segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Para ter, dá tudo a todos."

LIÇÃO 108

Dar e receber são a mesma coisa na verdade.

1. A visão depende da ideia de hoje. A luz está nela, pois ela concilia todos os opostos aparentes. E o que é a luz exceto a solução, nascida da paz, de todos os teus conflitos e pensamentos equivocados em um único conceito que é inteiramente verdadeiro? Mesmo este desaparecerá, porque o Pensamento por detrás dele aparecerá como uma alternativa para tomar seu lugar. E agora tu ficas em paz para sempre, pois o sonho acaba assim.

2. A luz verdadeira que torna possível a visão não é a luz que os olhos do corpo veem. É um estado de espírito que se tornou tão unificado que a escuridão não pode ser percebida de forma alguma. E, deste modo, o que é o mesmo é visto como único, enquanto que aquilo que não é o mesmo permanece não percebido, pois não existe.

3. Esta é a luz que não apresenta nenhum oposto e a visão, por estar curada, tem poder para curar. Esta é a luz que leva tua paz de espírito a outras mentes, para compartilhá-la e ficar contente que elas sejam uma só contigo e consigo mesmas. Esta é a luz que cura porque ela traz a única percepção, baseada em um único ponto de referência, do qual um só significado emerge.

4. Nisto, vê-se dar e receber como aspectos diferentes de um único Pensamento cuja verdade não depende do que se vê como primeiro, nem do que parece estar em segundo lugar. Nisto, compreende-se que ambos acontecem simultaneamente, que o Pensamento continua a ser íntegro. E nesta compreensão está a base sobre a qual se conciliam todos os opostos, porque eles são percebidos a partir do mesmo ponto de referência que unifica este Pensamento.

5. Um único Pensamento, completamente unificado, servirá para unificar todos os pensamentos. Isto é o mesmo que dizer que uma única correção será suficiente para todas as correções, ou que perdoar inteiramente a um único irmão é suficiente para levar a salvação a todas as mentes. Pois estes são apenas casos especiais de uma única lei que se aplica a todos os tipos de aprendizado, se eles forem orientados por Aquele Que conhece a verdade.

6. Aprender que dar e receber são a mesma coisa tem particular utilidade porque é algo que pode ser posto à prova muito facilmente, e ser percebido como verdadeiro. E quanto este caso particular prova que sempre funciona, em qualquer circunstância em que seja posto à prova, o pensamento por detrás dele pode ser generalizado a outras áreas de dúvida e de visão dual. E, a partir daí, ele se estenderá para chegar, finalmente, ao único Pensamento que é a base de todos os outros.

7. Hoje, praticamos o caso específico de dar e receber. Usaremos esta lição simples a respeito do óbvio porque ela traz resultados que não podemos perder. Dar é receber. Hoje tentaremos oferecer a paz a todos para ver quão rapidademente a paz volta para nós. Luz é tranquilidade e nesta paz a visão nos é dada e podemos ver.

8. Então, começamos os períodos de prática com a instrução para hoje e dizemos:

Dar e receber são a mesma coisa na verdade.
Eu vou receber o que estou dando agora.

Em seguida, fecha os olhos e pensa durante cinco minutos no que queres oferecer a todos para que seja teu. Poderias, por exemplo, dizer:

Ofereço serenidade a todos.
Ofereço paz de espírito a todos.
Ofereço mansidão a todos.

9. Dize cada uma destas frases lentamente e, em seguida, para, e espera para receber a dádiva que ofereceste. E ela virá para ti na medida em que a deste. Vais descobrir que tens o retorno exato, pois é isto que pediste. Também pode ser útil pensar em alguém a quem oferecer tuas dádivas. Ele representa os outros e, por intermédio dele, dás a todos.

10. Nossa lição muito simples para hoje te ensinará muito. Causa e efeito serão muito melhor compreendidos deste momento em diante e vamos avançar muito mais rápido agora. Pensa nos exercícios para hoje como avanços rápidos em teu aprendizado, que se torna ainda mais rápido e mais seguro cada vez que dizes, "Dar e receber são a mesma coisa na verdade".

*

COMENTÁRIO:

Eis-nos aqui, nesta segunda-feira, 18 de abril, começando mais uma semana. Desta vez com a oportunidade e com o meio de apagar, de uma vez por todas, de nossas mentes os programas obsoletos do ego, segundo os quais perdemos tudo aquilo que damos, conforme eu disse ao comentar esta mesma lição no ano passado.

A ideia que o Curso apresenta para nossas práticas de hoje se presta para eliminar de forma definitiva esta distorção perceptiva, na qual se baseiam praticamente todas as negociações e relacionamentos do mundo. Ela serve ainda para nos livrar do medo da escassez e da perda.

A ideia que vamos praticar vai nos dar o instrumento que permite que nos libertemos de todo e qualquer apego, ao nos oferecer a base e o fundamento para acreditarmos que, na verdade, só temos de fato aquilo que damos. Não precisamos, então, nos preocupar mais com o que temos ou com o que "aparentemente" não temos. Aprendemos com ela que temos tudo. Por isto podemos dar tudo. Pois tudo o que dermos é o que vamos receber de volta. Multiplicado.

Mais do que apenas um pensamento, uma ideia, o que a lição nos oferece hoje pode-se facilmente provar verdadeiro. Na prática. Basta que nos disponhamos a dar qualquer coisa para percebermos imediatamente que a recebemos de volta. Muitas vezes multiplicada. Experimentemos, pois, para que as dúvidas acabem. Não há possibilidade de erro.

Um comentário:

  1. Ao passear pela lição hoje cedo, ocorreu-me partilhar com todos mais uma observação a respeito da ideia das práticas de hoje, a ideia que pode nos dar a visão verdadeira.

    É o seguinte, e me corrijam, por favor, se eu estiver vendo de forma equivocada. O ponto mais importante - e o mais interessante também - da ideia que praticamos hoje é o fato de que elea pode facilmente ser posta em pratica.

    Ela pode ser testada de forma simples e fácil e é possível comprovar facilmente também que ela funciona de verdade para tudo e para todos.

    Se quisermos experimentar, basta elegermos alguém - mesmo que só em pensamento, como o exercício sugere - para oferecer/dar alguma coisa que queiramos receber.

    Paz, alegria, carinho, atenção, amor são sensações que nos chegam à consciência e são facilmente identificáveis, não é mesmo?

    Por que não tentamos, então oferecer paz, alegria, carinho, atenção e amor a alguém e esperar para ver o que se apresenta a nossa consciência de forma quase tão rápida quanto o tempo que levamos para pensar na pessoa que escolhemos para o teste?

    Quem quiser pode compartilhar o resultado de sua prática.

    Paz e bem!

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