sábado, 14 de abril de 2018

Que mais posso querer, se Deus me oferece tudo?


LIÇÃO 104

Busco apenas o que me pertence na verdade.

1. A ideia de hoje continua com o pensamento de que alegria e paz não são apenas sonhos vãos. Elas são teu direito, em razão do que és. Elas vêm para ti de Deus, Que não pode deixar de te dar o que Ele quer. No entanto, tem de haver um lugar preparado para receber as dádivas d'Ele. Elas não são acolhidas com alegria por uma mente que, no lugar que pertence às dádivas d'Ele, recebe as que ela mesma fez como substitutos para as dádivas de Deus.

2. Hoje queremos eliminar todas as dádivas inúteis e feitas por nós mesmos, que colocamos no altar sagrado que pertence às dádivas de Deus. As dádivas que, na verdade, são nossas são as d'Ele. As dádivas que herdamos antes do tempo existir, e que ainda serão nossas quando o tempo se transformar em eternidade, são as d'Ele. As dádivas que estão em nós agora são as d'Ele, pois elas são intemporais. E não precisamos esperar para tê-las. Elas nos pertencem hoje.

3. Por isto, escolhemos tê-las agora e saber que, ao escolhê-las em lugar daquilo que fizemos, nós apenas unimos nossa vontade àquilo que Deus quer e reconhecemos o mesmo como um só. Nossos períodos de prática mais longos, hoje, os cinco minutos de cada hora dados à verdade para tua salvação, devem começar com isto:

Busco apenas o que me pertence na verdade,
E a alegria e a paz são minha herança.

Deixa de lado, então, os conflitos do mundo, que oferecem outras dádivas e outras metas feitas de ilusões, testemunhadas por elas e buscadas apenas em um mundo de sonhos.

4. Deixamos tudo isto de lado e buscamos, em seu lugar, aquilo que é verdadeiramente nosso, à medida que pedimos para reconhecer aquilo que Deus nos dá. Abrimos um espaço sagrado em nossas mentes diante de Seu altar, onde Suas dádivas de paz e alegria são acolhidas e ao qual vimos para achar o que nos é dado por Ele. Vimos em confiança hoje, cientes de que o que nos pertence na verdade é o que Ele dá. E queremos não desejar mais nada, pois nada mais nos pertence na verdade.

5. Assim, abrimos o caminho para Ele, reconhecendo simplesmente que Sua Vontade já está feita e que a alegria e a paz nos pertencem como Suas dádivas eternas. Não nos permitiremos perdê-las de vista nos intervalos entre os momentos em que vimos buscá-las aonde Ele as deposita. Traremos à mente este lembrete tantas vezes quanto pudermos:

Busco apenas o que me pertence na verdade.
As dádivas de Deus de alegria e de paz são tudo o que quero.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 104

"Busco apenas o que me pertence na verdade."

Perguntemo-nos, uma vez mais, para encaminhar e facilitar o processo de reflexão a respeito da ideia que a lição nos oferece para as práticas de hoje: Que mais posso querer, além daquilo que me pertence na verdade, se o que Deus me oferece é tudo o que Ele possui? Posso querer alguma coisa mais do que simplesmente tudo? E se acredito que alguma coisa me falta, não será porque renunciei à herança que é minha por direito, como filho de Deus, acreditando que Ele e eu estamos separados?

Vejamos como começa a lição de hoje:

A ideia de hoje continua com o pensamento de que alegria e paz não são apenas sonhos vãos. Elas são teu direito, em razão do que és. Elas vêm para ti de Deus, Que não pode deixar de te dar o que Ele quer. No entanto, tem de haver um lugar preparado para receber as dádivas d'Ele. Elas não são acolhidas com alegria por uma mente que, no lugar que pertence às dádivas d'Ele, recebe as que ela mesma fez como substitutos para as dádivas de Deus.

"Alegria e paz não são apenas sonhos vãos", elas nos pertencem por direito porque vêm de Deus para nós. E o melhor de tudo é que não precisamos fazer nada para desfrutar daquilo que é nosso por direito. Pois Deus não pode deixar de nos dar aquilo que Ele quer dar a cada um de nós. A todos nós. Basta abandonarmos a crença na separação.

É em função dessa crença que estamos, neste mundo de aparências e formas ilusórias, sujeitos ao engano a que quer nos sujeitar o ego e, por isso, precisamos ficar atentos para abrir espaço em nossas mentes e em nossos corações para reconhecer nosso direito, para aceitar as dádivas de Deus e acolhê-las em nossa vida.

Para tanto, Hoje...

... queremos eliminar todas as dádivas inúteis e feitas por nós mesmos, que colocamos no altar sagrado que pertence às dádivas de Deus. As dádivas que, na verdade, são nossas são as d'Ele. As dádivas que herdamos antes do tempo existir, e que ainda serão nossas quando o tempo se transformar em eternidade, são as d'Ele. As dádivas que estão em nós agora são as d'Ele, pois elas são intemporais. E não precisamos esperar para tê-las. Elas nos pertencem hoje.

É o desafio que nos propõe a lição: deixar de lado tudo aquilo que o ego nos oferece, abandonar, por inúteis, todas as dádivas do mundo, abandonando inclusive o mundo. Este que nos mostra a percepção dos sentidos. Este que nos mostra o ego, que nos põe separados uns dos outros e de Deus. O que nos interessa, na verdade, são as dádivas do Pai, que já são nossas. Nada mais! E as práticas vão mostrar que podemos tê-las hoje, agora, porque elas nos pertencem desde sempre.

