sexta-feira, 6 de maio de 2011

O único grande segredo que vale a pena aprender

LIÇÃO 126

Tudo o que dou é dado a mim mesmo.

1. A ideia de hoje, completamente estranha para o ego e para o modo de pensar do mundo, é vital para a inversão da forma de pensar que este curso trará. Se acreditasses nesta afirmação, não haveria nenhum problema em relação ao perdão completo, à certeza da meta e à direção correta. Tu compreenderias o meio pelo qual a salvação vem a ti e não hesitarias em usá-lo agora.

2. Consideremos aquilo em que de fato acreditas em lugar desta ideia. Parece-te que as outras pessoas estão separadas de ti e que são capazes de se comportarem de maneiras que não têm nenhuma relação com teus pensamentos, nem os teus com os delas. Por isto, tuas atitudes não têm nenhum efeito sobre elas e os pedidos de ajuda delas não estão de nenhuma forma relacionados aos teus. Pensas, além disso, que elas podem pecar sem afetar tua percepção de ti mesmo, enquanto que tu podes julgar o pecado delas e, ainda assim, permanecer livre de condenação e em paz.

3. Quando "perdoas" um pecado não há francamente nenhum ganho para ti. Tu ofereces caridade a alguém indigno apenas para salientar que és melhor, que estás em um plano mais elevado do que aquele a quem perdoas. Ele não merece tua tolerância generosa, que concedes a alguém não merecedor da dádiva, porque seus pecados o reduzem a uma condição inferior à de uma verdadeira igualdade contigo. Ele não tem nenhum direito a teu perdão. Teu perdão estende uma dádiva a ele, mas dificilmente a ti mesmo.

4. Deste modo, o perdão é basicamente deletério; uma generosa extravagância, benevolente, apesar de não merecida, uma dádiva às vezes concedida, noutras negada. Não merecido, é justo negá-lo e não é justo que sofras quando ele é negado. O pecado que perdoas não é teu. Alguém separado de ti o cometeu. E se, então, fores bondoso para com ele, dando-lhe aquilo que ele não merece, a dádiva não é mais tua do que o pecado era dele.

5. Se isto for verdadeiro, o perdão não tem nenhuma base confiável e segura sobre a qual se apoiar. Ele é uma excentricidade, na qual tu, algumas vezes, escolhes dar de forma bondosa um alívio não merecido. Entretanto, continua a ser teu direito não permitir que o pecador escape do pagamento justo por seu pecado. Pensas que o Senhor do Céu permitiria que a salvação do mundo dependesse disto? O cuidado d'Ele por ti não seria, de fato, pequeno se tua salvação se baseasse em uma extravagância?

6. Tu não compreendes o perdão. Do modo como o vês, ele é apenas um controle imposto ao ataque aberto, que não exige correção em tua mente. Do modo como o percebes, ele não pode te oferecer a paz. Ele não é um meio para tua liberação daquilo que vês em alguém diferente de ti mesmo. Ele não tem nenhum poder para restabelecer tua unidade com ele em tua consciência. Ele não é o que Deus pretendia que ele fosse para ti.

7. Ao não Lhe dares a dádiva que Ele te pede, tu não podes reconhecer as dádivas d'Ele e pensas que Ele não as deu a ti. Porém, Ele te pediria uma dádiva a menos que ela fosse para ti? Ele poderia ficar satisfeito com gestos vazios e avaliar tais dádivas mesquinhas como dignas de Seu Filho? A salvação é uma dádiva melhor do que isto. E o perdão verdadeiro, como a forma pela qual ela é obtida, tem de curar a mente que dá, porque dar é receber. Aquilo que permanece não recebido não foi dado, mas aquilo que foi dado tem de ser recebido.

8. Hoje tentamos compreender a verdade segundo a qual doador e receptor são o mesmo. Precisarás de ajuda para tornar isto significativo, porque é muito estranho ao modo de pensar a que estás acostumado. Mas a Ajuda de que precisas está aí. Oferece tua fé a Ele hoje e pede a Ele que compartilhe de tua prática com a verdade hoje. E se captares apenas um vislumbre pequenino do alívio que há na ideia que praticamos hoje, este será um dia de glória para o mundo.

