quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

"Não há um eu real e escondido a ser descoberto."

 

LIÇÃO 11


Meus pensamentos sem significado* me mostram
um mundo sem significado.

1. Esta é a primeira ideia que temos que está relacionada a uma fase fundamental do processo de correção: a inversão do modo de pensar do mundo. Parece que o mundo determina o que percebes. A ideia de hoje apresenta o conceito de que teus pensamentos determinam o mundo que vês. Alegra-te, de fato, por praticar a ideia em sua forma inicial, pois nesta ideia tua liberação está assegurada. A chave para o perdão está nela.

2. Deve-se empreender os períodos de prática da ideia de hoje de um modo um pouco diferente dos anteriores. Começa com os olhos fechados e repete a ideia para ti mesmo lentamente. Em seguida, abre os olhos e olha ao teu redor, perto e longe, para cima e para baixo - para qualquer lugar. Durante o minuto aproximado a ser passado usando a ideia, repete-a para ti mesmo simplesmente, seguro de fazê-lo sem pressa e sem nenhuma sensação de urgência ou esforço.

3. Para fazer estes exercícios com o máximo benefício, os olhos devem se mover de uma coisa para outra de forma razoavelmente rápida, uma vez que não devem se demorar em nada em particular. As palavras, no entanto, devem ser usadas de uma forma calma, até mesmo vagarosamente. A apresentação a esta ideia, em particular, deve ser praticada do modo mais casual possível. Ela contém a base para a paz, para o relaxamento e para a liberdade que estamos tentando alcançar. Ao concluíres os exercícios, fecha os olhos e repete a ideia para ti mesmo lentamente mais uma vez.

4. Três períodos de prática provavelmente serão suficientes. Todavia, se houver pouca ou nenhuma inquietude e uma inclinação a fazer mais, pode-se empreender até cinco períodos. Não se recomenda mais do que isso.

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*NOTA DE TRADUÇÃO: A expressão sem significado, do original meaningless, também poderia ser traduzida por sem sentido, sem prejuízo do significado/sentido do texto original, em meu modo de entender. Em outros contextos também se pode pensar em traduzir meaningless por inútilinsignificante.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 11:

Caras, caros,

Voltemos agora nossa atenção para a ideia que o Curso nos pede para praticarmos hoje:

"Meus pensamentos sem significado me mostram um mundo sem significado."

Que lhes parece isto, a partir de todas as ideias que praticamos até aqui, as dez anteriores? Não lhes parece que estamos caminhando na direção de um desfazer tudo o que aprendemos do mundo, pensando com base no sistema de pensamento do ego?

Na verdade, como já lhes disse nalgum comentário anterior, nestes últimos quatorze anos, o Curso explica que o a primeira parte do Livro de Exercícios traz-nos para as práticas ideias que têm por objetivo desfazer todo o nosso aprendizado no e do mundo. Para que vislumbremos, ainda que por instantes, flashes do real. Esta primeira parte no leva até a lição de número 220. 

Isto quer dizer que vamos ter 220 dias para praticar, revisar, questionar, resistir, refletir e discutir, quando for o caso, buscando compreender - sempre no sentido de aceitar - o que o ensinamento quer que compreendamos. Para mudarmos nosso modo de olhar para o mundo, para vê-lo de modo diferente. Para toma ciência de que todo o significado que o mundo parece ter é apenas aquele que lhe damos. Nós, cada um e cada uma de nós.

Assim, creio ser importante pensar em praticar sempre com a maior honestidade de que somos capazes, buscando seguir, de forma - eu diria não rigorosa - o mais consciente possível as instruções que estão dadas a cada nova lição, a cada novo ideia a ser praticada.

A lógica da ideia que praticamos hoje é evidente, não acham? Se meus pensamentos não significam nada, e se são eles que criam, constroem, o mundo, este mundo que penso ver, só pode ser um mundo sem significado, não é mesmo?

Aqui também somos apresentados à ideia de que não viemos a um mundo pronto, acabado, um mundo que é responsável pelo que percebemos e vivemos. Não! É nossa percepção que o constrói, quer dizer, nós pensamos em algo que queremos ver, e o que pensamos se materializa nas imagens que pensamos ver no mundo, este mundo que pensamos ser exterior a nós.

Um livro que me caiu às mãos outro dia, e que abri hoje por curiosidade, trata de uma maneira interessante a ideia da busca de "si mesmo", e da "verdade", objetivos a que nos convida o ensinamento, de certa maneira. Diz o autor:

"... não se pode fixar um método seguro nem um via direta para chegar à verdade sobre si mesmo: não há um caminho traçado de antemão que bastasse segui-lo, sem desviar-se, para se chegar a ser o que se é. O itinerário que leve a um 'si mesmo' está para ser inventado, de uma maneira sempre singular, e não se pode evitar nem as incertezas nem os desvios sinuosos. De outra parte, não há um eu real e escondido a ser descoberto. Atrás de um véu, há sempre outro véu; atrás de uma máscara, outra máscara; atrás de uma pele, outra pele. O eu que importa é aquele que existe sempre mais além daquele que se torna habitualmente pelo próprio eu: não está para ser descoberto, mas para ser inventado; não está para ser realizado, mas para ser conquistado; não está para ser explorado, mas para ser criado."

Quer dizer, o mundo, aparentemente criado, é apenas ilusório. E não está acabado. A criação não termina. O contrário é que é verdadeiro. A criação está sempre começando, o mundo se está criando o tempo todo, à medida que nós o estamos experimentando.

Às práticas?
 

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