quinta-feira, 11 de agosto de 2016

As práticas nos ensinam o modo de fazer a entrega



1. O que é o perdão?

1. O perdão reconhece que o que pensaste que teu irmão fez a ti não aconteceu. Ele não perdoa os pecados e os torna reais. Ele vê que não houve pecado. E, em vista disso, todos os teus pecados são perdoados. O que é o pecado exceto uma ideia falsa acerca do Filho de Deus? O perdão simplesmente vê sua falsidade e, em razão disso, a abandona. Agora, então, o que fica livre para ocupar seu lugar é a Vontade de Deus.

2. Um pensamento que não perdoa é um pensamento que faz um juízo ao qual não porá em dúvida, embora não seja verdadeiro. A mente está fechada e não será liberada. O pensamento oculta a projeção, apertando suas correntes a fim de que as distorções fiquem mais veladas e mais disfarçadas; menos facilmente sujeitas à dúvida e mantidas mais distante do bom senso. O que pode se interpor entre uma projeção rígida e o objetivo que ela escolhe como a meta que quer?

3. Um pensamento que não perdoa faz muitas coisas. Busca seu objetivo numa ação frenética, torcendo e destruindo aquilo que vê como intromissões ao caminho que escolheu. Seu objetivo, e também o meio pelo qual quer alcançá-lo, é a distorção. Ele inicia suas tentativas furiosas de esmagar a realidade sem preocupação com qualquer coisa que pareça apresentar uma contradição a seu ponto de vista.

4. O perdão, por outro lado, é tranquilo e, de modo sereno, não faz nada. Ele não transgride nenhum aspecto da realidade, nem busca alterá-la para formas que lhe agradem. Ele olha simplesmente e espera, e não julga. Aquele que não quer perdoar tem de julgar, pois precisa justificar seu fracasso em perdoar. Mas aquele que quer perdoar tem de aprender a receber a verdade exatamente como ela é.

5. Não faças nada, então, e permite que o perdão te mostre o que fazer, por intermédio d'Aquele Que é teu Guia, teu Salvador e Protetor, forte em esperança e certo de teu êxito final. Ele já te perdoou, porque esta é Sua função, que Lhe foi dada por Deus. Agora tu tens de compartilhar a função d'Ele e perdoar aquele que Ele salvou, cuja inocência Ele vê a a quem Ele reconhece como o Filho de Deus.


*

LIÇÃO 224

Deus é meu Pai e Ele ama Seu Filho.

1. Minha identidade verdadeira é tão segura, tão sublime, inocente, gloriosa e formidável, tão completamente benéfica e livre de culpa que o Céu olha para Ela para lhe oferecer luz. Ela ilumina o mundo também. Ela é a dádiva que meu Pai me deu; a dádiva que eu também dou ao mundo. Não há nenhuma dádiva, a não ser esta, que possa tanto ser dada quanto recebida. Isto, e apenas isto, é realidade. Isto é o fim da ilusão. É a verdade.

2. Meu Nome, ó Pai, ainda é conhecido por Ti. Eu O esqueci e não sei para onde vou, quem sou ou o que faço. Lembra-me agora, Pai, pois estou cansado do mundo que vejo. Revela o que Tu queres que eu veja em seu lugar.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 224

Continuamos hoje nossa jornada com mais um passo em direção à aquisição da, ou ao contato com a, percepção verdadeira, conforme nos oferece e assegura o Curso, que deve vir a ser o resultado das práticas desta segunda parte dos exercícios. Elas, sem dúvida, vão servir para que aprendamos a reconhecer que não sabemos quem somos, nem para onde vamos. 

Como eu já disse muitas vezes antes, nossas práticas têm de se dar de modo a aprendermos a fazer a entrega, ao Espírito em nós, daquilo tudo que nos afasta da paz e da alegria de Deus. Devem também nos ensinar a alegria que há nessa entrega ao Pai - que é ainda a escolha que fazemos de viver a partir do que somos, na verdade -, esperando que Deus nos revele o que Ele quer que vejamos [que, sem sombra de dúvida, também é o que nós queremos ver] no lugar do mundo da ilusão, que já não nos satisfaz.

É por isso que a ideia para nossas práticas de hoje assegura que somos o Filho de Deus e que o Pai nos ama. Esta verdade é tudo o que podemos querer. Pois com ela somos capazes de perceber que tudo o que o mundo nos ensinou - ensina e continuará a nos ensinar - não passa de fantasia, de sonho. 

Entretanto, nosso compromisso com as práticas é revelador do fato de que estamos à procura de nossa Identidade verdadeira. Pois sabemos que só ela pode nos dar a segurança e a certeza de que precisamos para aprender e para ensinar a paz e o amor que recebemos do Pai. 

Talvez seja de alguma ajuda repetir o que aconselha o poeta Rumi, em um poema intitulado: 

A Casa de Hóspedes

Este ser humano é uma casa de hóspedes.
Cada manhã uma nova chegada.

Uma alegria, uma depressão, uma maldade,
Uma percepção momentânea chegam
Como um visitante inesperado.

Dê as boas vindas e entretenha a todos!
Mesmo que se trate de um bando de aflições,
Que violentamente varram sua casa
Toda a mobília,
Ainda assim, trate cada hóspede com respeito.
Ele pode estar esvaziando-o
Para que você receba uma nova alegria.

O pensamento sombrio, a vergonha, a malevolência,
Encontre-os na porta, sorrindo,
E convide-os a entrar.
Seja grato a qualquer um que se aproxime,

Porque cada um foi enviado
Como um guia da eternidade.

Às práticas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário