quinta-feira, 11 de março de 2010

Compreender e aceitar que não há "lá fora"

LIÇÃO 70

Minha salvação vem de mim.

1. Toda tentação não é nada mais do que alguma forma da tentação básica de não acreditar na ideia para hoje. A salvação parece vir de qualquer lugar exceto de ti. Do mesmo modo, também, a fonte da culpa. Tu não vês nem a culpa nem a salvação como estando em tua própria mente e em nenhum outro lugar. Quando perceberes de forma clara que toda culpa é somente uma invenção de tua mente, tu também perceberás claramente que culpa e salvação têm de estar no mesmo lugar. Ao comprenderes isto, estás salvo.

2. O custo aparente de aceitar a ideia de hoje é este: ela significa que nada fora de ti mesmo pode te salvar; nada fora de ti mesmo pode te dar paz. Mas significa também que nada fora de ti mesmo pode te ferir ou perturbar tua paz ou te transtornar de qualquer maneira. A ideia de hoje te coloca no comando do universo, aonde é teu lugar devido ao que tu és. Este não é um papel que possa ser aceito parcialmente. E tu certamente tens de começar a perceber que aceitá-lo é a salvação.

3. Pode, no entanto, não estar claro para ti por que razão o reconhecimento de que a culpa está em tua própria mente acarreta necessariamente o reconhecimento de que a salvação também está aí. Deus não teria posto o remédio para a doença aonde ele não pode ajudar. Este é o modo como tua mente funciona, mas a d'Ele, dificilmente. Ele quer que sejas curado, por isso Ele mantém a Fonte da cura aonde a necessidade da cura existe.

4. Tu tentas fazer exatamente o contrário, ao fazeres todas as tentativas, por mais distorcidas e bizarras que elas possam ser, para separar a cura da doença para a qual ela se destinava e, deste modo, conservar a doença. Teu objetivo era assegurar que a cura não acontecesse. O objetivo de Deus era assegurar que ocorresse.

5. Hoje praticamos perceber claramente que a Vontade de Deus e a nossa são, de fato, a mesma em relação a isto. Deus quer que sejamos curados e nós, de verdade, não queremos ficar doentes, porque isto nos torna infelizes. Por isso, ao aceitarmos a ideia para hoje, estamos realmente de acordo com Deus. Ele não quer que fiquemos doentes. Nem nós. Ele quer que sejamos curados. Nós também.

6. Estamos preparados para dois períodos de prática mais longos hoje, cada um dos quais deve durar de dez a quinze minutos. Porém, ainda deixaremos que tu decidas quando empreendê-los. Seguiremos esta prática durante algumas lições e, mais uma vez, seria bom decidires com antecedência quando seria um bom momento para reservar a cada um deles e, em seguida, ser fiel a tuas próprias decisões tão rigorosamente quanto possível.

7. Começa estes períodos de prática repetindo a ideia para hoje, acrescentando uma declaração que significa teu reconhecimento de que a salvação não vem de nenhum lugar fora de ti mesmo. Poderias formulá-la deste modo:

Minha salvação vem de mim. Ela não pode vir
de nenhum outro lugar.

Em seguida, de olhos fechados, dedica alguns minutos a rever alguns dos lugares externos nos quais procuraste a salvação no passado; - em outras pessoas, em posses, em várias situações e acontecimentos e em auto-conceitos que procuraste tornar verdadeiros. Reconhece que ela não está lá e dize a ti mesmo:

Minha salvação não pode vir de nenhuma destas coisas.
Minha salvação vem de mim e só de mim.

8. Agora, mais uma vez, vamos tentar alcançar a luz em ti, que é onde tua salvação está. Não podes achá-la nas nuvens que cercam a luz e é nelas que a estás buscando. Ela não está aí. Ela está além das nuvens e na luz adiante. Lembra-te de que terás de atravessar as nuvens antes de poderes alcançar a luz. Mas lembra-te também de que nunca encontraste nada que durasse ou que quisesses nesta configuração de nuvens que imaginaste.

9. Já que todas as ilusões de salvação falharam para ti, certamente não queres permanecer nas nuvens, buscando ídolos lá inutilmente, quando podes tão facilmente caminhar até a luz da salvação verdadeira. Tenta atravessar as nuvens usando qualquer meio que te agrade. Se te ajudar, pensa em mim segurando tua mão e te conduzindo. E eu te asseguro que isto não será nenhuma fantasia vã.

10. Para os períodos de prática breves e frequentes, hoje, lembra-te de que tua salvação vem de ti e de que nada, a não ser teus próprios pensamentos, podem dificultar teu avanço. Tu estás livre de toda interferência externa. Tu és responsável por tua salvação. Tu és responsável pela salvação do mundo. Dize, então:

Minha salvação vem de mim. Nada fora de mim pode me
deter. A salvação do mundo e a minha estão dentro de mim.

*

COMENTÁRIO:

Como disse ontem, e outras vezes também, a maior parte do tempo não nos apercebemos do esforço que fazemos para manter hábitos que nos prejudicam. Muitas vezes o fazemos em função de acreditar que alguns deles vão conseguir algum tipo de atenção diferente da que recebemos de pessoas a volta de nós. Outras, acreditamos que eles nos deixam mais atraentes, mais "ligados" à moda do momento, sem perceber o quanto nos afastamos daquilo que, no fundo, consideramos mais caro: a paz e a alegria.

Sim! Muitas vezes nos afastamos da paz e da alegria para atender a uma solicitação "aparentemente" externa equivocada que nos pede para nos afastarmos daquilo que verdadeiramente somos e que dá sentido a nossa existência.

No livro Limite Zero, do qual já falei há algum tempo, o dr. Hew Len diz, em determinado momento, que "o objetivo da vida é retornar ao Amor, de momento a momento" e que precisamos - cada um de nós - reconhecer que somos cem por cento responsáveis por criar nossa vida [a de cada um] do jeito que ela é. Diz ainda que precisamos - cada um de nós - compreender que são nossos pensamentos que criam nossa vida do jeito que ela é em cada instante. Nossos "problemas não são as pessoas, os lugares e as situações, mas sim os pensamentos a respeito deles". Ele termina dizendo que precisamos aceitar a ideia de que não existe o "lá fora".

Isto é, penso, dito de outra maneira, a mesma coisa que a ideia da lição deste dia 11 de março nos oferece. As práticas que podem nos fazer aceitar a ideia de que, de fato, não existe o "lá fora" e nos levar a assumir cem por cento a responsabilidade pela nossa própria salvação e pela salvação do mundo, por consequência.

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