quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

O que dá significado às coisas é a finalidade delas

 

LIÇÃO 25

Eu não sei para que serve coisa alguma.

1. Propósito é significado. A ideia de hoje explica por que nada do que vês significa coisa alguma. Tu não sabes para que servem as coisas. Por isto, elas não têm significado para ti. Tudo serve a teus maiores interesses. É para isto que todas as coisas servem; é este o propósito delas; é isto o que todas as coisas significam. É no reconhecimento disto que tuas metas se tornam harmoniosas. É no reconhecimento disto que aquilo que vês se reveste de significado.

2. Tu percebes o mundo, e tudo nele, como significativo em termos das metas do ego. Essas metas não têm nada a ver com teus maiores interesses, porque tu não és o ego. Esta identificação falsa te torna incapaz de compreender para que serve qualquer coisa. Por consequência, estás fadado a fazer mau uso delas. Quando acreditares nisto, tentarás retirar as metas que estabeleceste para o mundo, em vez de tentar reforçá-las.

3. Outra maneira de descrever as metas que percebes agora é dizer que todas elas estão relacionadas a interesses "pessoais". Uma vez que não tens nenhum interesse pessoal, tuas metas, de fato, estão relacionadas ao nada. Por esta razão, quando as valorizas, não tens absolutamente nenhuma meta. E, deste modo, não sabes para que serve coisa alguma.

4. Antes que possas retirar qualquer sentido dos exercícios para hoje, é necessário mais um pensamento. Nos níveis mais superficiais tu, de fato, reconheces o propósito. Mas o propósito não pode ser compreendido nestes níveis. Por exemplo, compreendes, de fato, que um telefone serve ao propósito de falar com alguém que não esteja fisicamente próximo de ti. O que não compreendes é para que queres alcançá-lo. E é isto que torna teu contato com ele significativo ou não.

5. É vital para teu aprendizado que estejas disposto a desistir das metas que estabeleceste para todas as coisas. O reconhecimento de que elas não fazem sentido, e de que não são "boas" ou "más", é o único jeito de realizar isto. A ideia para hoje é um passo nesta direção.

6. Pede-se seis períodos de prática, cada um com dois minutos de duração. Cada período deve começar com uma repetição lenta da ideia para hoje, seguida de um olhar a tua volta deixando que teu olhar se fixe em qualquer coisa que capte teus olhos casualmente, perto ou longe, "importante" ou "sem importância", "humana" ou "não-humana". Com teus olhos fixos em cada sujeito que selecionares deste modo, dize por exemplo:

Eu não sei para que serve esta cadeira.
Eu não sei para que serve este lápis.
Eu não sei para que serve esta mão.

Dize isto bem devagar, sem deslocar teus olhos do sujeito até completares a declaração a respeito dele. Em seguida, passa para o próximo e aplica a ideia de hoje como antes.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 25

"Eu não sei para que serve coisa alguma."

Caras, caros,

A ideia que vamos praticar hoje, mais uma vez, está diretamente relacionada à das práticas de ontem, assim como estão ligadas todas as ideias que praticamos, no sentido de que, como o próprio Curso afirma, apenas uma delas, qualquer que seja, compreendida inteiramente e aplicada de forma comprometida e honesta, já é o bastante para a nossa salvação e para a salvação do mundo inteiro.

É necessário, sem sombra de dúvida, que reconheçamos não saber nada, para que qualquer aprendizagem tenha início. Já na introdução do livro de exercício somos informados de que as práticas diárias são um treinamento para a mente. E parece-me ser óbvio que aquele que pensa saber tudo não pode aprender nada. Não acham?

Nas primeiras lições somos levados a questionar o significado do mundo, o significado das coisas do mundo e o significado de nossos pensamentos. 

São eles que dão ao mundo todo o significado que o mundo tem para nós, não é mesmo? 

Ora, hoje vamos nos defrontar com a ideia de que o que dá significado às coisas é sua finalidade, sua serventia, por assim dizer. Se não sabemos para que serve alguma coisa, ela não tem qualquer significado para nós. Um filme que assisti há bastante tempo serve de exemplo a isto. Seu título: "Ping Pong na Mongólia". O filme mostra uma criança que vivendo numa área desértica da Mongólia encontra uma bolinha de pingue-pongue. E arma-se toda uma confusão na vida dela porque ninguém em sua comunidade sabe para que serve aquela coisa. 

Pensando, entretanto, que todas as coisas cooperam para o bem, podemos imaginar que todas as coisas devem servir a nossos maiores interesses, que, em contrapartida, não sabemos quais são, conforme a lição de ontem.

De modo geral, o significado que atribuímos às coisas todas está relacionado às metas do ego, o que não tem nada a ver, na maioria dos casos, com nossos maiores interesses. Nossa falsa identificação com o ego é o que nos impede de perceber para que servem, de fato, as coisas. Assim, é bem possível que façamos mau uso delas.

Também costumamos pensar nas coisas, em sua utilidade e finalidade, como estando relacionadas a nossos interesses pessoais, o que é uma falácia. Porque não temos, nenhum e nenhuma de nós tem, interesse "pessoal". 

Todos os nossos interesses estão atrelados aos interesses de todas as pessoas do mundo. Porque qualquer coisa que fazemos se reflete na vida de todas as pessoas, muitas vezes até na vida de pessoas com quem nunca tivemos nenhum contato.

É verdade nos níveis mais superficiais de nossa experiência podemos compreender a serventia de algumas poucas coisas. Um telefone, por exemplo, como a lição nos traz, que serve para nos pôr em contato com alguém que não esteja fisicamente próximo.

As razões mais profundas, no entanto, para que este contato se faça nos escapam, por mais que acreditemos saber por que estamos ligando para uma pessoa. Só estas razões, de verdade, é que podem dar significado e sentido ao contato. Ou não.

Tudo vai depender de a quem nos alinhamos: ao ego, ou ao divino interior.

Às práticas?

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