sexta-feira, 9 de julho de 2010

As quatro leis da espiritualidade

LIÇÃO 190

Escolho a alegria de Deus em vez da dor.

1. A dor é uma perspectiva errada. Quando experimentada, sob qualquer forma, é uma prova de auto-engano. Ela não é absolutamente um fato. Não há nenhuma forma que ela tome que não desapareça se vista de forma correta. Pois a dor declara que Deus é cruel. Como isso poderia ser real sob qualquer forma? Ela é testemunha do ódio de Deus Pai por Seu Filho, da pecabilidade que Deus vê nele e do desejo louco de vingança e de morte de Deus.

2. Tais projeções podem ser provadas? Elas podem ser qualquer coisa a não ser totalmente falsas? A dor é apenas uma testemunha dos equívocos do Filho acerca do que ele pensa ser. É um sonho de uma retaliação violenta a um crime que não poderia ser cometido, pois ataca aquilo que é totalmente inatacável. É um pesadelo de abandono por um Amor Eterno, que não poderia deixar o Filho a quem Ele criou no amor.

3. A dor é um sinal de que as ilusões reinam no lugar da verdade. Ela demonstra que Deus é negado, confundido com o medo, percebido como louco e visto como traidor de Si Mesmo. Se Deus é real, a dor não existe. Ser a dor é real, Deus não existe. Pois a vingança não é parte do amor. E o medo, que nega o amor e utiliza a dor para provar que Deus está morto, mostra que a morte é vitoriosa sobre a vida. O corpo é o Filho de Dues, perecível pela morte, tão mortal quanto o Pai que ele assassinou.

4. Paz a tal insensatez! Cegou a hora de rir de tais ideias insanas. Não há nenhuma necessidade de se pensar nelas como crimes hediondos ou como pecados secretos com consequências funestas. Quem a não ser um louco poderia concebê-las como causa para qualquer coisa? Sua testemunha, a dor, é tão louca quanto elas e não deve ser mais temida do que as ilusões insanas que ela protege e tenta demonstrar que também têm de ser verdadeiras.

5. São só teus pensamentos que te causam dor. Nada fora de tua mente pode te ferir ou machucar de qualquer modo. Não há nenhuma causa além de ti mesmo que possa surgir e te trazer depressão. Ninguém, não ser tu mesmo, te afeta. Não existe nada no mundo que tenha o poder de te deixar doente ou triste, ou fraco, ou frágil. Mas és tu quem tem o poder para dominar todas as coisas que vês, reconhecendo simplesmente o que és. Quando perceberes que todas as coisas são inofensivas, elas aceitarão tua vontade santa como sendo a delas. E, agora, aquilo que se via como amedrontador se torna uma fonte de inocência e de santidade.

6. Meu irmão santo, pensa nisto um instante: o mundo que vês não faz nada. Ele não tem absolutamente nenhum efeito. Ele simplesmente representa teus pensamentos. E vai mudar completamente quando optares por mudar teu modo de pensar e escolheres a alegria de Deus como aquilo que realmente queres. Teu Ser fica radiante nesta alegria santa, inalterado, invariável e constante para todo o sempre. E negarias a um cantinho de tua mente sua própria herança e a manterias como um hospital para a dor, um lugar doentio onde as coisas vivas têm de vir para morrer finalmente?

7. O mundo pode parecer te causar dor. E, no entanto, o mundo, como algo sem causa, não tem nenhum poder, para causar. Como um efeito, ele não pode produzir efeitos. Como uma ilusão, ele é o que desejares. Teus desejos vãos representam suas fores. Teus desejos estranhos trazem sonhos maus a ele. Teus pensamentos de medo o envolve no medo, enquanto em teu perdão benigno ele vive.

8. A dor é o pensamento do mal tomando forma e produzindo destruição em tua mente santa. A dor é o resgate que pagas alegremente para não seres livre. Na dor, nega-se a Deus o Filho que Ele ama. Na dor, o medo parece triunfar sobre o amor e o tempo substituir a eternidade e o Céu. E o mundo se torna um lugar cruel e amargo, onde o sofrimento governa e pequenas alegrias recuam diante do ataque violento da dor terrível que espera para pôr fim a toda alegria na amargura.

9. Depõe tuas armas e vem sem defesa para o lugar tranquilo onde, enfim, a paz do Ceú mantém todas as coisas serenas. Renuncia a todos os pensamentos de perigo e de medo. Não permitas que nenhum ataque entre contigo. Depõe a espada cruel do julgamento que sustentas contra tua garganta e põe de lado os ataques destruidores com os quais buscas esconder tua santidade.

10. Aqui compreenderás que a dor não existe. Aqui a alegria de Deus te pertence. Este é o dia em que te é dado perceber claramente a lição que contém todo o poder da salvação. É esta: a dor é ilusão; a alegria, realidade. A dor é apenas sono; a alegria é despertar. A dor é engano; só a alegria é verdade.