9. Dá, hoje, quinze minutos duas vezes à tentativa de compreensão da ideia de hoje. Ela é o pensamento a partir do qual o perdão assume o lugar correto em tuas prioridades. Ela é o pensamento que vai liberar tua mente de todos os obstáculos àquilo que o perdão significa e permitir que percebas claramente o valor dele para ti.

10. Em silêncio, fecha os olhos sobre o mundo que não compreende o perdão e busca refúgio no lugar sereno em que os pensamentos se transformam e as falsas crenças são abandonadas. Repete a ideia de hoje e pede ajuda para compreender o que ela significa realmente. Dispõe-te a ser instruído. Alegra-te em ouvir a Voz da verdade e da cura falar contigo e compreenderás as palavras que Ele diz, e reconhecerás que Ele te diz tuas próprias palavras.

11. Tantas vezes quantas puderes, lembra a ti mesmo de que tens um objetivo hoje; um objetivo que torna este dia de valor especial para ti mesmo e para todos os teus irmãos. Não deixes que tua mente se esqueça deste objetivo por muito tempo, mas dize a ti mesmo:

Tudo o que dou é dado a mim mesmo. A Ajuda de que preciso para
aprender que isto é verdadeiro está comigo agora. E confiarei n'Ele.

Em seguida passa um momento tranquilo, abrindo tua mente para a correção d'Ele e para Seu Amor. E acreditarás no que ouves d'Ele porque o que Ele dá será recebido por ti.

*

COMENTÁRIO:

Recebi uma mensagem de uma colega ontem perguntando o que fazer quando a raiva nos impede de exercitar o perdão. O que fazer quando acreditamos que já nos perdoamos por determinado problema e ele se apresenta mais uma vez? Isto me parece, tem a ver com a pergunta feita a Jesus a respeito de quantas vezes é preciso que perdoemos nosso irmão, que ele respondeu dizendo: "sete vezes setenta" ou "setenta vezes sete", querendo dizer infinitas vezes.

Vejam, pois, se o comentário feito no ano passado não cabe direitinho como resposta a estas questões, bem como a várias outras que se apresentam a nossa experiência, quando ainda não aprendemos a abandonar a crença na separação, ou quando ainda não reconhecemos e aceitamos que dar e receber são a mesma coisa, conforme nos ensinou uma lição há não muito tempo. Fiz algumas pequenas modificações, mas em geral o texto é o mesmo do ano passado.

Alguém me pergunta via mensagem pela internet a respeito do modo com que o ensinamento do UCEM lida com a questão do perdão. De acordo com o Curso, não se pode transformar o pecado de alguém em verdadeiro, em algo que aconteceu para depois perdoar. É preciso pensar nele - no pecado - como algo que não existe. É difícil de se entender isto, não? Como fazê-lo?

Aprendendo que o que vemos sempre é: ou apenas uma projeção daquilo que trazemos interiormente que se manifesta para confirmar nossa(s) crença(s), que se manifesta para atender a um pedido nosso de uma determinada experiência, para nos ensinar algo que ainda não aprendemos a respeito de nós mesmos, algo que esquecemos, na verdade, e de que queremos lembrar; um pedido de amor, venha na forma que vier; ou uma extensão do amor, que é o que somos intrinsecamente.

O mundo, e todas coisas do mundo, as pessoas, os seres animados e inanimados, tudo e todos são neutros, bem como todas as experiências. O que muda então? Apenas o modo de ver, a maneira de olhar para tudo e para todos.

