sábado, 26 de maio de 2018

O significado do mundo está no que pensamos dele


LIÇÃO 146

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(131) Ninguém que busque alcançar a verdade pode falhar.

(132) Libero o mundo de tudo o que eu pensava que ele fosse.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 146

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

Ninguém que busque alcançar a verdade pode falhar.

Libero o mundo de tudo o que eu pensava que ele fosse.

Voltemos mais uma vez nossa atenção para a primeira das ideias que revisamos hoje. Uma ideia que nos põe em contato direto com a possibilidade de alcançarmos a verdade a nosso próprio respeito, além de qualquer sombra de dúvida, além de qualquer idade e de qualquer medida no tempo. 

Aliás, só quem pode duvidar disso é o falso eu [o ego do Curso], aquela parte de nossa mente que acredita na separação e que busca nos convencer de que a ilusão que este mundo nos oferece é que é a verdade.

Lembremo-nos de que o Curso ensina que o estado natural de todo Filho de Deus é o estado de graça, ressaltando que "quando ele [o Filho de Deus] não está em estado de graça, está fora de seu ambiente natural e não funciona bem".

Noutro ponto do texto o Curso diz que só fora de nosso ambiente natural é que podemos nos perguntar: "O que é a verdade?", já que a verdade é o ambiente pelo qual e para o qual fomos criados. Isto, sem dúvida, dá todo o sentido à primeira das ideias que revisamos hoje.

A segunda ideia de nossa revisão indica a maneira pela qual podemos alcançar a verdade. Isto é, pela liberação do mundo, pela compreensão de que tudo o que já pensamos no passado a respeito do mundo foi mudando com a ilusão da passagem do tempo, que, como o Curso ensina, não existe como uma linha linear sobre a qual vão se depositando nossas vivências dia a dia.

Porque, assim como mudamos o modo de pensar ao longo do tempo em que acreditamos viver, o mundo vai mudando, bem de acordo com a mudança que operamos em nosso modo de pensar, não é mesmo? Então, resta-nos a alternativa de alinhar o que pensamos ao que o Curso ensina acerca do mundo. Isto é, que ele, e tudo o que aparentemente existe nele, é neutro. 

Isto quer dizer, conforme já vimos lá atrás, nas primeiras lições, que todas as coisas só adquirem significado a partir daquilo que pensamos delas. Em outras palavras, o mundo, as coisas e as pessoas do, e no, mundo têm apenas o significado que queremos que tenham. 

Refazendo, portanto, a pergunta feita antes, compreender isto não é, de fato, um grande passo em direção à liberdade e, por consequência, em direção à verdade? E mais: um grande passo na direção do estado de graça, nosso estado natural, que fica além do tempo e de qualquer medida que possamos inventar na experiência dos sentidos e da forma? 

Às práticas?

*

ADENDO:

Jornada num tempo sem tempo (ou viagem de volta no tempo?)

2017. Maio, dia 26: De Santiago de Compostela a Madri (Via trem - Renfe)

Apesar da previsão do tempo não ter anunciado chuva, amanheceu chovendo em Santiago. Hora de arrumar todas as coisas para ir até a estação.

Saio da Pensión Forest por volta das nove e meia, sob chuva, uns pingos esparsos apenas. Passo pela Catedral - pela saída, na verdade -, passo pela praça lateral dela e pela entrada provisória noutra das laterais. Tudo ainda está meio que começando a voltar à vida. Umas poucas pessoas de capa de chuva, turistas e guias de guarda-chuvas, alguns peregrinos chegando e buscando informações, após a festa da chegada.

Escolho o caminho por uma rua em que há um longo trecho para se caminhar sob os arcos, pois aí há bastante proteção para não ser pego pela chuva. Tento ir à ótica que há no fim da rua. Ainda tenho a sensação de que posso conseguir consertar de alguma forma o par de óculos quebrados que trouxe comigo. Ainda não abriu.

Vou, então, à procura do caminho para chegar à estação e, para variar, tomo a direção errada. Caminho cerca de quatro ou cinco quarteirões até encontrar alguém que me dá a informação do caminho a tomar. Vou na direção indicada e paro dois quarteirões adiante, onde a pessoa que me deu a informação dizia haver uma praça de onde eu devia seguir diretamente em frente. Pergunto a um senhor que está limpando as vitrines de uma livraria e ele me dá outra indicação.