11. E, assim mais uma vez fazemos a única escolha que em algum momento se pode fazer: escolhemos entre as ilusões e a verdade, ou entre a dor e a alegria, ou entre o inferno e o Céu. Deixemos que nossa gratidão para com nosso Professor encha nossos corações, à medida que ficamos livres para escolher a alegria em vez da dor, nossa santidade em lugar do pecado, a paz de Deus em vez do conflito e a luz do Ceú no lugar da escuridão do mundo.

*

COMENTÁRIO:

Nesta sexta-feira, 9 de julho, a ideia que a lição nos oferece me trouxe à mente uma questão da Ana Cláudia, no encontro do grupo de estudos da última terça. Parece-me, na verdade, que tudo o que a lição nos diz, convidando-nos a aceitar como verdadeira a possibilidade que temos de escolher sempre a alegria de Deus em lugar de qualquer dor, responde diretamente à questão de Ana Cláudia. Uma questão com a qual, como não poderia deixar de ser, todos nós nos defrontamos muita vezes. Até porque, de fato, é muito difícil entender como podemos "aparentemente" escolher a dor, o sofrimento, o pesar, as limitações, se a escolha do Céu está sempre a nossa disposição.

O que acontece, em geral, é que queremos entender as coisas de maneira racional e lógica, a partir do que nos aconselha o sistema de pensamento do ego. Esquecemo-nos, porém, de que nosso lado racional e lógico, a consciência que temos das escolhas que fazemos, é apenas uma pontinha do iceberg. A maioria das vezes não temos a menor consciência dos processos que se desencadeiam em nosso interior, a partir de uma fala, de um gesto, de uma lembrança. Aquilo que aprendemos há muito tempo, e que pensávamos ter esquecido, fica registrado como uma memória, e está pronto a se manifestar à primeira oportunidade. Daí a necessidade da prática dos exercícios. Daí a necessidade da Expiação. Daí a necessidade da atenção que devemos dar a qualquer coisa que aparentemente contrarie nossos desejos conscientes. Ela bem pode ser resultado de uma escolha que não sabemos ter feito. De um programa obsoleto que ficou implantado em nossa memória e não foi apagado, como pensávamos que fora.

Mais importante que tudo isto, no entanto, é aprendermos a acolher quaisquer pessoas, situações e experiências que se apresentem, entendendo que elas sempre se apresentam para atender a uma escolha nossa, mesmo quando não temos consciência dela.

Ajuda, talvez, mantermos em mente as quatro leis da espiritualidade que se ensinam na Índia, e que são, de acordo com meu amigo Rivaldo C. Andrade, no facebook, as seguintes:

1ª. A pessoa que vem é a certa.

2ª. Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.

3ª. Toda vez que você iniciar é o momento certo.

4ª. Quando algo termina, acaba realmente. 

4 comentários:

  1. Oi Moisés
    A lição de hoje é maravilhosa e o teu comentário super adequado ao meu dia de hoje. Vou contar. Acordei tarde, hoje, feriado em SP e resolvi ir à feira antes de fazer a lição e meditar. E lá na feira ao invés de estar exultante (adoro feira) estive irritada com o barulho a movimentação das pessoas, então voltei rápido para casa e abri o livro e veja que presente maravilhoso "Escolho a alegria ao invés da dor". Parece bobagem, mas faz toda a diferença e muitas vezes nos salva de viver situações dramáticas, ou seja, não dá para facilitar. A Atenção e determinação tem de ser constante. Cochilou, cachimbo cai...rs...
    Obrigada!
    bjs

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  2. Ola amigos,
    realmente Nina, entendo perfeitamente o que diz com : Cochilou o cachimbo cai...q alias, na ouvia a muito tempo essa expressao.
    No ho'oponopono, se diz: "Pensamentos e culpa sao memorias se repetindo. Elas (memorias), nunca deixam seu subconsciente para se aposentar."
    E diz mais: "A alma pode ser inspirada pela inteligencia Divina sem saber o minimo do que esta acontecendo. O unico requisito para Inspiracao. Criatividade Divina, e que a Identidade Propria seja ela mesma. Ser identidade Propria requer incessante limpeza das MEMORIAS."
    Cada um de nos, tem seu vicio pra cuidar, e sou grata por escolhermos o mesmo tratamento e pelo Moisa gerenciar a clinica com as doses diarias de amor, atencao e alegria.
    Muito apropriado seu comentario Moisa, veio de encontro com tudo com o que converssamos essa semana na MF's meeting. Um balsamo para a alma.

    Obrigada.
    bjo
    Dani

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  3. Obrigado pelos comentários, Welwitschia, Nina e Dani.

    Verdadeiramente, é só nossa atenção constante que pode nos livrar de decisões e escolhas impensadas e inconsequentes.

    As práticas têm exatamente esta finalidade a de mantermos um "coringa", um "amuleto", a que possamos recorrer em caso de necessidade.
    Quando deixamos que as coisas corram ao sabor dos desejos do ego, muito provavelmente vamos nos machucar, ao julgar, ao condenar e ao deixar que a tristeza, o sofrimento e o desamor encontrem espaço em nossa experiência.

    Obrigado mais uma vez por vocês se manistarem e enriquecerem este espaço com suas experiências e percepções.

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