quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Haverá um final para o que não teve um início?


LIÇÃO 306

A dádiva de Cristo é tudo o que busco hoje.

1. O que a não ser a visão de Cristo eu usaria hoje, se ela pode me oferecer um dia em que vejo o mundo tão parecido com o Céu que uma lembrança antiga volta para mim? Hoje posso esquecer o mundo que fiz. Hoje posso ir além de qualquer medo e ser devolvido ao amor, e à santidade, e à paz. Hoje sou redimido e nasço de novo em um mundo de misericórdia e proteção; de bondade amorosa e da paz de Deus.

2. E assim, Pai nosso, voltamos a Ti, lembrando que nunca partimos, lembrando de Tuas dádiva para nós. Em gratidão e reconhecimento vimos, com as mãos vazias e corações e mentes abertos, pedir apenas o que Tu dás. Não podemos fazer uma oferenda adequada a Teu Filho. Mas, no Teu Amor, a dádiva de Cristo é dele.

*

COMENTÁRIO:

Repetindo, mais uma vez, com algumas pequenas alterações, os comentários feitos anteriormente a esta lição, lembremo-nos das palavras finais do livro O Nascimento do Prazer, de Carol Gilligan, do qual já lhes falei antes:

"Talvez o amor seja como a chuva. Às vezes suave, às vezes torrencial, que inunda, esboroando, alegre, constante, que impregna a terra e se acumula em fontes subterrâneas. Quando chove, quando amamos, surge mais vida. Dizer que existem duas vias, uma que leva à vida e uma que leva à morte e [que], portanto, escolhamos a vida, é na realidade dizer: escolhamos o amor. Nós temos um mapa. Conhecemos o caminho."

Isto. como eu já disse também, não é em nada diferente do que nos aconselham todos os mestres que já andaram - e os que ainda andam - por este mundo e trilharam, ou ainda trilham, os caminhos que ora trilhamos. Isto é exatamente o que dizem todos os mestres com quem já tomamos contato, de quem já tivemos notícia. E também é o que dizem todos os mestres que nos falam hoje. Ou que vão dizer todos aqueles com quem ainda vamos tomar contato.


Acredito também que isto não é nada diferente do que se continuará a dizer por anos e anos, décadas e décadas, séculos e séculos, eras, até o final dos tempos [haverá um final, se sabemos que não houve um início?], quando já não nos encontrarmos aqui, na forma corpórea, que acreditamos usar como o veículo que nos permite estar no mundo e entrar em contato e em comunicação com os que o habitam ao mesmo tempo que nós. [Lembremo-nos também de que há ainda os que, de forma equivocada, se acreditam corpos e temem por ele, por seu desaparecimento, por doenças que ele possa vir a contrair, por dores que ele possa sofrer.]

Uma lição recente afirma: "a percepção é um espelho, não um fato". O Curso ensina: "o mundo é ilusão", "o corpo é ilusão". E teimamos em acreditar que ele, o corpo, e todas as coisas que ele vê e inventa na ilusão de ser e ter algum valor diferente daquele que nós mesmos atribuímos a ele e a todas as coisas, é real, equivocados por acreditar no sistema de pensamento do ego. Teimamos em acreditar que o mundo não é apenas resultado de nossos pensamentos e interpretações colocados "aparentemente" fora de nós.

É esta nossa crença que cria-inventa todo o sofrimento, toda a dor, todas as aparentes desgraças e infortúnios do desamor no mundo em que acreditamos viver. Neste mundo das formas e aparências, que só existe a partir do que pensamos. É isso que queremos de fato? Não?

Vamos nos fazer, então, mais uma vez a pergunta feita ao final dos comentários anteriores a esta lição: Por que, então, não experimentar trazer à consciência - e mantê-la lá - a ideia que o Curso nos oferece para as práticas desta quinta-feira, dia 1 de novembro?

Ela pode, com certeza, ajudar a transformar nossa experiência pessoal de mundo e, com isso, ajudar a transformar o mundo em Céu. Pois, como o Curso ensina: "Mesmo neste mundo, sou eu que governo meu destino." Lembram-se da lição 253?

Às práticas, pois! 

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