Busco apenas o que me pertence na verdade.

É esta a ideia que pode nos livrar de todos os auto-enganos. Pois ela mostra que tudo o que há no mundo - neste mundo de aparências e de formas que mudam a cada instante - e que é do mundo não pode durar. Está destinado à deterioração e vai perecer. Só o que Deus nos dá é que pode e vai durar para todo o sempre. E:

Por isto, escolhemos tê-las agora e saber que, ao escolhê-las em lugar daquilo que fizemos, nós apenas unimos nossa vontade àquilo que Deus quer e reconhecemos o mesmo como um só. Nossos períodos de prática mais longos, hoje, os cinco minutos de cada hora dados à verdade para tua salvação, devem começar com isto:

Busco apenas o que me pertence na verdade,
E a alegria e a paz são minha herança.

Deixa de lado, então, os conflitos do mundo, que oferecem outras dádivas e outras metas feitas de ilusões, testemunhadas por elas e buscadas apenas em um mundo de sonhos.

É muito importante termos em mente que não precisamos e, de verdade, nem queremos nada que não seja apenas aquilo que Deus nos oferece, pois, na verdade, não existe nada além daquilo que Deus dá, a não ser na ilusão. E as ilusões não nos interessam. As ilusões não oferecem nem alegria, nem paz, que dirá, então, felicidade? As ilusões só nos afastam da Vontade de Deus de felicidade perfeita para nós.

Assim é que:

Deixamos tudo isto de lado e buscamos, em seu lugar, aquilo que é verdadeiramente nosso, à medida que pedimos para reconhecer aquilo que Deus nos dá. Abrimos um espaço sagrado em nossas mentes diante de Seu altar, onde Suas dádivas de paz e alegria são acolhidas e ao qual vimos para achar o que nos é dado por Ele. Vimos em confiança hoje, cientes de que o que nos pertence na verdade é o que Ele dá. E queremos não desejar mais nada, pois nada mais nos pertence na verdade.

É por isso, entre outras coisas, que as práticas se fazem necessárias, para que aprendamos a abrir mão das ilusões, para que aprendamos a entrega, por confiar que é apenas o espírito em nós que sabe o que é melhor para nós, por entender claramente que as ilusões não podem nunca oferecer nada que dure para sempre.

Assim é que reconhecemos a verdade eterna que há nas palavras e por detrás das palavras que o Curso oferece para a práticas de hoje. Assim é que vamos receber, reconhecer, aceitar e acolher o milagre que a lição de hoje traz.

Assim, abrimos o caminho para Ele, reconhecendo simplesmente que Sua Vontade já está feita e que a alegria e a paz nos pertencem como Suas dádivas eternas. Não nos permitiremos perdê-las de vista nos intervalos entre os momento em que vimos buscá-las aonde Ele as deposita. Traremos à mente este lembrete tantas vezes quanto pudermos:

Busco apenas o que me pertence na verdade.
As dádivas de Deus de alegria e de paz são tudo o que quero.

Às práticas?


ADENDO:

Jornada num tempo sem tempo (ou uma volta no tempo?)

Abril de 2017. Dia 13/14 de abril. São Paulo - Madri

O voo da Air China aterrisou em Madri por volta das 9 horas da manhã, horário local. No Brasil ainda eram quatro horas, madrugada.

A tripulação chinesa foi muito atenciosa e simpática durante o voo. Uma criança chorou durante muito tempo.

Depois de dormir cerca de duas horas, acordei para ir ao banheiro, acho que ainda era perto de meia-noite no horário brasileiro. Lembro-me de ter estranhado. E pensei: "o que estou fazendo aqui?" Será que dou conta desta tarefa a que me propus? Como será chegar sozinho a um país estranho, mesmo que a língua não seja de todo desconhecida?

O que nos pode esperar num lugar em que não se conhece ninguém e partir para uma viagem a um lugar ainda mais distante, do qual não se sabe praticamente nada? Serão os meus 40 dias de deserto? Uma provação ou uma preparação?

Ou será a travessia definidora do sentido? Um sentido que, como diz Guimarães Rosa, não se apresenta do outro lado, mas, sim, na travessia, no caminho. Ou será verdade que, como diz uma das músicas do Skank, parafraseando o poeta espanhol, Antonio Machado, o caminho só existe quando a gente passa? E se a gente não passar não há caminho?

Bem, chegado a Madri, antes de ir para o hostal, vou até a estação Atocha de trem e metrô, para comprar a passagem que me levará a Pamplona no dia seguinte. Cedo.

À tarde, ao sair do hostal para almoçar e fazer um passeio, uma caminhada de reconhecimento, talvez para me familiarizar com a grande cidade e sua diferenças em relação ao que conheço de cidade grande, deparo-me com uma procissão. É sexta-feira santa. É a procissão do Senhor Morto. Impressionante o figurino das pessoas que fazem parte da procissão. Impressionante também o número de pessoas a assistir. Duas bandas a acompanham. A maioria das mulheres vestidas de preto. Dois andores. Um deles com o que representava o Senhor Morto. Outro com uma Nossa Senhora com um manto preto enorme.

À noite, após jantar, já por volta das 22 horas, mais ou menos, outra procissão do mesmo tipo, com banda de música, pessoas vestidas de preto, alguns vestidos de algozes e um andor com uma estátua de Jesus. Morto.


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