quinta-feira, 30 de junho de 2011

Redobrar a atenção para se alcançar a meta

Introdução às Lições 181-200

1. Nossas poucas lições seguintes fazem questão particular de fortalecer tua disposição para tornar forte teu frágil compromisso; fundir tuas metas dispersas em uma única intenção. Ainda não se pede de ti uma dedicação total e constante. Mas, agora, pede-se que pratiques a fim de obter a sensação de paz que este compromisso unificado dará, ainda que apenas de modo intermitente. É experimentar isto que assegura que darás tua total disposição para seguir o caminho que o curso apresenta.

2. Agora, nossas lições se ajustam especificamente à ampliação de horizontes e para orientar a aproximação às barreiras particulares que mantêm tua visão reduzida e limitada demais para permitir que percebas o valor de tua meta. Agora, tentamos erguer estas barreiras, ainda que por breves momentos. As palavras, por si só, não podem transmitir a sensação de alívio que o erguer destas barreiras traz. Mas a experiência de liberdade e de paz que surge quanto desistes de teu rígido controle daquilo que percebes fala por si mesma. Tua motivação será tão aumentada que as palavras se tornam de pouca importância. Terás certeza daquilo que queres e daquilo que não tem valor.

3. E, então, começamos nossa jornada para além das palavras concentrando-nos em primero lugar naquilo que ainda impede teu avanço. A experiência daquilo que há além da defensiva permanece fora do alcance enquanto ele for negado. Ele pode estar lá, mas não podes aceitar a presença dele. Por isto, agora, tentamos ir além de todas as defesas por alguns momentos a cada dia. Não se pede nada mais do que isto, porque não é necessário nada mais do que isto. Isto será suficiente para garantir que o restante virá.

*

LIÇÃO 181

Confio em meus irmãos, que são um comigo.

1. Confiar em teus irmãos é essencial para estabeleceres e manteres a fé em tua capacidade de transcender a dúvida e a falta de uma confiança inabalável em ti mesmo. Quando atacas um irmão, deixas claro que ele está limitado por aquilo que percebes nele. Tu não olhas para além dos erros dele. Em vez disto, eles são ampliados, tornando-se barreiras a tua consciência do Ser que está além de teus próprios equívocos e além dos pretensos pecados dele bem como dos teus.

2. A percepção tem um centro de interesse. É este centro que dá coerência ao que vês. Muda este centro apenas e o que vês mudará em conformidade. Agora, tua visão mudará para dar apoio à intenção que substituiu a que tinhas antes. Tira o centro de teu interesse dos pecados de teus irmãos e experimentarás a paz que vem da fé na inocência. Esta fé recebe seu único apoio seguro daquilo que vês nos outros além dos pecados deles. Pois seus equívocos, se focalizados, são testemunhas dos teus pecados. E não transcenderás a visão deles para ver a inocência que está além.

3. Por isto, ao praticarmos hoje, deixaremos primeiro que todos estes pequenos centros de interesse deem lugar a nossa enorme necessidade de permitir que nossa inocência se torne aparente. Informamos nossas mentes que é isto, e só isto, o que buscamos por apenas um momento. Não nos importamos com nossas metas futuras. E o que vimos no instante anterior não tem nenhum interesse para nós durante este intervalo de tempo em que exercitamos mudar nossa intenção. Buscamos a inocência e nada mais. Nós a buscamos sem nenhuma preocupação a não ser o agora.

4. Um risco muito grande para o sucesso é o envolvimente com tuas metas anteriores e futuras. Estás bastante preocupado com quão radicalmente diferentes daquelas que tinhas antes são as metas que este curso defende. E também estas desanimado com a ideia deprimente e limitante de que, mesmo que sejas bem-sucedido, vais perder teu caminho mais uma vez de forma inevitável.

5. Como isto poderia ter importância? Pois o passado se foi; o futuro é só imaginário. Estas preocupações são apenas defesas contra a mudança do centro de interesse atual da percepção. Nada mais. Abandonamos estas limitações inúteis por um momento. Não olhamos para crenças anteriores e aquilo em que acreditamos já não nos incomodará. Iniciamos o período de prática com uma única intenção: olhar para a inocência interior.

6. Reconheceremos que nos desviamos desta meta, se a raiva bloquear nosso caminho sob qualquer forma. E, se nos lembrarmos dos pecados de um irmão, nosso centro de interesse limitado restringirá nossa visão e voltaremos nossos olhos para nossos próprios erros, que ampliaremos e chamaremos de nossos "pecados". Por isto, por um breve momento, sem considerar passado ou futuro, caso estes bloqueios surjam, nós os transcenderemos com instruções a nossas mentes para mudarem o centro de interesse, dizendo:

Não é para isto que quero olhar.
Confio em meus irmãos, que são um comigo.

7. E também usaremos este pensamento para nos mantermos seguros ao longo do dia. Não buscamos metas a longo prazo. Quando cada obstrução parecer bloquear a visão de nossa inocência, buscaremos apenas, por um instante, a cessação do sofrimento que o centro de interesse no pecado trará e que permanecerá, caso não seja corrigido.

