terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Para abrir mão da atração que a culpa exerce

 LIÇÃO 39

Minha santidade é minha salvação.

1. Se a culpa é o inferno, qual é o oposto dela? Da mesma forma que o texto para o qual este livro de exercícios foi escrito, as ideias para os exercícios são muito simples, muito claras e totalmente inequívocas. Não estamos interessados em proezas intelectuais nem em jogos de lógica. Lidamos apenas com o verdadeiramente óbvio, que passa despercebido nas nuvens de complexidade nas quais pensas que pensas.

2. Se a culpa é o inferno, qual é o oposto dela? Isto não é difícil, certamente. A hesitação que podes sentir para responder não se deve à ambiguidade da pergunta. Mas tu acreditas que a culpa é o inferno? Se acreditasses, verias imediatamente o quanto o texto é direto e simples, e não precisarias absolutamente de um livro de exercícios. Ninguém precisa praticar para adquirir o que já é seu.

3. Já dissemos que tua salvação é a salvação do mundo. E qual é a novidade a respeito de tua própria salvação? Tu não podes dar aquilo que não tens. Um salvador tem de estar salvo. De que outro modo ele poderia ensinar a salvação? Os exercícios de hoje se aplicarão a ti, reconhecendo que tua salvação é vital para a salvação do mundo. Enquanto aplicas os exercícios ao teu mundo, todo o mundo é beneficiado.

4. Tua santidade é a resposta para todas as perguntas que já foram feitas, que estão sendo feitas agora, ou que serão feitas no futuro. Tua santidade significa o fim da culpa e, portanto, o fim do inferno. Tua santidade é a salvação do mundo e a tua própria. Como poderias tu, aquele a quem tua santidade pertence, ser excluído dela? Deus não conhece o imperfeito. É possível que Ele não conheça Seu Filho?

5. Insiste-se em cinco minutos completos para os quatro períodos mais longos de prática de hoje e se encoraja sessões de prática mais demoradas e frequentes. Se quiseres ultrapassar as solicitações mínimas, recomenda-se um número maior de sessões em lugar de sessões mais longas, embora se sugira ambas.

6. Começa o período de prática, como de costume, pela repetição da ideia para ti mesmo. Em seguida, de olhos fechados, descobre teus pensamentos não-amorosos em qualquer forma que se apresentem: inquietação, depressão, raiva, medo, angústia, insegurança e assim por diante. Seja qual for a forma que tomem, eles não são amorosos e são, portanto, amedrontadores. E é deles, então, que precisas ser salvo.

7. Situações específicas, acontecimentos ou pessoas que associas a qualquer tipo de pensamentos não-amorosos são sujeitos adequados para os exercícios de hoje. É imprescindível que os vejas de modo diferente para tua salvação. E é tua bênção sobre eles que te salvará e que te dará a visão.

8. Devagar, sem escolha consciente e sem ênfase particular indevida a qualquer um deles examina tua mente em busca de cada pensamento que se interpõe entre tua salvação e tu. Aplica a ideia para hoje a cada um deles deste modo:

Meus pensamentos não-amorosos a respeito de ________ estão me
mantendo no inferno. Minha santidade é minha salvação.

9. É possível que aches estes períodos de prática mais fáceis se os intercalares com vários períodos breves durante os quais apenas repetes lentamente a ideia de hoje para ti mesmo algumas vezes. Também podes achar útil incluir alguns breves intervalos nos quais apenas relaxas e pareces não pensar em nada. No início é muito difícil concentração prolongada. Ela virá a ser mais fácil quanto tua mente se tornar mais disciplinada e menos passível de distração.

10. Enquanto isso, deves te sentir livre para introduzir variações nos períodos de exercícios de qualquer forma que te agrade. Contudo, ao modificares o método de aplicá-la, não mudes a ideia em si. De qualquer modo que escolhas usá-la, a ideia deve ser declarada de maneira que seu significado seja o fato de que tua santidade é tua salvação. Conclui cada período de prática com a repetição da ideia em sua forma original mais uma vez, e acrescentando:

Se a culpa é o inferno, qual é o oposto dela?

11. Nas aplicações mais breves, que devem ser feitas cerca três ou quatro vezes por hora, e mais se possível, podes fazer esta pergunta a ti mesmo, repetir a ideia de hoje, e ambas de preferência. Se surgirem tentações, uma forma particularmente útil da ideia é:

Minha santidade é minha salvação disto.

*

COMENTÁRIO:

Vamos recapitular nesta terça, dia 8 de fevereiro, o que dissemos a respeito da ideia para as praticas desta lição no ano passado. Talvez seja bom lembrar também de que tudo aquilo por que ansiamos e tudo aquilo que buscamos, muitas vezes mais nos afasta do que nos aproxima do que queremos de fato, do que somos.

