sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A percepção de nossos sentidos não é confiável


LIÇÃO 259

Que eu me lembre de que não existe pecado.

1. O pecado é o único pensamento que faz parecer a meta de Deus* inatingível. O que mais poderia nos cegar para o óbvio e fazer o estranho e o tortuoso parecerem mais claros? O que além do pecado gera nossos ataques? O que mais a não ser o pecado poderia ser a fonte da culpa que exige castigo e sofrimento? E o que, exceto o pecado, poderia ser  a fonte do medo, que esconde a criação de Deus; e dá ao amor as características do medo do ataque?

2. Pai, hoje não quero ser louco. Não quero ter medo do amor nem buscar abrigo no oposto dele. Pois o amor não pode ter nenhum oposto. Tu és a Fonte de tudo o que existe. E todas as coisas que existem permancem Contigo, e Tu com elas.

*

COMENTÁRIO:

* Observação: Entenda-se a meta de se chegar a Deus.



Nesta sexta-feira, dia 16 de setembro, a ideia que praticamos busca nos mostra que acreditar no pecado, ou na possibilidade de pecado é loucura. Basta pois que nos decidamos a mudar nosso modo de perceber, isto é, que nos decidamos a olhar para o mundo de forma diferente para entendermos que tudo o que vemos de aparentemente errado é apenas um equívoco de nossa percepção, que, por estar atrelada aos sentidos, não é confiável.


Ou algum de nós já viu alguma coisa, com os olhos do corpo, que vá durar para sempre? Já tocou alguma coisa que vai durar para sempre? Já provou algum sabor que vá durar para sempre? Já ouviu algum som que vai durar para sempre? Já cheirou algum perfume que vai durar para sempre, por toda a eternidade?


É preciso que fiquemos vigilantes para os opções que o ego nos oferece como forma de mudar o mundo. Que mundo queremos mudar? O Curso afirma com todas as letras: "Não há mundo"! A não ser aquele que construímos a partir de nossos pensamentos. Ou ainda não percebemos que tudo o que vemos aparentemente fora de nós é apenas a manifestação "concreta" daquilo que trazemos aqui dentro?


Vejam pois uma parte do comentário feito a esta lição no ano passado. Para aprendermos a ficar atentos ao que acontece à volta de nós. Para desenvolvemos em nós a sabedoria simples do jagunço Riobaldo, ou para aprendermos com ele e com sua sabedoria a pôr nossa atenção em tudo conforme, ele nos diz logo no início do Grande Sertão: Veredas:

"Ah, tem uma repetição, que sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo! - só estava entretido na ideia dos lugares de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais em baixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?"

E um pouco mais adiante:

"A gente vive repetido, o repetido, e, escorregável, num mim minuto, já está empurrado noutro galho... Um está sempre no escuro, só no último minuto é que clareiam a sala. Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."

Isto não lhes traz à mente a ideia de que, em geral, vivemos distraídos de nós mesmos e distraídos da vida? Ou como disse John Lennon: "A vida é aquilo que te acontece, enquanto estás preocupado pensando outras coisas". Ou não lhes soa como aquilo que o Curso diz? Que o ego não nos deixa viver o presente [a travessia], mas nos coloca com um pé no passado [a saída] - para lamentar as coisas ruins ou para recordar as boas - e outro no futuro [a chegada] - na antecipação do que há de vir: será bom?, será ruim? - sempre com medo do que possa acontecer?

No entanto, a meta que queremos, de fato, alcançar é possível, conforme comentamos ontem, basta que demos um passo por vez, com toda a atenção voltada para aquele passo particular [presente], conscientes de nós mesmos e do que buscamos, e fazendo o mesmo com todos os passos seguintes. Se vamos ou podemos nos distrair? Sem dúvida. Mas isto não é nem nunca deve ser motivo para desistir de caminhar. 



Desculpem-me pelo atraso nesta postagem, todos aqueles que acessam o blogue nas primeiras horas do dia. Boas práticas a todos.



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