Se voltarmos à leitura feita ontem [este ontem aqui, na verdade, se refere ao dia 4 de maio de 2010] no grupo de estudos [quem não estava conosco pode ver o segundo parágrafo da página 201 do texto], vamos encontrar o seguinte - vou comentar entre colchetes cada uma das frases:

1) "Tens de receber a mensagem que dás, porque ela é a mensagem que queres." [Dito de outra maneira, aquilo que ensino sempre é o que quero e preciso aprender, mesmo que eu não tenha consciência disto. Na verdade, o Curso ensina que só aprendemos o que ensinamos. E, mais do que isto, que estamos sempre ensinando e, por conseguinte, sempre aprendendo. Ou lembrando.]

2) "Podes acreditar que julgas teus irmãos pelas mensagens que eles te dão, mas [na verdade] tu os julgas pela mensagem que dás a eles." [As pessoas se apresentam em nossa vida para atender a todo tipo de anseio que temos, mesmo àqueles anseios mais profundos, para nos ensinar a ver aspectos de nós mesmos que não vemos sozinhos. Tudo o que elas fazem é nos trazer uma mensagem que pedimos que nos fosse trazida. Não as podemos julgar por nada do que fazem. Lembram-se de: "Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem."?]

3) "Não atribuas a eles tua negação da alegria ou não poderás ver neles a centelha que te traria a alegria." [Ninguém, a não ser cada um de nós mesmos, pode ser responsabilizado por nossas escolhas. Sempre podemos escolher a alegria, independentemente da situação que estivermos enfrentando. Pois como diz o senso comum, "o importante não é, na verdade, o fato, mas o que escolhemos fazer com ele".]

Resumindo, ou simplificando, o que o Curso diz nestas três frases destacadas do texto, isto nos devolve toda a responsabilidade sobre nossas vidas e sobre o mundo inteiro. Ou seja, não há ninguém a quem culpar por nada do que acontece. Tudo é como é. E, como é, é como tem de ser em todo e qualquer instante que olhemos para o mundo. Não há nada de errado nisto. [Pensem, por exemplo, em uma fotografia que tiramos. Ela pode nos mostrar uma imagem perfeita do momento em que a batemos. E achamos ótimo. Ou pode ficar desfocada e nos mostrar apenas borrões. O que fazemos? Tiramos outra.] Se vemos algo errado ao olhar para o mundo, é nosso modo de olhar que precisa mudar. Pois tudo o que se apresenta a nós sempre se apresenta como resultado de uma escolha que fizemos, estejamos conscientes dela ou não.

Enfim, para não alongar mais este já tão longo comentário [me desculpem, me perdoem], um dos melhores instrumentos que o Curso oferece para aprendermos a fazer melhores escolhas [e melhores aqui não significa que uma escolha pode ser melhor do que outra qualquer, mas apenas que as podemos fazer de forma mais consciente] é a prática diária dos exercícios. E, tanto em relação ao perdão, quanto a tudo o que é necessário aprendermos para viver o "sonho feliz" neste mundo, a ideia para as práticas desta sexta-feira, dia 6 de maio, nos oferece o único grande segredo que vale a pena aprender, praticar e trazer sempre em mente, se, de fato, quisermos nos salvar e assumir o papel que nos cabe no plano de Deus para a salvação.

Às práticas, pois.

2 comentários:

  1. Olá, Irina,

    Obrigado por se juntar a nós nesta caminhada, nesta busca do autoconhecimento, que é a meta que nos propõe e oferece o Curso. Principalmente a partir das práticas das lições, que são fundamentais para a mudança do modo de pensar, ver e perceber o mundo e a nós mesmos no mundo.

    Como digo a todos os que se juntam a nós, você pode ficar à vontade para contribuir com impressões e experiências suas, com críticas e sugestões e da forma que lhe parecer melhor exercer sua condição de estudante/professora de UCEM.

    Bem-vinda, pois, sinta-se em casa.

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  2. Um exercício muito poderoso para perdoar é pensar na pessoa que "achamos" que nos magoou e repetir:
    "Que eu contemple o meu salvador naquele que foi designado por Deus como aquele a quem peço que me conduza à Luz Santa, onde ele está, de modo a que me possa unir a ele... que os milagres substituam todas as mágoas."

    comigo funciona mt bem e já funcionou tb com pessoas que nem onhecem o curso!

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