quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tudo o que acontece acontece no tempo certo

LIÇÃO 188


A paz de Deus brilha em mim agora.

1. Por que esperar pelo Céu? Aqueles que buscam a luz estão apenas cobrindo seus olhos. A luz está neles agora. A iluminação é apenas um reconhecimento, não uma mudança em absoluto. A luz não é do mundo, porém tu que podes carregar a luz em ti também és um estranho aqui. A luz veio contigo de teu lar de origem e ficou contigo porque é tua. Ela é a única coisa que traz contigo d'Aquele Que é tua Fonte. Ela brilha em ti porque ilumina teu lar e te conduz de volta ao lugar de onde ela veio e aonde estás em casa.

2. Esta luz não pode ser perdida. Por que esperar para encontrá-la no futuro ou acreditar que ela já se perdeu ou nunca existiu? Ela pode ser vista tão facilmente que os argumentos que provam que ela não existe são ridículos. Quem pode negar a presença daquilo que vê em si mesmo? Não é difícil olhar para dentro, pois toda a luz começa aí. Não há nenhuma visão, seja de sonhos ou de uma Fonte mais verdadeira, que não seja uma sombra daquilo que se vê a partir da visão interior. Aí a percepção começa e aí ela termina. Ela não tem nenhuma fonte a não ser esta.

3. A paz de Deus brilha em ti agora e se estende ao mundo inteiro desde o teu coração. Ela pára para acariciar toda coisa viva e deixa nelas uma bênção que permanece para todo o sempre. Aquilo que ela dá tem de ser eterno. Ela retira todos os pensamentos do efêmero e do sem valor. Ela traz renovação a todos os corações cansados e ilumina todas as visões à medida que passa. Todas as suas dádivas são dadas a todos e todos se unem para dar graças a ti que dás e a ti que recebes.

4. O brilho em tua mente lembra o mundo daquilo que ele esqueceu e o mundo, do mesmo modo, te devolve a lembrança. A salvação se irradia de ti com dádivas incomensuráveis, dadas e devolvidas. O Próprio Deus agradece a ti, o doador da dádiva. E, em Sua bênção, a luz em ti brilha de modo mais claro, somando-se às dádivas que tens para oferecer ao mundo.

5. A paz de Deus nunca pode ser contida. Aquele que a reconhece em si mesmo tem de dá-la. E os meios para dá-la estão em sua compreensão. Ele perdoa porque reconhece a verdade em si. A paz de Deus brilha em ti agora, e em todas as coisas vivas. Na tranquilidade ela é reconhecida universalmente. Pois aquilo para que olha tua visão interior é tua percepção do universo.

6. Senta calmamente e fecha os olhos. A luz dentro de ti é suficiente. Só ela tem o poder para te dar a dádiva da visão. Exclui o mundo exterior e deixa que teus pensamentos voem para a paz interior. Eles conhecem o caminho. Pois pensamentos honestos, imaculados pelo sonho de coisas do mundo exterior a ti mesmo, se tornam os mensageiros santos do Próprio Deus.

7. Estes pensamentos tu pensas com Ele. Eles reconhecem seu lar. E apontam para sua Fonte, Onde Deus Pai e Filho são um. A paz de Deus brilha neles, mas eles têm de permanecer contigo também, pois nasceram em tua mente, da mesma forma que a tua nasceu na de Deus. Eles te conduzem de volta à paz, de onde vieram apenas para te lembrar como tens de voltar.

8. Eles atendem à Voz de teu Pai quando te recusas a escutar. E eles te pedem com insistência e de forma paciente que aceites Sua Palavra como aquilo que és, em vez de fantasias e sombras. Eles te lembram de que és o co-criador de todas as coisas que vivem. Pois do mesmo modo que a paz de Deus brilha em ti, ela tem de brilhar sobre elas.

9. Hoje praticamos chegar mais perto da luz em nós. Tomamos nossos pensamentos inconstantes e os levamos delicadamente de volta ao lugar em que eles se alinham com todos os pensamentos que compartilhamos com Deus. Não deixaremos que eles se desviem. Deixamos a luz dentro de nossas mentes orientá-los a virem para casa. Nós os traímos, ordenando que se afastassem de nós. Mas agora pedimos que voltem e os limpamos de desejos estranhos e de anseios confusos. Devolvemos a eles a santidade de sua herança.