Sigo para o lado que me diz que devo ir e chego, assim, à rua que vai me levar diretamente à estação ferroviária. São vários quarteirões até lá. Ainda chove aqueles pingos esparsos. Chego cedo. Um pouco depois das dez. O horário do trem é 12:10 horas. 

Vou para o bar para tomar o café-da-manhã, que ainda não tinha tomado. Preciso lembrar aqui que estou carregando duas mochilas, uma na frente e outra nas costas, além da caixa de papelão dos Correios com os bastões.

Após o café, resta esperar. Lá pelas tantas, por volta do meio-dia, os alto-falantes anunciam que está aberto o serviço de controle de peso de bagagens para o trem em que vou viajar. Todos os passageiros vão para a via - o local em que o tal controle vai ser feito. Tem-se de passar a bagagem toda, as duas mochilas e a caixa com os bastões pela máquina de raio-X, daquele tipo usado em aeroportos. 

Depois disso, apresento o bilhete da passagem e vamos aguardar o trem que está atrasado em um minuto.

O destino é Madri, mas está prevista um troca de trem em Ourense, o que acontece cerca de quarenta minutos depois de iniciada a viagem. O trem de Ourense também tem um atraso de três ou quatro minutos.

Partimos.

Inicialmente a previsão de chegada a Madri era às 17:54 horas. Com as paradas e os atrasos, chegamos às 18 horas. Na Estação Chamartin, que eu não conheço. Sinto-me meio perdido, porque pensei que chegaria na Estação Atocha, que já conheço.

Vou ao banheiro e depois parto em busca de informações. No balcão da Renfe a atendente me dá um bilhete para tomar outro trem diretamente para o Aeroporto Barajas, Terminal T4.

A viagem demora cerca de 15 ou 20 minutos. Aí toca descobrir como chegar ao hotel. No balcão de informações uma atendente me dias para tomar o autobus 200 e descer em Canillejas. Tomar, em seguida, o 77 e descer em Yecora. SQN. Primeiro descubro que para tomar o 77 é preciso atravessar a rotunda em o 200 me deixou. Tomo o 77 e depois de muitas paradas chego a Yecora. Desço. Procuro no mapa que há atrás do ponto a rua do hotel. Quem diz que acho?

Então, me encaminho na direção de uma loja que vende frutas, sucos e "otras cositas mas" e peço ajuda para a moça, que parece ser a dona do estabelecimento, uma jovem que está com a filhinha, que está na fase de aprender a escrever e chama pela mamá a todo instante - " La erre, mamá? Y esta"?

A moça, com toda a paciência do mundo, pega seu celular e consulta daqui, consulta dali, resolve me dar outro itinerário, em que eu teria de tomar três ônibus diferentes. O itinerário que a atendente no aeroporto me deu me deixou menos do que no meio do caminho, mas na direção contrária. Aí ele me pergunta se eu não posso pagar um táxi. Digo que posso, desde que não seja muito caro - porque, diz ela, seria muito complicado fazer o trajeto de ônibus e, ainda assim, eu teria de andar muito para chegar ao hotel.

Ela me dá um copinho de suco de laranja. E chama o táxi para mim. Minha figura deve estar de fazer dó. Lembremo-nos de novo que estou com as duas mochilas e a caixa de papelão. E que o calor está de arrepiar: 36 graus.

Ela, com a filhinha, espera o táxi na porta comigo. O taxista chega em dois ou três minutos. Despeço-me se saber como agradecer e ela diz que foi um prazer ajudar. 

No caminho, o motorista me pergunta a respeita do acontecido e fica surpreso com a indicação que me deram. No fim, diz ele, você tomou dois ônibus, três euros, e vai pagar a corrida que dever dar uns doze euros. Se tivesse tomado um táxi direto no aeroporto pagaria cerca de 20 euros e já estaria no hotel sem essa confusão toda, sem contar o cansaço. Ele diz que não há linha de ônibus que passe no hotel onde vou ficar. 

Bem... cheguei. Fiz o registro e subi para tomar banho. Já passava das oito e meia. Faço uso do telefone durante algum tempo para enviar algumas mensagens e responder a outras e desço para jantar.

Após o jantar, subo para dormir. Ligo a televisão, mas não encontro nada assistível. Apago as luzes às 23:16 horas. E durmo.

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