8. Tampouco pedimos fantasias. Pois o que buscamos ver existe de fato. E quando nosso centro de interesse ultrapassar os erros, veremos um mundo inteiramente puro. Quando ver isto for tudo o que quisermos ver, quando isto for tudo o que buscarmos em nome da percepção verdadeira, os olhos de Cristo serão nossos inevitavelmente. E o Amor que Ele sente por nós também será nosso. Isto virá a ser a única coisa que veremos refletida no mundo e em nós mesmos.

9. O mundo, que, antes, demonstrava nossos pecados, se torna a prova de que somos inocentes. E nosso amor por todos que vemos testemunha nossa lembrança do Ser sagrado que não conhece nenhum pecado e que nunca poderia pensar em nada fora de Sua inocência. Buscamos esta lembrança ao voltarmos nossas mentes para a prática de hoje. Não olhamos nem para frente, nem para trás. Olhamos diretamente para o presente. E damos nossa confiança à experiência pela qual pedimos agora. Nossa inocência é apenas a Vontade de Deus. Neste instante nossa vontade é una com A d'Ele.

*

COMENTÁRIO:

A lição desta quinta-feira, dia 30 de junho, marca o início das últimas 20 lições da primeira parte do Livro de Exercícios, que se encerrará exatamente com a revisão destas mesmas lições. Estamos quase chegando à metade do ano, o que significa que quase alcançamos a marca da prática de metade das lições nesta empreitada a que nos propusemos juntos.

Para mim, é mais uma vez uma grande alegria que tenhamos chegado até aqui de novo. Eu, como sempre, contando com o apoio de todos vocês, tanto o daqueles que se identificam como seguidores do blogue e, vez ou outra, oferecem seus comentários e contam alguma coisa de suas próprias experiências com os ensinamentos do Curso e de seu entendimento dele, quanto com daqueles que emprestam seu apoio eventual ao passarem por este espaço sem se identificar ou comentar.

Como vocês podem perceber, repetindo o que eu disse no ano passado, por uma introdução especial, estas próximas 20 lições são essenciais para que nos tornemos capazes de - pelo treino prático de todos os dias, até agora -  atingir o objetivo que o Curso propõe para esta primeira parte dos exercícios, isto é, o desaprender daquilo que o mundo baseado no sistema de pensamento do ego nos ensinou, ensina e vai continuar tentando nos ensinar, enquanto lhe dermos ouvidos.

Peço-lhes, então, novamente, atenção redobrada a cada uma das lições seguintes, pois todas elas, ainda que por breves instantes, vão lidar com o desfazer de algumas de nossas crenças mais arraigadas, que ainda impedem nosso avanço na direção da paz e da alegria completas, que são a Vontade de Deus para nós. Também não é menos verdade que apenas uma delas, praticada, reconhecida e comprendida e posta em prática é suficiente para nos dar a salvação e nos ensinar a levar a salvação ao mundo inteiro.

Um comentário:

  1. Caros, caras,

    Ao iniciar o exercício hoje pela manhã, chamaram-me a atenção, em particular, algumas das ideias contidas nos parágrafos 4 e 5 do texto que nos convida às práticas.

    E o que dizem estas ideias? Dizem que "um risco muito grande para o sucesso [de nossa empreitada em busca do autoconhecimento] é o envolvimento com tuas metas anteriores e futuras. Tu estás bastante preocupado com o quanto as metas que este curso defende são radicalmente diferentes daquelas que tinhas antes. E também ficas desanimado com a ideia deprimente e limitante de que, mesmo que sejas bem-sucedido, inevitavelmente vais te desviar do caminho de novo" [Notem que mudei ligeiramente a forma que o texto aparece na postagem, para facilitar, espero, a leitura e o entendimento].

    O texto continua com: "Como isto poderia ser importante? Pois o passado se foi; o futuro é só imaginário. Estas preocupações são apenas defesas contra a mudança do centro de interesse atual da percepção. Nada mais".

    Isto me levou a pensar no quanto resistimos à mudança. Em quantas desculpas usamos muitas vezes para deixar de fazer a parte que nos cabe. Justificando-nos ao dizer que, apesar de parecer simples, a aplicação prática do ensinamento é muito difícil. Será? Ou será que não estamos abrindo todas as portas ao Espírito Santo?

    Também lembrei de um texto do livro que leio atualmente, em que o autor, afirma que "... é muito mais importante 'tentar' alcançar o estado do Eu Superior do que alcançá-lo de fato. Pelo simples fato de reservar um tempo para meditar [ou para a prática das lições], a pessoa faz um esforço consciente de melhorar a sua saúde [quer física, quer mental]. Esse efeito é por definição o oposto do padrão de comportamente que leva ao desgaste excessivo. A importância do simples meditar, em vez de fazer tudo para alcançar o estado supraconsciente [o êxtase, ou a iluminação], vai remover [do processo] boa parte do componente competitivo, de sucesso 'versus' fracasso".

    Não lhes parece que está na hora de abandonarmos quaisquer desculpas que nos impeçam de avançar na direção da meta que o curso nos propõe? Uma meta que podemos, sim, alcançar, uma vez que ele oferece todos os meios e instrumentos necessários para tanto.

    Obrigado por se manterem atentos!

    Paz e bem!

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