10. Deste modo, nossas mentes se recuperam com eles e reconhecemos que a paz de Deus ainda brilha em nós e, a partir de nós, em todas as coisas vivas que compartilham nossa vida. Nós perdoaremos a todas, absolvendo o mundo inteiro daquilo que pensávamos que ele fez a nós. Pois somos nós que fazemos o mundo do modo que o queremos. Agora escolhemos que ele seja inocente, livre de pecado e aberto à salvação. E depositamos sobre ele nossa bênção salvadora, ao dizermos:

A paz de Deus brilha em mim agora.
Que todas as coisas brilhem sobre mim nesta paz,
e que eu as abençoe com a luz em mim.

*

COMENTÁRIO:

A ideia que vamos praticar neste dia 7 de julho, quinta-feira, me lembrou de uma música que cantávamos nas missas há muitos anos. Alguém lembra de uma música que se chama Por que esperar amanhã? Creio que o que ela diz bate com a pergunta feita logo no início do texto que nos encaminha para a lição: Por que esperar pelo Céu?

A letra da música diz o seguinte [a estrofe em negrito é o refrão, que é cantado, após cada uma das outras estrofes]:

Por que esperar amanhã?
Por que esperar amanhã?
Escuta este canto, enxuga este pranto.
Por que esperar amanhã?

Escuta este canto que nos traz o vento,
é um canto de sofrimento.
Alguém pede pão, alguém pede paz
e tu o que lhe darás?

Escuta este canto de quem está sedento,
é um canto que traz o vento.
Alguém pede paz, alguém pede amor
e tu o que lhe darás?

Quem pode falar, quem vai responder
ao que nos pede esta voz?
Cada um de nós tem sempre o que dar,
por isso não vai deixar,

Deixar prá fazer amanhã,
deixar prá dizer amanhã,
eu conto contigo, eu sou teu amigo,
por que esperar amanhã?

Interessante notar que quando falamos a respeito do tempo, pensando que é possível adiar qualquer ação, estamos apenas reforçando nossa crença em um tempo linear, que não existe a não ser na ilusão. Um tempo a que nos referimos como passado, presente e futuro, que se sobrepõem um ao outro, mas que existem de forma independente e separada, como já vimos antes aqui.

Digo isto porque esta ideia foi tema de uma conversa que tivemos, nosso colega Salviano e eu, ontem. Na verdade, conforme o UCEM afirma, o único tempo que existe é o presente, o agora, e o agora é o tempo que mais se assemelha à eternidade. Assim, podemos perceber que tudo o que acontece só pode acontecer no tempo certo e que tudo está no lugar certo em todos os momentos em que olharmos para o mundo, pois não há como ser de outra forma.

O ensinamento nos autoriza a pensar, salvo engano de interpretação - e me corrijam, por favor, se eu estiver vendo de forma equivocada -, que não há atrasos na vida. Tudo acontece no tempo certo. E alguma coisa que não aconteceu antes não aconteceu simplesmente porque não era a hora de acontecer. E algo que entendemos como se estivesse acontecido fora do tempo, antes ou depois, apenas atesta nossa percepção equivocada a respeito do tempo.

Repetindo o que disse no ano passado, em uma das leituras que fizemos em um dos grupos de estudos de segunda, o Curso nos afiança que seu ensinamento não está além do aprendizado imediato, a menos que acreditemos que "a Vontade de Deus leva tempo" para se realizar. E acreditar nisto significa apenas que preferimos adiar o reconhecimento de que tudo o que somos e vivemos, na verdade, é parte da Vontade de Deus. Fora da Vontade d'Ele só podemos experimentar ilusões.

Referindo-se à prática do instante santo, o texto nos assegura que "o instante santo é este instante e todos os instantes". É aquele que quisermos que seja. Cabe a nós decidir quando ele será e não podemos trazê-lo à consciência enquanto não o quisermos.

De certa forma, entendo que a lição de hoje começa dizendo a mesma coisa de outro modo. Isto é, que não há necessidade de esperarmos pelo Céu, podemos vivê-lo agora e em qualquer instante em que decidirmos que tudo  o que desejamos é viver o Céu em nossas vidas. Os que buscam a luz apenas cobrem os olhos, pois a luz está em nós o tempo todo. Ou seja, não existe uma situação em que estejamos afastados da luz e nem um instante que não seja santo.

As práticas, como digo constantemente e como o Curso diz, podem nos ensinar isto.

2 comentários:

  1. Ok, registrado e...processando...
    Bjs

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  2. Oi Moisa,
    percebo que com as praticas as coisas vao mudando sutilmente.
    E um processo tranquilo e natural, essa e uma das razoes pela qual prefiro estudar o UCEM, estou apreendendo a ser gentil comigo mesma.
    Obrigada pelo esclarecimentos.

    Luz,
    bj
    Dani

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