sexta-feira, 20 de julho de 2012

As práticas são um modo de integrar a "sombra"



LIÇÃO 202

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (182) Eu me aquietarei por um momento e irei para casa.

Por que eu escolheria ficar por mais um momento onde não é meu lugar, quando o Próprio Deus me dá Sua Voz e me chama de volta a casa?

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Vou repetir o comentário feito a esta lição no ano passado, por julgá-lo ainda pertinente ao que vamos praticar. Aí vai então:


Como vimos ontem, de acordo com a instruções que recebemos para as práticas durante este período de revisão, qualquer uma das lições que vamos praticar, entendida, praticada, aceita e aplicada a tudo o que aparentemente nos acontecer ao longo de todo o dia, todos os dias, é suficiente para nossa salvação individual e, por consequência, para a salvação do mundo inteiro, uma vez que cada uma delas contém todo o currículo. E nós trazemos o mundo inteiro em nós.

Nesta sexta-feira, dia 20 de julho, a ideia que praticamos chama nossa atenção para o anseio que nos leva a buscar de forma incessante um modo de voltar para casa, uma vez que, em geral, mesmo que de modo muito sutil e, muitas vezes, inconsciente, não nos sentimos em casa aqui, neste mundo, estejamos aonde estivermos.

A razão para este "desconforto", para esta "inquietação", está na crença na separação. A percepção do mundo das formas nos mostra, separados de nós, aspectos do divino em nós mesmos em tudo e em todos, que muitas vezes temos dificuldade para reconhecer, aceitar e acolher. Entre estes aspectos está aquele que se denomina "sombra".

Ken Wilber, em seu livro A Visão Integral, entre outros, diz que "sombra" é um termo que representa "o inconsciente pessoal ou o material psicológico que reprimimos, negamos, dissociamos ou rejeitamos". Diz mais que, "infelizmente, negar esse material não faz com que ele vá embora; pelo contrário, ele volta para nos perturbar com dolorosos sintomas neuróticos, obsessões, medos e ansiedades. Trazer este material à superfície, familiarizar-se com ele e apropriar-se dele é necessários não apenas para a eliminação dos sintomas dolorosos, mas também para a formação de uma auto-imagem mais verdadeira e saudável".

Acredito que a prática diária pode nos dar condições de reconhecer, sem medo, aqueles aspectos de nós que buscamos reprimir, negar, dissociar ou rejeitar. Mais, os exercícios com as ideias que o Curso nos apresenta são um ótimo instrumento para aprendermos a aceitá-los, acolhê-los, encará-los, conversar com eles e integrá-los a nossa experiência. Isto tudo facilita a volta a casa, que não é nada mais nada menos do que voltar para nós mesmos, incluindo tudo o que vemos aparentemente separado de nós.

Voltar a casa, pode-se dizer, talvez seja apenas reconhecer a verdade do que o Curso diz quando diz que "já somos aquilo que estamos buscando".
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário