sexta-feira, 27 de abril de 2018

Em Deus não existe espaço para dor ou sofrimento


LIÇÃO 117

Para revisão pela manhã e à noite:

1. (103) Deus, sendo Amor, é também felicidade.

Que eu me lembre de que amor é felicidade e de que nada mais
traz alegria. E, por isto, escolho não levar em consideração nenhum
substituto para o amor.

2. (104) Busco apenas o que me pertence na verdade.

O amor é minha herança e, com ele, a alegria.
Estas são as dádivas que meu Pai me deu.
Quero aceitar tudo o que é meu na verdade.

3. Para a hora:

Deus, sendo Amor, é também felicidade.

Para a meia hora:

Busco apenas o que me pertence na verdade.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 117

Hoje revisamos duas ideias de grande importância, de enorme importância, na verdade. Não que todas e cada uma das outras também não o sejam, é claro. No entanto, toca trabalhar o presente, que é agora. 

Por isso as práticas de hoje, quer que tenhamos estas duas ideias em mente, e que as mantenhamos aí, em qualquer situação que se apresente com potencial para ameaçar nossa paz e nossa alegria. Na verdade, são elas - a paz e a alegria - que nos pertencem eternamente, porque são a Vontade de Deus para nós.

A bem da verdade, em Deus, no Amor, nunca há espaço para o sofrimento ou para a dor, sejam quais forem as formas com que se apresentem. Isto é a mesma coisa que dizer que quando entramos em contato com o sofrimento e com a dor é porque nos percebemos, equivocadamente, separados da unidade com Deus, separados do amor.

Por isso praticamos. Para reconhecer que nossa vontade e a de Deus são a mesma, que "dar e receber são a mesma coisa" e que temos direito a tudo o que Deus tem porque ainda somos como Ele nos criou. 

Às práticas?


*

ADENDO:

Jornada num tempo sem tempo (ou viagem de volta no tempo?)

2017. Abril, dia 27: De Villafranca Montes de Oca a Cardeñuela Riopico (24,5 km)

De Belorado, onde Alexandre ficou, até Villafranca, onde ficamos Tina, Márcio e eu, são doze quilômetros em sentido ascendente. Belorado está a uma altitude de 770 metros. Villafranco, um pouco acima, está a 948 metros.

Saindo-se de Villafranca, já se começa subindo de fato na direção do ponto mais alto desse trecho: o alto de Valbuena, a 1162 metros.

Está frio. Nevou a noite e o caminho está coberto de gelo. Logo no primeiro trecho há uma subida bastante íngreme, em que se tem de tomar muito cuidado para não escorregar.

Grande parte do caminho se dá por entre uma mata, cuja vegetação, árvores de todos os tamanhos e formatos, inclusive, está praticamente toda coberta de gelo. Ao se chegar no alto encontra-se uma espécie de clareira, como que um monumento, instalação, a céu aberto, com uma variedade incrível de coisas estranhas, esculturas, montes de pedras, tótens. Várias pessoas descansam aí. Há bancos. Mesas.

Após se atingir o ponto mais alto, começa-se a descer na direção de San Juan de Ortega, a 1040 metros. Uma descida suave, que se dá numa distância de cinco quilômetros e meio.

Neva um pouquinho em San Juan. Depois vêm Agés e Atapuerca, um vilarejo um pouco maior do que a maior parte deles e bastante aprazível.

A partir de Atapuerca sobe-se novamente por cerca de três quilômetros até um ponto no alto a que se chega por uma estrada num terreno de pedras todo acidentado, por entre, acredito, propriedades rurais e beirando-se uma cerca que de ponto em ponto contém avisos de proibido passar: Zona Militar.

No pico (1078 metros): Matagrande há uma cruz de madeira gigante. Tina, Márcio e eu paramos para tirar fotos e admirar a vista. Belíssima. O dia está bem claro.

Na continuação do caminho, começa a descida em direção a Burgos (860 metros). Ando mais ou menos cinco quilômetros ainda, passando por Villalval e chego em Cardeñuela.

Tina e Márcio, que andavam à frente, mas muito perto de mim, somem de vista, mais ou menos no momento em que entro no povoado. Não os vejo mais. Penso que se registraram em um dos outros albergues que não o meu.

Faço o registro no Bar Albergue Municipal perto das duas da tarde. De acordo com o proprietário, sou o primeiro a chegar. Depois do registro, ele me dá as instruções e me mostra as acomodações.

Escolho minha cama, em um dos beliches, acomodo minha tralha e volto ao bar para comer alguma coisa: "dos tortillas y pan, cerveza y água".

Em seguida chegam mais dois peregrinos, vindos de Belorado. Um italiano e um madrilenho. E, logo depois, duas senhorinhas, com quem já cruzei em vários outros lugares, param. Tomam uma cerveja cada um, comem um "bocadillo de jamón" e partem. Não sei se para algum outro ponto ou para algum outro albergue no lugar.

Pouco tempo depois, mais um peregrino chega ao bar: Sebastian, de acordo com Vicenzo, o italiano de Pompei, Nápoles. Sebastian pede um café com leite e puxa uma breve conversa, pois ainda pretende seguir para Burgos, depois de já ter andado trinta quilômetros hoje. Diz ele que está vindo, literalmente, da Alemanha. Lá, vivia em Constanzz, até resolver dar um tempo e começar sua caminhada. Está andando desde o dia primeiro de fevereiro.

No final das contas, somos apenas quatro a ocupar o alojamento, preparado para receber, se não me engano, até dezesseis ou dezoito pessoas. Juan, Vicenzo e Gerard Brossoitrot, um francês que chegou um pouco mais tarde e está aflito com muitas bolhas nos pés, e eu.

Vicenzo é um sujeito bonachão, que fala alto e faz muitos gestos ao falar, como todo italiano. O tom de sua conversa no albergue, antes de dormir, é de crítica aos "vikings", os "imperialistas" americanos e/ou ingleses, dizendo dar graças a Deus não termos de conversar com nenhum no idioma deles, porque eles se recusam a tentar falar no idioma de qualquer interlocutor. Não fazem o menor esforço. E o resto mundo tem de saber falar inglês, se quiser falar com eles.

Há mais dois albergues no vilarejo. No segundo, que dá fundos para o nosso há mais quatro peregrinos. Do terceiro, não se tem notícias.

Aí, após o jantar, que também é servido no bar, é acomodar-se, tentar passar bem a noite e esperar pelo novo dia e pela nova etapa. 

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