sábado, 20 de agosto de 2016

Precisamos nos decidir a abandonar o controle


2. O que é a salvação?

1. A salvação é uma promessa, feita por Deus, de que por fim encontrarás teu caminho até Ele. Ela não pode senão ser cumprida. Ela garante que o tempo terá um fim e que todos os pensamentos que nasceram no tempo também findarão. A Palavra de Deus é dada a cada mente que pensa ter pensamentos separados e substituirá esses pensamentos de conflito pelo Pensamento de paz.

2. O Pensamento de paz foi dado ao Filho de Deus no instante em que sua mente pensou em guerra. Antes não havia necessidade de tal Pensamento porque a paz era dada sem opositores e simplesmente existia. Mas, quando a mente se divide, surge uma necessidade de cura. Por esta razão o Pensamento que tem o poder de curar a divisão se tornou uma parte de cada fragmento da mente que ainda era uma só, mas que deixou de reconhecer sua unidade. Naquele momento ela não se conhecia e pensava que sua própria Identidade estava perdida.

3. Salvação é desfazer no sentido de que, deixando de apoiar o mundo, ela não faz nada. Deste modo, ela abandona as ilusões. Por não apoiá-las, ela deixa simplesmente que elas se reduzam a pó suavemente. E, agora, revela-se o que elas escondiam; um altar ao santo Nome de Deus, sobre o qual está escrita a Palavra d'Ele, com as dádivas do teu perdão depositadas diante dele e a lembrança de Deus logo atrás.

4. Vamos entrar neste lugar diariamente para passar algum tempo juntos. Aqui compartilhamos nosso último sonho. É um sonho no qual não há tristeza, pois ele contém um indício de toda a glória que Deus nos dá. A relva irrompe do solo agora, as árvores começam a brotar e os pássaros vêm viver em seus galhos. A terra renasce com nova perspectiva. A noite acaba e chegamos juntos à luz.

5. Daqui oferecemos a salvação ao mundo, pois é aqui que a salvação foi recebida. A canção de nosso júbilo é o aviso para todo o mundo de que a liberdade voltou, de que o tempo está quase no fim e de que o Filho de Deus só tem de esperar mais um instante até que seu Pai seja lembrado, os sonhos acabem e a eternidade brilhe afastando o mundo para que absolutamente só o Céu exista.

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LIÇÃO 233

Dou minha vida a Deus para que Ele a guie hoje.

1. Pai, hoje Te dou todos os meus pensamentos. Não quero ter nenhum. Dá-me Teus Próprios Pensamentos em lugar deles. Também Te dou todas as minhas ações para eu poder fazer Tua Vontade em vez de buscar objetivos que não podem ser alcançados e perder tempo com fantasias inúteis. Venho a Ti hoje. Recuarei e simplesmente Te seguirei. Sê, Tu, o Guia e eu o seguidor que não questiona a sabedoria infinita, nem o Amor cuja ternura não posso compreender, mas que é, não obstante, Tua dádiva perfeita para mim.

2. Hoje temos um único Guia para nos conduzir adiante. E, enquanto caminhamos juntos, daremos este dia a Ele sem nenhuma reserva sequer. Este é o dia d'Ele. E, por esta razão, é um dia de inúmeras dádivas e graças para nós.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 233

Este comentário repete de forma praticamente literal o comentário para esta lição postado nos últimos anos. 

Uma das maiores dificuldades - e eu já disse isto antes - que enfrentamos à aproximação do ensinamento do Curso diz respeito àquilo a que chamamos de entrega. Isto é, à necessidade de aprendermos a abandonar qualquer tentativa de controle em favor do espírito em nós. Ou ainda, melhor dizendo talvez, à decisão que precisamos tomar de abandonar o controle. Até porque é ilusão pensar que podemos, de fato, exercer qualquer controle sobre qualquer manifestação de vida no mundo, ou sobre qualquer coisa que existe. 

Nossa dificuldade em tomar esta decisão - a de abandonar de vez qualquer tipo de tentativa de exercer o controle sobre alguma coisa se deve a um equívoco, a algo que pensamos existir, mas que, na verdade, não existe. E qual é este equívoco? A falsa imagem de nós mesmos que construímos ao longo de nossa experiência no mundo: o falso eu, a quem o Curso chama de ego. O ego - que não existe -  é absolutamente resistente à ideia de abrir mão do controle, e quer nos convencer de que tem, de fato, algum controle sobre alguma coisa neste mundo de ilusão. 

Ora, ninguém, de verdade, tem nenhum controle sobre a ilusão, que se multiplica em miríades de formas sem que aparentemente possamos fazer nada para contê-la. Daí o insucesso se repetir para todos aqueles que tentam, de um modo ou de outro, controlar suas vidas e circunstâncias, e, muitas vezes, a vida dos que lhe são próximos. 

O próprio Curso, em texto sob o título de A atração do amor pelo amor, no décimo-segundo capítulo, fala disso da seguinte forma: 

Tu, que não podes nem ao menos controlar a ti mesmo, dificilmente deverias aspirar a controlar o universo. Mas olha para o que fazes dele e alegra-te por ele não ser verdadeiro.

Tudo o que o Curso nos ensina e pede é que nos deixemos guiar pelo divino em nós mesmos, pelo Espírito Santo, que é aquela parte de nós que está em contato permanente com Deus, e que sabe quem ou o que de fato somos. Isto é, Aquele que conhece nossa Identidade verdadeira, que não tem absolutamente nada a ver com aquilo que o falso eu nos diz.

E é apenas isto que vamos exercitar com a ideia para as práticas de hoje, porque, na verdade, conforme o Curso ensina, não precisamos fazer nada, desde que saibamos, e queiramos de fato, deixar a cargo de Deus - do divino em nós mesmos, que é nossa Identidade verdadeira -, tudo o que vamos viver a cada dia, a cada instante.

Às práticas? 

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