domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Pois eu já sou aquilo que busco."

LIÇÃO 37

Minha santidade abençoa o mundo.

1. Esta ideia contém o primeiro vislumbre de tua função verdadeira no mundo, ou da razão pela qual estás aqui. Teu propósito é ver o mundo por meio de tua própria santidade. Deste modo, tu e o mundo são abençoados ao mesmo tempo. Ninguém perde; não se tira nada de ninguém; todos ganham por meio de tua visão santa. Ele significa o fim do sacrifício porque oferece a todos seu direito integral. E cada um tem direito a todas as coisas porque elas são seu direito como um Filho de Deus.

2. Não existe nenhuma outra maneira que possa eliminar a ideia de sacrifício do modo de pensar do mundo. Qualquer outro modo de ver exigirá pagamento de alguém ou de alguma coisa inevitavelmente. Como consequência, aquele que percebe perderá. E nem sequer terá ideia do motivo pelo qual perde. Contudo sua integridade lhe é devolvida à consciência por meio de tua visão. Tua santidade o abençoa por não lhe pedir nada. Aqueles que se veem íntegros não fazem nenhuma exigência.

3. Tua santidade é a salvação do mundo. Ela te permite ensinar ao mundo que ele é um contigo, não por meio de sermão, nem por lhe dizeres qualquer coisa, mas simplesmente por teu reconhecimento sereno de que em tua santidade todas as coisas são abençoadas junto contigo.

4. Os quatro períodos mais longos de exercícios de hoje, que devem envolver de três a cinco minutos de prática, começam com a repetição da ideia para hoje, seguida de mais ou menos um minuto no qual olhas ao teu redor enquanto aplicas a ideia a qualquer coisa que vejas:

Minha santidade abençoa esta cadeira.
Minha santidade abençoa aquela janela.
Minha santidade abençoa este corpo.

Em seguida, fecha os olhos e aplica a ideia a qualquer pessoa que te ocorrer, usando o nome dela e dizendo:

Minha santidade te abençoa, [nome].

5. Podes continuar o período de prática de olhos fechados; podes abrir os olhos novamente e aplicar a ideia para hoje ao teu mundo exterior se assim desejares; podes alternar entre a aplicação da ideia ao que vês a tua volta e àquilo que está em teus pensamentos; ou podes utilizar qualquer combinação destas duas fases da aplicação que preferires. Os períodos de prática devem ser concluídos com uma repetição da ideia de olhos fechados e outra, imediatamente em seguida, de olhos abertos.

6. Os exercícios mais breves consistem em repetir a ideia tantas vezes quanto puderes. É particularmente útil aplicá-la em silêncio a qualquer um que encontrares, usando seu nome ao fazê-lo. É essencial usar a ideia se alguém parecer te causar uma reação hostil. Oferece-lhe imediatamente a bênção de tua santidade, a fim de que possas aprender a mantê-la em tua própria consciência.

*

COMENTÁRIO:

Parece-me, a partir da primeira passada de olhos, que vai se revelar muito interessante um texto que recebi de um amigo via internet. O texto/livro se chama The Open Secret, o que se poderia traduzir por O Segredo Evidente, e é de autoria de Tony Parsons, um escritor que não conheço e de quem nunca li nada antes.

Vejam o que ele diz para começar:

"A natureza da liberação é direta, simples e tão natural quanto respirar. Muitos cruzarão com ela e rapidamente voltarão a se misturar àquilo que pensam poder conhecer ou fazer. Mas existem aqueles para os quais o convite encontrará eco ... eles verão subitamente e estarão prontos para abandonar toda busca, mesmo daquilo a que chamam iluminação."

E o que isso tem a ver com ideia para nossas práticas deste domingo, dia 6 de fevereiro? - vocês podem muito bem se perguntar, uma vez que o Curso é um dos caminhos que trilhamos nesta busca que Tony Parsons diz que alguns vão abandonar tão logo cruzem com a liberação e aceitem seu convite.

Bem, eu acho que o Curso, a prática diária principalmente, é um convite que alguns de nós aceitam e outros não. Porque preferem voltar ao que conhecem e pensam saber fazer a fazerem qualquer esforço na direção de um autoconhecimento que não sabem onde vai dar. Acostumados que estão a viverem fora de si mesmos. Acostumados à crença em uma separação que nunca existiu, não existe nem nunca existirá.

Como já disse outras vezes, com base no ensinamento do Curso e também com base em autores diferentes, todos os nosso problemas, que o Curso diz ser um só, advêm da crença na separação, o que nos leva a buscar alguma coisa que nunca perdemos: a santidade original, a alegria natural, a paz. Ou ainda, como diz Tony Parsons em seu texto, iluminação, liberação, completude, liberdade ou unidade.

E mais um trechinho do início de seu livro:

"Pois eu já sou aquilo que busco. O que quer que seja que busque ou pense querer, por maior que seja a lista de compras, todos os meus desejos são apenas um reflexo de meu anseio de voltar para casa. E casa é unidade, casa é minha natureza original. Ela está aqui, simplesmente no que existe. Não há nenhum outro lugar para o qual eu tenha de ir, e nada mais que eu tenha de me tornar."

Uma última frase: "a iluminação só se torna disponível quando se aceita que ela não pode ser alcançada".

Abençoemos, pois, o mundo, o que pensamos ser e o que somos, mesmo que não entendamos a diferença. As práticas podem, de fato, mudar nossa percepção a respeito de nós mesmos, isto é, a respeito da imagem que construímos de nós mesmos equivocados pela crença na separação.

4 comentários:

  1. Sr. Moises, obrigado por este site, pois sinto muitos a fazer este curso. Por favor, poderia conversar sobre o significado do pronome possessivo "minha", ser, necessariamente, o mesmo do pronome "nossa" nos exercicíos, tendo em vista que a diferença de significantes apenas advém de nossas percepções egóicas e não a una do Espirito Santo. Um abraço.

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  2. Moisés, como poderia alguém em "sã consciência" vivenciar a paz e em seguida abrir mão dela escolhendo voltar ao medo, ao conflito?
    Penso que, ou não estava conciente, ou não conheceu a Paz.Não é mesmo?
    O curso nos mantém conscientes, esse é um aspecto importante para praticarmos as lições diariamente, nos mantém sóbrios, lúcidos... se me afasto, é na lição que me conecto a Fonte e recarrego as baterias... Arriscaria dizer que "me traz de volta para mim", quando no dia a dia minha mente se perde em meio as tribulações de ordem prática,memórias e expectativas futuras.
    Isso não significa não ter sonhos e objetivos, significa apenas tirar o ego do controle...
    Quão verdadeiro é para mim a questão da busca da iluminação e quão pacífica e submissa se torna a nossa mente quando verdadeiramente confiamos no nosso Ser, no nosso Deus Interior e cessamos a busca de ilusões inclusive a iluminação e santidade, especialmente dádivas, recompensas para além desta vida.
    A Paz para mim só foi possível, quando abandonei a luta, a expectativa de encontrar algo fora de mim que pudesse mudar minha vida e quando parei de olhar a vida como se fosse um balcão de mercadorias onde trocamos uma boa ação por uma dádiva divina.
    Bençãos de Luz
    Lena

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  3. Caro Roberto Meglin,

    Obrigado por se manifestar e por suas palavras de incentivo ao trabalho feito com o blogue.

    Se entendi bem sua dúvida (?) se relaciona à questão do uso do possessivo meu ou minha em lugar de nosso, nossa.

    Até onde consigo perceber, os possessivos meu e minha, como seus plurais incluídos, se referem simbolicamente a uma experiência que reputo individual, isto é, algo que eu penso a respeito de mim mesmo e que não necessariamente pode servir para simbolizar a experiência de outro(s) de mim.

    Nos exercícios, parece-me, Jesus fala às vezes de sua própria experiência e nos exorta às práticas, instando-nos individualmente a seguirmos a orientação que o livro nos oferece. Outras vezes ele se coloca como mais um de nós e fala das práticas que vamos realizar juntos. Isto é, ele e um de nós, o que lê e se dispõe a praticar. Para deixar bem claro para cada um de nós, que ele nos acompanha em pensamento e em espírito enquanto praticamos.

    É verdade, como você diz, que nosso, nossa e seus plurais podem simbolizar melhor eventualmente nossa compreensão da unidade que somos no Espírito Santo, em Deus. Entretanto, como as línguas servem apenas como uma alternativas infinitamente pobre para simbolizar o Inominável e tudo o que se refere a Ele e em razão de o Curso ter sido escrito para ser lido por homens e mulheres que têm egos, mesmo o nosso ou o nossa podem, às vezes denotar um significado de posse que exclui outro(s) grupo(s) de pessoas que optamos por não incluir em nossa experiência.

    Mais que nos atermos ao signifado particular desta ou daquela palavra, quer me parecer, o próprio Curso enfatiza a necessidade de que busquemos perceber, com a mente e o coração, além do intelecto, o que está por detrás das palavras.

    Obrigado mais uma vez por compartilhar.

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  4. Helena, querida,

    A respeito da pergunta que abre seu comentário: não é isso que fazemos todos nós, ou a maioria, o tempo inteiro?

    Na verdade, todos nós já experimentamos a paz, a alegria perfeita, a iluminação, ou a unidade em algum momento de nossas vidas. O que acontece é que, por acreditarmos na separação, não conseguimos, em geral, nos manter neste estado.

    E mais, como dizia Anna Sharp e como o Curso diz, enquanto apenas um de nós acreditar nesta separação, estamos condenados a viver nesta aparente separação. Por outro lado, no momento em que um apenas de nós achar a iluminação, todos ficarão iluminados.

    Indo mais longe, como diz Tony Parsons nesta postagem, "eu já sou aquilo que busco". Isto é, não há nenhum lugar a que devamos ir ou em que precisemos buscar para encontrar a iluminação. Da mesma forma que não há ninguém para ficar iluminado. Todos nós já estamos no lugar aonde nos cabe estar e já somos iluminados. Basta acordar.

    É por isso que o Curso diz que não há nada que precisemos fazer.

    Obrigado por sua participação.

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