Por isso é que há que se ter a convicção de que a culpa é o inferno, e a certeza de que não queremos o inferno, se de fato quisermos praticar para abandonar toda e qualquer culpa, para se andar na direção de se tornar aquilo que o Curso chama de "o aprendiz feliz". É preciso, como o Curso diz, que não achemos de nenhum modo nenhuma utilidade para a culpa sob qualquer forma.

Abandonar a ideia da culpa, abrir mão da atração que ela exerce sobre todos, ou quase todos nós, é andar na direção contrária da que o mundo nos pede. Pois o mundo nos ensina é abominar o erro, fazendo que nos sintamos culpados por qualquer pequeno deslize, exigindo de cada um de nós uma perfeição que egos não podem atingir. Ora, para o aprendiz feliz, aquele que entrou em contato com sua própria santidade, o erro é apenas mais uma oportunidade de exercitar o aprendizado de viver a santidade. Como aprender sem errar? E não há razão para ninguém se culpar, ou culpar quem quer que seja, por quaisquer erros, quando tem consciência de que está buscando aprender.

Tendo tudo isto em mente ao praticar, é possível que a ideia de hoje nos leve, sem demora a estender a santidade sobre tudo aquilo que aparentemente nos atrapalha de entrar em contato com a alegria e com a paz perfeitas, a condição natural do Filho de Deus.

4 comentários:

  1. Bom dia, Moises!

    Lição difícil no primeiro momento ,mas clara qdo chega os seus comentários:"Abandonar a ideia da culpa, abrir mão da atração que ela exerce sobre todos, ou quase todos nós, é andar na direção contrária da que o mundo nos pede. Pois o mundo nos ensina é abominar o erro, fazendo que nos sintamos culpados por qualquer pequeno deslize, exigindo de cada um de nós uma perfeição que egos não podem atingir.Como aprender sem errar? E não há razão para ninguém se culpar, ou culpar quem quer que seja, por quaisquer erros, quando tem consciência de que está buscando aprender." Enfim é errando que aprendemos, mas sem culpa. è isso,não é?
    Vou continuar praticando, pois sei que as práticas de hoje não serão nada facéis ao longo do dia. Contudo continuarei praticando...
    fique em paz

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  2. Bom dia, Denise.

    Obrigado por se manifestar.

    Em geral é verdade que temos muita dificuldade para lidar com aquilo que nos leva na direção de nós mesmo, acomodados que estamos nas crenças e possibilidades que o mundo nos oferece, entre as quais escolher.

    Na verdade, a maior dificuldade que enfrentamos diz respeito às crenças, pois não as acessamos conscientemente a maioria das vezes. Quando percebemos, já reagimos e nos culpamos pela reação ou atitude que tomamos, sem nem mesmo pensar a respeito da crença que nos levou à determinada reação ou atitude.

    Daí, sim, a necessidade das práticas. Para aprendermos a trazer à consciência as razões que nos levam a agir desta ou daquela maneira. Quando começamos a compreender os motivos que nos levam à ação ou à reação, as crenças se apresentam e vemos mais claramente o que é preciso mudar, o que é preciso abandonar, sempre pelo perdão a nós mesmos, pelo perdão a nossa percepção equivocada.

    Obrigado por estar conosco.

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  3. Moisés,
    Eu que tenho que agradecer pela oportunidade de aprender a olhar o mundo de forma melhor.
    Além disso,dar conta da dificuldade daquilo que nos leva na direção de nós mesmo já é um passo, não é mesmo?
    Preciso continuar tentando a ver as crenças e possibilidades que o mundo me oferece e entre as quais devo escolher, sem culpa.E é neste momento que estou dando importância as praticas onde tenho trazido à consciência as razões ou motivo que levaram a agir deste ou daquele jeito.
    Bem é sempre bom trocar idéias com vc , tem me estimulado a mudar o meu olhar de ver o mundo e o olhar equivocado que tenho....Mas eu vou melhorar...Estou tentando...
    Fique em paz
    Bjs

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  4. Duas observaçõezinhas apenas, Denise.

    Primeiro, não é olhar o mundo de modo melhor... é olhar o mundo de modo diferente, abandonando o olhar do julgamento.

    Segundo nem você, nem eu, nem ninguém precisamos melhorar... não precisamos "fazer" nada... só ser.

    Abandonar a culpa e acreditar na unidade, buscar vivê-las são passos que acreditamos precisar dar. Na verdade, como eu disse ontem no encontro, e como diz Tony Parsons, nós já somos aquilo que buscamos. Então, basta buscar o contato com o que somos. O que se faz, como o Curso diz, com "uma jornada sem distância".

    Para tanto é só parar de pensar que há alguém que precisa fazer alguma coisa. Não há. Basta ser a presença do divino no mundo.

    Obrigado por seu comentário.

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