sábado, 6 de fevereiro de 2010

Abençoar é estar pronto para o inesperado

LIÇÃO 37

Minha santidade abençoa o mundo.

1. Esta ideia contém o primeiro vislumbre de tua função verdadeira no mundo, ou da razão pela qual estás aqui. Teu propósito é ver o mundo por meio de tua própria santidade. Deste modo, tu e o mundo são abençoados ao mesmo tempo. Ninguém perde; não se tira nada de ninguém; todos ganham por meio de tua visão santa. Ele significa o fim do sacrifício porque oferece a todos seu direito integral. E cada um tem direito a todas as coisas porque elas são seu direito como um Filho de Deus.

2. Não existe nenhuma outra maneira que possa eliminar a ideia de sacrifício do modo de pensar do mundo. Qualquer outro modo de ver exigirá pagamento de alguém ou de alguma coisa inevitavelmente. Como consequência, aquele que percebe perderá. E nem sequer terá ideia do motivo pelo qual perde. Contudo sua integridade lhe é devolvida à consciência por meio de tua visão. Tua santidade o abençoa por não lhe pedir nada. Aqueles que se veem íntegros não fazem nenhuma exigência.

3. Tua santidade é a salvação do mundo. Ela te permite ensinar ao mundo que ele é um contigo, não por meio de sermão, nem por lhe dizeres qualquer coisa, mas simplesmente por teu reconhecimento sereno de que em tua santidade todas as coisas são abençoadas junto contigo.

4. Os quatro períodos mais longos de exercícios de hoje, que devem envolver de três a cinco minutos de prática, começam com a repetição da ideia para hoje, seguida de mais ou menos um minuto no qual olhas ao teu redor enquanto aplicas a ideia a qualquer coisa que vejas:

Minha santidade abençoa esta cadeira.
Minha santidade abençoa aquela janela.
Minha santidade abençoa este corpo.

Em seguida, fecha os olhos e aplica a ideia a qualquer pessoa que te ocorrer, usando o nome dela e dizendo:

Minha santidade te abençoa, [nome].

5. Podes continuar o período de prática de olhos fechados; podes abrir os olhos novamente e aplicar a ideia para hoje ao teu mundo exterior se assim desejares; podes alternar entre a aplicação da ideia ao que vês a tua volta e àquilo que está em teus pensamentos; ou podes utilizar qualquer combinação destas duas fases da aplicação que preferires. Os períodos de prática devem ser concluídos com uma repetição da ideia de olhos fechados e outra, imediatamente em seguida, de olhos abertos.

6. Os exercícios mais breves consistem em repetir a ideia tantas vezes quanto puderes. É particularmente útil aplicá-la em silêncio a qualquer um que encontrares, usando seu nome ao fazê-lo. É essencial usar a ideia se alguém parecer te causar uma reação hostil. Oferece-lhe imediatamente a bênção de tua santidade, a fim de que possas aprender a mantê-la em tua própria consciência.

*

COMENTÁRIO:

Mario Sergio Cortella diz que "aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar". Algo mais ou menos equivalente ao que me referi no ano passado como uma das lições que aprendi de um grande amigo e mentor, que aconselhava a quem lhe quisesse dar ouvidos "a estar sempre preparado para o inesperado". Ou não é isso que nos reservam todos os momentos de nossas vidas? Todas as pessoas que pensamos conhecer podem muito bem nos surpreender com uma atitude diferente daquela que poderíamos esperar em determinada situação. E o que fazer em tal situação? Abençoar a tudo e a todos que se apresentam em nosso caminho, sendo-lhes grato por quaisquer lições.

Poderíamos até, como diz também Cortella, pensar que "é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando... Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano [em] que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente".

Isso não lhes lembra a história de Benjamin Button, no filme? Salvo engano, o personagem do filme "abençoava" seu momento o tempo inteiro, as pessoas com quem convivia e as experiências que se apresentavam em sua vida.

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