quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

As práticas nos levam para mais perto do que somos

 

LIÇÃO 5

Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.

1. Esta ideia, como a anterior, pode ser usada com qualquer pessoa ou acontecimento que penses estar te causando dor. Aplica-a de modo específico a qualquer coisa que acredites ser a causa de teu transtorno, usando a descrição da sensação em quaisquer termos que te pareçam exatos. O transtorno pode parecer ser medo, preocupação, depressão, ansiedade, raiva, ódio, ciúme, ou ter inúmeras formas todas as quais serão percebidas como diferentes. Isso não é verdade. Entretanto, até aprenderes que a forma não importa, cada uma é um sujeito adequado para os exercícios do dia. Aplicar a ideia a cada uma delas separadamente é o primeiro passo para o reconhecimento de que, em última instância, elas são todas a mesma.

2. Quando utilizares a ideia de hoje para uma causa percebida como específica de um transtorno em qualquer forma, usa tanto o nome da forma com que vês o transtorno quanto a causa a que tu o atribuis. Por exemplo:

Eu não estou com raiva de __________ pela razão que imagino.
Eu não estou com medo de __________ pela razão que imagino.

3. Mas, novamente, isso não deve substituir os períodos de prática em que primeiro examinas tua mente em busca das "fontes" do transtorno no qual acreditas e as formas de transtorno que pensas resultarem delas.

4. Nestes exercícios, mais do que nos anteriores, podes achar difícil não fazer distinções e evitar conferir a alguns sujeitos peso maior do que a outros. Talvez ajude se antes dos exercícios declarares:

Não há nenhum transtorno pequeno. Todos eles
perturbam minha paz de espírito do mesmo modo.

5. Em seguida, examina tua mente em busca de qualquer coisa que esteja te angustiando, independente de quanta aflição, muita ou pouca, imagines que isso esteja causando.

6. Também podes te descobrir menos disposto a aplicar a ideia de hoje a algumas fontes de transtorno percebidas do que a outras. Se acontecer isso, pensa primeiro no seguinte:

Eu não posso manter esta forma de transtorno e abandonar
as outras. Então, para os objetivos destes exercícios, vou
considerá-las todas como a mesma.

7. Em seguida, investiga tua mente por não mais do que cerca de um minuto e tenta identificar algumas forma diferentes de transtorno que estejam te perturbando, independente da importância relativa que possas dar a elas. Aplica a ideia para hoje a cada uma delas, usando tanto o nome da fonte do transtorno conforme o percebes quanto o da sensação do modo com que o experimentas. Outros exemplos são:

Eu não estou preocupado com __________ pela razão que imagino.
Eu não estou desanimado com __________ pela razão que imagino.

Três ou quatro vezes durante o dia é suficiente.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 5:

Caras, caros,

Lá vamos nós novamente. A quinta lição neste ano em que o blogue entrou em seu décimo-quinto.

Quantas e quantos de vocês estão aqui desde o início? Quantas e quantos estão começando hoje? Quantas e quantos já andaram por aqui apenas a passeio, sem se comprometer com a mudança necessária para que o ensinamento exerça seus efeitos sobre suas vidas?

Na verdade, isso não tem importância nenhuma, uma vez que nenhum de nós, nem nenhuma, compreende qualquer coisa do que vê. E seus pensamentos não significam coisa alguma, não é mesmo?

Eu, cá pra mim, comecei, neste ano, o vigésimo-quarto ano de práticas. E sinto cada vez mais perto de mim a compreensão de que este Curso não é senão um instrumento para que eu chegue cada vez mais perto daquilo que, na verdade, sou. Na unidade com tudo o que existe e com todas as pessoas que povoam o mundo desde que aqui cheguei.

Algum, alguma, de vocês que navegam por aqui tem a mesma impressão? Quer dizer, algum, alguma, de vocês já sentiu que o ensinamento do Curso existe para que cada um e cada uma de nós possa chegar mais perto de si, diminuindo, a pouco e pouco, a distância que o sistema de pensamento do ego colocou entre nós e o que somos? Porque as práticas, levadas a sério, dissolvem a ideia de uma separação que pensamos - no ego - existir entre nós, entre cada um e cada uma e o restante das pessoas do mundo, e Deus.

Em geral, como nos pede a ideia que praticamos hoje, não sabemos por que razão reagimos assim ou assado a alguma coisa que acontece conosco ao longo do dia, dos dias, e da vida como um todo. De raro em raro, um, ou uma, de nós chega a um momento em que reconhece algo que lhe aconteceu como sendo a razão para experimentar este ou aquele sentimento, ou para viver a experiência que está vivendo no momento. Porém, de modo geral, parece-nos que andamos à deriva neste mundo, à mercê do que ele nos oferece como provação a cada dia. 

Muitas e muitos de nós vivem suas vidas como se fosse um castigo que têm de sofrer para tentar chegar a algum lugar, não é mesmo. E muito poucos, muito poucas, de nós percebem as razões para que vivamos assim.

Uma música que ouvi recentemente diz, entre outras coisas, em sua letra: "iluminado é aquele que já sabe o que é". Uma verdade, pode-se dizer, porque a maioria de nós tem muitas dúvidas a respeito de si, a respeito do que é. E é por esta razão que não sabemos porque sentimos raiva, porque nos preocupamos, porque nos transtornamos e nos sentimos desanimados, sem saber nosso lugar no mundo e na ordem das coisas.

Como eu disse acima, as práticas têm me levado a uma melhor compreensão das razões por que praticar e da necessidade de que, como o Curso ensina, abandonemos o julgamento. Todo e qualquer julgamento. O tempo todo e todo o tempo. Praticar vai permitir, se deixarmos, que cada um e cada uma de nós ande para mais perto de si, afastando-se cada vez mais da ilusão que o mundo oferece a cada passo.

Às práticas?
 

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