domingo, 13 de fevereiro de 2011

Para aprender a beber na fonte da luz divina

LIÇÃO 44

Deus é a luz na qual eu vejo.

1. Hoje estendemos a ideia de ontem acrescentando-lhe outra dimensão. Tu não podes ver no escuro e não podes criar luz. Tu podes fazer a escuridão e, então, pensar que vês nela, mas luz reflete vida e é, por isso, um aspecto da criação. A criação e as trevas não podem coexistir, mas luz e vida têm de estar em harmonia, por serem apenas aspectos diferentes da criação.

2. Tens de reconhecer, a fim de veres, que a luz está dentro, não fora. Tu não vês fora de ti mesmo; tampouco a capacidade de ver está fora de ti. Uma parte essencial desta capacidade é a luz que torna possível ver. Ela está sempre contigo, tornando a visão possível em todas as circunstâncias.

3. Hoje vamos tentar alcançar essa luz. Para este fim, usaremos uma forma de exercício sugerida antes, e que utilizaremos cada vez mais. É uma forma particularmente difícil para a mente indisciplinada e representa uma das metas mais importantes do treinamento da mente. Ele exige precisamente aquilo que falta para a mente não-treinada. Mas este treinamento tem de ser bem-sucedido, se for para veres.

4. Faze pelo menos três períodos de prática hoje, cada um com três a cinco minutos. Recomenda-se muito um tempo maior, mas só se achares que o tempo passa com pouca ou nenhuma sensação de esforço. A forma de prática que utilizaremos hoje é a mais natural e fácil do mundo para a mente disciplinada, exatamente do mesmo modo que parece ser a mais estranha e difícil para a mente sem treino.

5. Tua mente não é mais totalmente sem treino. Estás bastante preparado para aprender a forma de exercícios que usaremos hoje, mas é possível que descubras que vais encontrar forte resistência. A razão é muito simples. Enquanto praticares deste modo, deixarás para trás tudo aquilo em que acreditas agora, e todos os pensamentos que inventaste. Na verdade, isto é a liberação do inferno. Entretanto, aos olhos do ego, é perda de identidade e uma descida ao inferno.

6. Se puderes te afastar do caminho do ego, por pouco que seja, não terás nenhuma dificuldade para reconhecer que sua contrariedade e seus medos não têm significado. Podes achar proveitoso, de vez em quando, lembrar-te de que alcançar a luz é escapar das trevas, apesar de qualquer coisa que possas acreditar em contrário. Deus é a luz na qual vês. Estás tentando alcançá-Lo.

7. Começa o período de prática repetindo a ideia de hoje com os olhos abertos e fecha-os lentamente, repetindo a ideia várias vezes mais. Tenta, em seguida, mergulhar na tua mente, abandonando qualquer tipo de intromissão e intrusão, aprofundando-te serenamente além delas. Tua mente não pode ser impedida disso, a menos que tu escolhas impedí-la. Ela está apenas seguindo seu curso natural. Tenta observar os pensamentos que passam sem envolvimento e passa por eles calmamente.

8. Embora não se recomende nenhuma abordagem particular para esta forma de exercício, o que é indispensável é uma percepção da importância do que fazes; seu valor inestimável para ti; e uma consciência de que estás te aventurando em algo verdadeiramente santo. A salvação é a tua realização mais feliz. Ela também é a única que tem qualquer significado, porque é absolutamente a única que tem qualquer utilidade verdadeira para ti.

9. Se surgir resistência, de qualquer forma, faze um intervalo longo o suficiente para repetir a ideia de hoje, mantendo os olhos fechados, a menos que fiques ciente de medo. Neste caso, é provável que aches mais tranquilizador abrir brevemente os olhos. Tenta, porém, voltar aos exercícos com os olhos fechados assim que possível.

10. Se estiveres fazendo os exercícios corretamente, deves experimentar uma sensação de relaxamento, e até mesmo um sentimento de que estás te aproximando, se não, de fato, entrando na luz. Tenta pensar em luz sem forma e sem limite, ao passares pelos pensamentos deste mundo. E não te esqueças de que eles não podem te prender ao mundo, a menos que tu lhes dês o poder para fazê-lo.

11. Repete a ideia muitas vezes ao longo do dia, de olhos abertos ou fechados, conforme te parecer melhor no momento. Mas não te esqueças. Acima de tudo, decide-te a não esquecer hoje.

*

COMENTÁRIO:

Neste domingo, 13 de fevereiro, vamos praticar uma ideia que pode nos mostrar claramente que, como o livro diz a certa altura do texto:

"O ato de ver é sempre dirigido para fora. Se teus pensamentos fosse inteiramente teus, o sistema de pensamento que fizeste seria escuro para sempre. Os pensamentos que a mente do Filho de Deus projeta ou estende têm todo o poder que ele lhes dá. Os pensamentos que ele compartilha com Deus estão além de sua crença, mas aqueles que ele fez são as suas crenças. E são esses, e não a verdade, que ele escolhe defender e amar...[T.14.I.3:1-5]"

É em função disso que aparentemente vivemos no escuro, pois não temos consciência, ou melhor raramente nos damos o direito de pensar que existem pensamentos que partilhamos com Deus, uma vez que nos acreditamos, desde o nascimento ou logo depois dele, separados da Fonte de toda a Luz Verdadeira, da única Fonte de Luz que existe.

E reforçamos nossa crença na separação quando escolhemos defender e amar os pensamentos que fizemos por conta própria, projetando a escuridão a que eles estão acostumados em lugar de estender a luz que os pensamentos que temos com Deus nos oferece.

Na verdade, não podemos, de fato, nos separar de Deus e nem ao menos ter pensamentos separados dos d'Ele. Como já disse algumas vezes antes, vivemos em Deus e nos movemos n'Ele. Por consequência, só podemos ver, de fato, em Sua Luz. Isto é, só poderemos ver, de verdade, "quando abandonarmos a crença na separação de uma vez por todas e dirigirmos a tudo e a todos aquele nosso olhar que bebe na fonte da luz divina do Ser de Luz que mora em nós, do qual nunca nos afastamos e que nunca se afastou de nós", para aproveitar parte do comentário do ano passado.

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