sábado, 28 de abril de 2018

Abre um espaço em ti para a Presença, e aquieta-te


LIÇÃO 118

Para revisão pela manhã e à noite:

1. (105) A paz e a alegria de Deus são minhas.

Hoje, aceitarei a paz e a alegria de Deus, em uma troca feliz
por todos os substitutos que invento para a felicidade e para a paz.

2. (106) Que eu me aquiete e escute a verdade.

Que minha voz insignificante se cale e me permita ouvir a Voz poderosa
pela Própria Verdade me assegurar que sou o Filho perfeito de Deus.

3. Para a hora:
A paz e a alegria de Deus são minhas.

Para a meia hora:
Que eu me aquiete e escute a verdade.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 118

Podemos até inverter a ordem das ideias que revisamos hoje e o resultado não será diferente da verdade que buscamos aprender a respeito do que somos em Deus, com Ele.

Assim: Que eu me aquiete e escute a verdade. O que vou ouvir não será nada diferente de: A paz e a alegria de Deus são minhas. Porque tudo o que eu quero para mim é também aquilo que Deus quer, é aquilo que Ele me permite ter. 

Entretanto, Ele me permite ter o que eu quiser, em qualquer circunstância, mesmo quando, equivocado por me acreditar separado d'Ele, desejo algo diferente da paz, da alegria, do amor e da felicidade que Deus quer para mim, o resultado pode ser dor, sofrimento, depressão, doença, medo, morte, que são escolhas minhas que me fazem acreditar na separação. São escolhas que faço ao julgar imperfeita a criação, ou qualquer parte dela. Aí, mergulhei na ilusão de uma separação que não existe.

É por isso também que é sempre valioso praticar a lembrança de que Deus vai comigo aonde eu for, mas apenas se eu O convidar a ir ou vir comigo. Se eu O excluir de minha consciência, Ele não vai estar lá? Vai, porque Ele sempre vai comigo aonde eu for, mas, ao exclui-Lo, não vou poder desfrutar de Sua Presença, nem da alegria, da paz, do amor e da felicidade que são a Vontade d'Ele para mim.

É esta a razão pela qual é fundamental que eu me cale, que eu me aquiete, para deixar espaço para a Presença de Deus se instalar em mim, para eu poder escutar a verdade, que me dá a paz e a alegria de Deus. 

Às práticas?

*

ADENDO:

Jornada num tempo sem tempo (ou viagem de volta no tempo?)

2017. Abril, dia 28: De Cardeñuela Riopico a Rabé de las Calzadas (26,8 km)

Todos levantam cedo no Caminho. Depois de levantar e fazer todo o necessário, inclusive rearrumar a mochila, saio do albergue meia hora depos das sete. 

O dono do bar havia dito na noite anterior que ia preparar o café, mas o bar continuava fechado. Vicenzo e Juan  esperaram um pouco e decidiram seguir em frente. Gerard também já se fora.

Poucos minutos de caminhada nos deixam em Orbaneja-Riopico, um lugar que, segundo o guia, não dispõe de albergue para peregrinos. Não é verdade. Há um café/bar que oferece acomodações. Aquelas duas senhorinhas de que falei lá atrás ficaram em Orbaneja e estavam tomando seu café quando cheguei. Juan, o madrilenho, não parou. Vicenzo sentia muita dor no joelho esquerdo e resolveu fazer uma pausa antes de seguir.

Tomei café. Comprei mais um pouco de água e parti para Burgos. Depois de Orbaneja há um só povoado antes de Burgos: Villafria, que fica a dez quilômetros de Burgos. O peregrino não pode vir a ter qualquer imprevisto depois de Villafria, pois só vai encontrar um jeito de fazer contato com alguém em Burgos. Toca então tomar todo o cuidado no caminho.

