domingo, 15 de janeiro de 2023

Para buscar viver em comunhão com o que nos cerca

 

LIÇÃO 15

Meus pensamentos são imagens que faço.

1. É em razão de os pensamentos que pensas que pensas aparecerem como imagens que não os reconheces como nada. Tu pensas que os pensas e, por isto, pensas que os vês. É deste modo que teu "ver" foi feito. Esta é a função que dás aos olhos de teu corpo. Não é ver. É construir imagens. Toma o lugar de ver, substituindo a visão por ilusões.

2. Esta ideia introdutória ao processo de construção de imagens que chamas de ver não fará muito sentido para ti. Tu começarás a compreendê-la quanto vires pequenas bordas de luz em torno dos mesmos objetos familiares que vês agora. Isto é o começo da visão verdadeira. Podes ter certeza de que a visão verdadeira virá rapidamente quando isso acontecer.

3. Conforme prosseguirmos, poderás ter muitos "episódios de luz". Eles poderão assumir muitas formas diferentes, algumas das quais bastante inesperadas. Não tenhas medo deles. Eles são sinais de que estás abrindo os olhos finalmente. Eles não perdurarão, porque simplesmente simbolizam a percepção verdadeira e não estão relacionados ao conhecimento. Estes exercícios não vão te revelar o conhecimento. Mas prepararão o caminho para ele.

4. Ao praticares a ideia para hoje, primeiro repete-a para ti mesmo e, depois, aplica-a a qualquer coisas que vires à volta de ti, utilizando o nome dela e deixando que teus olhos descansem sobre ela enquanto dizes:

Este(a) _______ é uma imagem que faço.
Aquele(a) ________ é uma imagem que faço.

Não é necessário incluir um número grande de sujeitos específicos para a aplicação da ideia de hoje. É necessário, porém, continuar a olhar para cada sujeito enquanto repetes a ideia para ti mesmo. A ideia deve ser repetida bem lentamente a cada vez.

5. Embora obviamente não sejas capaz de aplicar a ideia a um número muito grande de coisas durante o minuto aproximado de prática que se recomenda, tenta tornar a seleção o mais aleatória possível. Se começares a te sentir inquieto, menos do que um minuto será suficiente para os períodos de prática. Não faças mais do que três períodos de aplicação da ideia para hoje, a menos que te sintas inteiramente à vontade com ela, e não ultrapasses quatro. Todavia, a ideia pode ser aplicada conforme a necessidade ao longo do dia.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 15

"Meus pensamentos são imagens que faço."

O que são pensamentos? De onde vêm os pensamentos? Para onde vão? O que fazem? Quem é que pensa os pensamento conosco? Precisamos dos pensamentos verdadeiramente? Para quê?

Se parares um pouco de pensar, ou se buscares em tua memória os momentos mais felizes de tua vida, verás que eles não tiveram absolutamente nada a ver com o que pensaste nalgum momento. Na verdade, os momentos mais felizes de tua vida - e da vida das pessoas, em geral -, são aqueles em que de algum modo estiveste presente, em comunhão com o que vivias, sem dar qualquer atenção a qualquer coisa que pensavas.

Quer dizer, estavas vivendo a presença em ti da alegria, da felicidade, da luz, que de alguma forma te proporcionou a experiência que te fez feliz naquele momento, sem um pensamento qualquer para te refrear e para impedir que experimentasses a felicidade.

É preciso que paremos para refletir a respeito da necessidade dos pensamentos. Talvez eles sirvam de algum modo para o ego organizar as coisas práticas e necessárias a nossa sobrevivência, quando eles apenas consideram tudo o que veem como neutro. A partir do momento, porém, em que os pensamentos começam a colocar juízo de valor no que veem, eles passam a ser perturbadores de nossa paz de espírito.

Sabem aquilo que se diz de uma pessoa: "ela é cheia de minhocas na cabeça"? Pois é, isto quer dizer que aquela pessoa costuma, tem por hábito, julgar tudo o que vê. E principalmente a si mesma. Porque todo e qualquer julgamento que fazemos de alguém é revelador do que pensamos de nós mesmos, de nós mesmas, sempre, queiramos ou não, saibamos disso ou não, reconheçamos isso ou não. É um, fato!

A lição nos pede hoje que pratiquemos com a ideia que afirma que os pensamentos que temos são imagens que fazemos. Diz que temos dificuldades em reconhecer que os nossos pensamentos não significam nada em razão de serem construídos dessas imagens. Se abandonarmos as imagens e deixarmos que os pensamentos passem simplesmente, vamos perceber que, de fato, as imagens não existem e os pensamentos não têm importância alguma.

Uma criança, enquanto ainda não aprendeu a pensar, vive cada momento, experimenta cada coisa que lhe é apresentada sem receio, sem julgamento. Ela vive em comunhão com tudo o que a cerca. Tudo é dotado da graça e traz a ela uma forma de satisfazer uma necessidade para a qual ela ainda não tem explicação. E isso lhe basta. Com cada um e cada uma de nós isso se deu também assim. Só que esquecemos. À medida que fomos crescendo e nos desenvolvendo, fomos construindo um ego julgador, que achou por bem colocar defeitos e qualidades em tudo o que vê, ouve, prova, cheira ou toca.

Vamos experimentar deixar de lado os pensamentos e as imagens que fazemos? Pelo menos durante o tempo que dedicamos à lição.

Às práticas?
 

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