terça-feira, 30 de julho de 2024

Uma vontade separada da de Deus não é possível

 

LIÇÃO 212

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (192) Tenho uma função que Deus quer que eu cumpra.

Busco a função que me libertará de todas as vãs ilusões do mundo. Só a função que Deus me dá pode oferecer liberdade. É apenas isto que busco, e só aceitarei isto como meu.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 212

Caras, caros,

Há que se dizer que, em certo sentido, somos todos buscadores. E buscamos o quê? Será que perdemos alguma coisa? Será que há algo a ser encontrado? Por que a maioria dentre nós não está satisfeita com o que tem, com o que vive, com o lugar aonde está, com aquilo que pensa poder fazer e com aquilo que acredita não poder? Por que muitas pessoas dizem que gostariam de ter nascido noutra época, noutro lugar, noutro corpo, muitas vezes, no seio de outras famílias que não as suas?

Na verdade, quer me parecer, a partir do ensinamento do Curso, que não há nada a buscar. O próprio Curso diz que já somos aquilo que estamos buscando. Diz mais: que não perdemos nada e nem, de fato, há algo que possamos perder ou encontrar. E diz ainda que podemos tudo, pois herdamos do Pai o mesmo poder que Ele tem. Assim, temos pleno poder para fazer o que quisermos, desde que tomemos a decisão de agir no mundo a partir do Ser. Isto é, inspirados e inspiradas apenas por aquilo que somos.

Contudo, parece-me que a maior parte do tempo não sabemos o que somos, o que fazemos, o que há para fazer e nem onde estamos. Como se sentíssemos falta de alguma coisa que não sabemos dizer de forma clara o que é. Há algo que queremos e que não conseguimos identificar bem.

Este algo é aquilo que podemos chamar de anseio pela eternidade, de saudade de casa, de saudade de um tempo em que sabemos ter vivido apenas a alegria de ser e estar no lugar a que pertencemos. Um tempo que só pode ser vivido agora, quando estamos inteiramente imersos no Ser, no que somos em sintonia com o divino.

É por esta razão que ideia para a nossa revisão de hoje tem importância vital para a re-descoberta do papel que nos cabe na ordem das coisas, para dar sentido à vida que vivemos neste mundo, de acordo com a Vontade de Deus, que não é nada mais do que nossa própria vontade. Aquela vontade mais profunda que mora no mais íntimo de cada um e de cada uma de nós. Tudo o que precisamos fazer, então, a partir também da ideia que praticamos ontem, é lembrar de nossa condição de Filhos santos do Próprio Deus.

Uma passagem do livro texto, que já citei outras vezes, sugere que reconheçamos e aceitemos a seguinte ideia: "O Próprio Deus é incompleto sem mim".  Ora, esta ideia é fundamental para que tomemos ciência, de fato, e para que recobremos o direito legítimo à herança divina que nos cabe, para que possamos ser o tempo inteiro tão somente "o ser", em nós, a manifestação verdadeira do Deus Vivo em nosso aparente estar-no-mundo.

E não há como não reconhecê-la se pensarmos que Deus, ou melhor dizendo, a ideia de Deus é uma ideia todo-abrangente. Ele [ou a ideia d'Ele] só existe para mim, para nós, para quem quer que seja, quando tudo e todos começam e terminam n'Ele. Tudo se recobre de sentido no Amor que é capaz de abarcar a tudo e a todos em Si.

Assim, como eu já disse antes também, da mesma forma que precisamos de Deus [ou da ideia de Deus] para que nossas vidas tenham sentido, Deus [mesmo que apenas como ideia] precisa de todos, de todas, de cada um e de cada uma de nós assumindo o compromisso com a função que nos cabe para a realização de Seu plano para a salvação do mundo, para a realização de Sua Vontade de alegria e paz perfeitas e completas para cada ser vivente. E para todos e todas nós. Uma vontade que é também a nossa. Porque não podemos ter nenhuma vontade à parte da de Deus, do mesmo modo que não podemos existir separados d'Ele.

Às práticas?

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