Burgos toma muito tempo e parece que não se chega nunca ao ponto. E está frio. Às dez horas da manhã os termômetros marcam dez graus.  Há que se atravessar um longo trecho urbanizado antes de chegar ao centro antigo que é onde estão o pontos de interesse, tanto de turistas comuns, quanto de peregrinos. 

Burgos é uma cidade grande, moderna, linda e movimentada e pulsante. Depois de passar pela Catedral, monumental, cheia de gente querendo entrar e ver - é preciso pagar para visitá-la. Deve valer a pena, mas eu não quis. Lembrei-me de todas as igrejas que já visitei em outros lugares. Aqui, há um excesso de informações, retábulo disso, retábulo daquilo, um nicho para isto, outro para aquilo, muitas vezes com grades que impedem o acesso. As construções são enormes - excesso de ouro e pedras preciosas. Onde fica a parte que se deve dedicar ao espírito? Além disso, há também várias outras igrejas que fazem parte do roteiro turístico e de peregrinação. E quase todas cobram entrada. É preciso um caminhão de euros se se quiser visitar cada uma delas.

Rodei um pouco aqui e ali e aproveitei para procurar a capa de chuva para substituir a que eu trouxe, que acabou em frangalhos (se você algum dia resolver fazer o Caminho, não compre a capa de chuva da Nautika). Na primeira loja: Villa Sports, indicada por um norueguês - que me levou até lá [no caminho, encontramos um amigo dele, de caminhada, talvez, Adam, inglês, que seguiu conosco] - não encontrei.

Despedi-me do norueguês e de Adam e resolvi seguir as indicações do dono da loja. Após andar por algum tempo, sem encontrar, um senhor, morador de Burgos, quis saber se eu estava procurando o caminho para o Albergue e eu lhe disse o que estava procurando. Aí, ele fez questão de me levar até a loja, que era perto, e de me indicar o caminho a seguir depois que eu saísse da loja.

Depois das compras, pus-me a caminho. Gastei duas horas em Burgos - indo daqui para ali, vendo coisas, prédios e sempre andando na direção que os sinais - ou conchas, ou setas amarelas - indicam para o peregrino. 

A saída de Burgos, como a de Logroño, se dá por uma praça enorme toda arborizada e se caminha por entre uma fila de plátanos de tamanho considerável.

Daí para a frente, passa-se por Villabilla de Burgos e Tardajos. Depois de uma caminhada de quase doze quilômetros chega-se a Rabé de las Calzadas. Meu pé esquerdo causa algum desconforto. Está um pouco judiado pelas bolhas e por tantos quilômetros de caminho.

São três horas da tarde quando chego à Rabé, quase oito horas de caminhada, descontando-se as duas horas em Burgos, que não foram propriamente paradas.

O albergue em Rabé se chama Liberanos Domine e a responsável pelo registro e pela recepção e atendimento dos peregrinos e - por pelo que vi - por todos os serviços  - desde as máquinas de laver e secar, refeições, bebidas, cozinha e tudo mais, se chama Clementina. Super atenciosa e atenta a tudo.

Durante o jantar - quase no fim -, ela avisa que vai haver um vesperal (uma reza especial) na Capela Nossa Senhora da Medalha Milagrosa com uma bênção aos peregrinos que se dispuserem a ir e participar.

Vou! Uma forma de rezar muito interessante, cerca de uma dúzia de mulheres, quase todas com mais de sessenta anos - à exceção de uma mais jovem que nos recebeu -, de cabelos brancos, ombros arqueados, celebrando uma espécie de "missa" sem padre, a partir do Salmo 116 [pelo que entendi], com um ritual de preces e cantos.  

Ao final, a bênção em várias línguas - num folheto que recebo - não há em português. E, para terminar, todos os peregrinos presentes recebem um santinho e uma medalha da N. Sra. da Medalha Milagrosa (de Paris).

Voltando ao albergue, coleto minha roupa lavada e seca e me preparo para dormir. O café da manhã começa a partir das seis e meia. E outra jornada está a minha espera.


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