a mochila dela.

Alguns quilômetros adiante, depois que nos distanciamos delas, Lincoln tem uma dor de barriga homérica e é obrigado a usar uma moita que encontramos à beira do caminho por onde andamos. Quando estávamos andando junto delas tínhamos parado numa banca de frutas que estava fechando e ele comeu uma fruta, acho que uma banana, que não deve ter caído bem.

Entre vais e vens, paramos para almoçar em Villandangos del Páramo, já a vinte de dois quilômetros de Léon. E vejam quem encontramos no restaurante: ele mesmo, João Azevedo. O prato que pedimos se compõe de ovos fritos, chorizo e batatas fritas. E, claro, cerveja, cerveja e cerveja.

Ana e Natália chegam também. Almoçamos todos juntos.

Após o almoço seguimos, ainda vamos andar quatro quilômetros e meio para chegar a San Martin. Isso acontece lá por volta das cinco da tarde.

Fazemos o registro no albergue Vieira e, após acomodados, banho tomado, roupas lavadas, participamos do jantar comum oferecido aos peregrinos. Muito bom. Um macarrão com frutos do mar, seguido de uma salada e de carne de "buey" com molho, pão e vinho. Depois, como "postre", torta de "manzana". E algo para ajudar a digestão, uma fruta curtida em algum tipo de bebida alcoólica. Depois das apresentações de todos os peregrinos presentes, um licorzinho, para fechar em grande estilo.

Após o jantar, mais tarde, em uma área na frente do albergue, como mesas e tendas, tomamos uma garrafa de vinho, abrimos uma garrafa de vinho que estava na mochila de Lincoln, se não me engano, e a tomamos com anchovas e pão.

E toca dormir, porque amanhã é dia de chegar a Astorga.

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