terça-feira, 6 de novembro de 2012

Vemos apenas o que queremos ver? É possível?



10. O que é o Juízo Final?

1. A Segunda Vinda de Cristo oferece esta dádiva ao Filho de Deus: ouvir a Voz por Deus revelar que aquilo que é falso é falso e que aquilo que é verdadeiro não muda nunca. E este é o julgamento no qual a percepção acaba. No começo tu vês um mundo que aceita isto como verdadeiro, projetado a partir de uma mente agora correta. E, com essa visão santa, a percepção dá uma bênção silenciosa e, então, desaparece, alcançada sua meta e cumprida sua missão.

2. O juízo final sobre o mundo não contém nenhuma condenação. Pois ele vê o mundo como totalmente perdoado, inocente e totalmente sem propósito. Sem uma causa e, agora, sem uma função na visão de Cristo, ele simplesmente desaparece no nada. Aí ele nasceu e também aí acaba. E todas as imagens no sonho em que o mundo começou se vão com ele. Agora, os corpos são inúteis e, por isso, se desvanecerão, porque o Filho de Deus não tem limites.

3. Tu, que acreditaste que o Juízo Final de Deus condenaria o mundo ao inferno junto contigo, aceita esta verdade santa: o Julgamento de Deus é a dádiva da Correção que Ele concedeu a todos os teus erros, libertando-te deles e de todos os efeitos que eles já pareceram ter. Ter medo da graça redentora de Deus é apenas ter medo da liberação total do sofrimento, da volta à paz, à segurança e à felicidade, e da união com tua própria Identidade.

4. O Juízo Final de Deus é tão misericordioso quanto cada passo no plano designado por Ele para abençoar Seu Filho e lhe pedir que volte à paz eterna que Deus compartilha com o filho. Não tenhas medo do amor. Pois só ele pode curar toda a tristeza, enxugar todas as lágrimas e despertar suavemente, de seu sonho de dor, o Filho a quem Deus reconhece como Seu. Não tenhas medo disso. A salvação pede que tu lhe dês acolhida. E o mundo espera tua alegre aceitação, que o libertará.

5. Este é o Juízo Final de Deus: "Tu ainda és Meu Filho santo, eternamente inocente, eternamente amoroso e eternamente amado, tão sem limites quanto teu Criador e inteiramente imutável e puro para sempre. Desperta, portanto, e volta para Mim. Eu sou Teu Pai e tu és Meu Filho".

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LIÇÃO 311

Julgo todas as coisas como quero que sejam.

1. O julgamento foi feito para ser uma arma contra a verdade. Ele separa aquilo contra o qual está sendo usado e o isola como se fosse uma coisa separada. E, em seguida, faz dela aquilo que queres que seja. Ele julga aquilo que não pode compreender, porque não pode ver a totalidade e, por isso, julga de forma falsa. Não vamos usá-lo hoje, mas fazer dele uma dádiva. Àquele Que tem um uso diferente para ele. Ele nos aliviará da agonia de todos os julgamentos que fazemos de nós mesmos e restabelecerá a paz de espírito, dando-nos o Juízo de Deus acerca de Seu Filho.

2. Pai, esperamos com a mente aberta, hoje, ouvir Teu Juízo acerca do Filho que Tu amas. Não o conhecemos e não podemos julgá-lo. E, assim, deixamos que Teu Amor decida o que ele, a quem Tu criaste como Teu Filho, tem de ser.

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COMENTÁRIO:

Eis-nos de novo, nesta terça-feira, dia 6 de novembro, às voltas com o novo tema que o Curso nos oferece para orientar e dar unidade às práticas dos próximos dez dias, das próximas dez lições, entre elas a de hoje: O que é o Juízo Final? 

Como já se disse antes, e não poucas vezes, utilizados corretamente, de acordo com as instruções recebidas inicialmente, tanto o texto desta instrução, ao qual devemos voltar diariamente, quanto as ideias das lições que vamos praticar podem nos ajudar a abandonar o julgamento por completo. 

E abandonar o julgamento significa abandonar tanto aquele julgamento que fazemos de nós mesmos quanto o que fazemos do(s) outro(s). Apesar de já sabermos há muito, intuitiva e inconscientemente, aquilo que o Curso ensina. Isto é, que todo o julgamento que fazemos é sempre o julgamento de nós mesmos.

Da mesma forma, as ideias que o Curso nos reserva para as práticas dos próximos dez dias podem nos fazer abandonar de uma vez por todas a crença que recebemos de nossa educação, segundo a qual o Juízo Final reserva a todos e a cada um de nós a possibilidade de uma condenação ao fogo do inferno, ao chorar e ranger de dentes, uma vez que não somos capazes de atender às exigências de perfeição que nos faz o sistema de pensamento do ego do alto de sua onipotência.

Podemos então nos perguntar novamente, como fizemos antes: quantas vezes nos culpamos por alguma atitude que consideramos equivocada e que acreditamos que pudesse ter ferido alguém ou provocado dor e mágoa? E quantas vezes, para nossa surpresa, descobrimos que a pessoa que julgamos ter prejudicado, ferido ou magoado veio nos agradecer pela palavra ou pelo gesto, que lhe permitiu ver a questão de outra perspectiva? Que lhe permitiu aprender, crescer e mudar?

A humildade de reconhecer que não sabemos nada é essencial para nossa aproximação do ensinamento do UCEM. O próprio Curso vai nos aconselhar alguma vez a abandonar tudo o que pensamos, tudo o que aprendemos, tudo o que pensamos saber, e até mesmo a abandonar o próprio ensinamento que ele nos oferece, para nos aproximarmos da luz de mãos, mentes e corações vazios. A luz, que é o que somos, e que é o que Deus reserva para cada um de nós no mais íntimo de nós mesmos.

O Juízo Final, o Curso afirma em outro ponto, não é o fim do mundo, mas sua transformação em Céu. O que significa dizer, sim, o fim do mundo, mas o fim do mundo como o conhecemos agora, a partir da percepção equivocada do falso eu - do ego. O Juízo Final, para o Curso, será, talvez, em meu modo de entender, a liberação das culpas e dos medos, do apego e das carências. O reconhecimento de que temos tudo e tudo podemos em Deus, com Ele, na Unidade com o que somos.

Daí a necessidade e a utilidade das práticas da ideia para hoje: Julgo todas as coisas como quero que sejam. Para trazermos à consciência o fato de que tudo o que vemos só pode deixar de ser neutro quando lhe dermos algum valor. Isto é, as coisas que vemos são forçosamente o que queremos que sejam. Sim, as coisas que vemos são apenas aquilo que queremos ver. Não há como ser diferente. A não ser que mudemos nosso modo de pensar a respeito delas.

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