terça-feira, 17 de julho de 2012

O Curso como ameaça às crenças falsas do ego


LIÇÃO 199

Eu não sou um corpo. Sou livre.

1. A liberdade tem de ser impossível enquanto perceberes a ti mesmo como um corpo. O corpo é um limite. Aquele que quer buscar liberdade em um corpo a procura aonde ela não pode ser encontrada. A mente pode se tornar livre quando não mais se vir em um corpo, amarrada firmemente a ele e protegida por sua presença. Se isto fosse a verdade, a mente seria, de fato, vulnerável.

2. A mente que serve ao Espírito Santo é ilimitada para sempre de todas as formas, está além das leis de tempo e espaço, livre de quaisquer preconceitos e com força e poder para fazer qualquer coisa que se pedir a ela. Pensamentos de ataque não podem entrar em uma mente como esta, porque ela foi dada à Fonte do amor, e o medo não pode entrar nunca em uma mente que se ligue ao amor. Ela descansa em Deus. E quem poderia ter medo se vive na Inocência e apenas ama?

3. É essencial para teu progresso neste curso que aceites a ideia de hoje e que lhe dês muito valor. Não te preocupes que ela seja bem insana para o ego. O ego preza o corpo porque mora nele e vive unido à casa que contrói. O corpo é uma parte da ilusão que o protege de se descobrir ilusório.

4. Ele se esconde aí e aí pode ser visto como é. Manifesta tua inocência e estás livre. O corpo desaparece, porque não tens nenhuma necessidade dele, exceto a que o Espírito Santo vê. Para isto, o corpo se apresentará como uma forma útil para aquilo que a mente tem de fazer. Deste modo, ele vem a ser um veículo que ajuda o perdão a ser estendido à meta todo-abrangente que o perdão precisa alcançar, de acordo com o plano de Deus para a salvação.

5. Sustenta a ideia de hoje e pratica-a, hoje, e todos os dias. Torna-a uma parte de todos os períodos de prática que empreenderes. Não há nenhum pensamento, em razão disso, que não se aperfeiçoe em poder para ajudar o mundo, e nenhum que não ganhe também mais dádivas para ti. Anunciamos o chamado da liberdade no mundo inteiro com esta ideia. E tu te dispensarias da aceitação das dádivas que dás?

6. O Espírito Santo é o lar das mentes que buscam liberdade. N'Ele elas encontram o que buscam. Agora a finalidade do corpo está clara. E ele se torna perfeito na capacidade de servir a uma meta não-dividida. Em resposta inequívoca e livre de conflitos à mente que tem por meta apenas o pensamento da liberdade, o corpo serve, e serve bem, ao seu objetivo. Sem o poder de escravizar, ele é um valioso servidor da liberdade que a mente, no interior do Espírito Santo, busca.

7. Liberta-te hoje. E carrega a liberdade como tua dádiva àqueles que ainda acreditam ser escravos dentro de um corpo. Liberta-te, a fim de que o Espírito Santo possa fazer uso de tua saída da escravidão para libertar os muitos que se percebem como presos e desamparados, e com medo. Deixa que o amor substitua seus medos por teu intermédio. Aceita a salvação agora e dá tua mente Àquele Que te chama para Lhe dares esta dádiva. Pois Ele quer te dar a liberdade completa, a alegria completa e a esperança que encontra sua realização plena em Deus.

8. Tu és o Filho de Deus. Tu vives na imortalidade para sempre. Não queres devolver tua mente a isto? Então pratica bem o pensamento que o Espírito Santo te dá para hoje. Nele teus irmãos ficam livres contigo; o mundo é abençoada juntamente contigo; o Filho de Deus não chorará mais e o Céu dá graças pela aumento da alegria que tua prática traz até mesmo para ele. E o Próprio Deus estende Seu Amor e felicidade cada vez que disseres:

Eu não sou um corpo. Sou livre. Ouço a Voz que Deus
me dá e é apenas a isto que minha mente obedece.

*

COMENTÁRIO:

Como eu disse também nos dois últimos anos, muitas das pessoas que se aproximam do ensinamento do UCEM à procura de uma resposta para seus problemas e de uma explicação para as situações que enfrentam em sua vida pessoal e que, após um breve tempo, se afastam dele aparentemente sem razão alguma, fazem-no porque, quando começam a ouvir o que ele diz acerca do ego e a respeito do corpo, que o Curso identifica como a casa do ego, percebem no Curso, de modo equivocado, é claro, uma ameaça àquilo que acreditam ser. 


Isto é, o Curso, de fato, é uma ameaça à manutenção da crença no ego - um falso eu - como aquilo que somos. Quer dizer, o ego - que nos oferece um relacionamento com o mundo e com as coisas do mundo a partir de uma imagem equivocada que seu sistema de pensamento construiu de nós -, se acredita capaz de nos convencer de que somos apenas corpos e que não há nada além dele em nós.

Por isto, a lição desta terça-feira, dia 17 de julho, oferece para as práticas a ideia que coloca as coisas nos devidos lugares, apresentando-nos o corpo como apenas "uma forma útil para aquilo que a mente tem de fazer", dando-lhe apenas o papel que ele tem de cumprir e nada mais. O corpo, na verdade e para o Curso, tem de ser uma ferramenta, um instrumento perfeito para a comunicação. Ou, como diz a lição, [se ainda não é para nós, tem de vir a ser] o corpo é "um veículo que ajuda o perdão a ser estendido à meta todo-abrangente que o perdão precisa alcançar, de acordo com o plano de Deus".

Repetindo mais uma vez o que eu disse também nos dois anos passados: é a prática desta ideia que pode nos dar a liberdade que pensamos ter perdido ao nos acreditarmos corpos por sugestão do ego. Livres da crença a que o ego quer nos induzir, libertamo-nos de todos os conflitos, pois o corpo já não pode mais nos escravizar e passa a ser apenas "um servidor valioso".

2 comentários:

  1. Ótimo comentário Moisés. Creio que alémdo corpo ser um instrumento de comunicação ele é também, por seus sentidos, um meio de percebermos esse "mundo". Evidentemente que essa percepção só terá sentido se não a subjugarmos ao ego inferior e sim à Mente Universal. Abraços.

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  2. O corpo faz parte da projeção do ego naquilo que percepcionamos como o "mundo" e nesse sentido pode ser entendido como um instrumento da percepção. No entanto não esqueçamos que o Filho de Deus adormecido é quem projeta este mundo nos seus sonhos. O Despertar que o curso nos promete é o "fim do mundo" e a união com Deus, não a "nós", personagens deste sonho, mas ao filho de Deus adormecido num sonho de separação.

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