domingo, 4 de julho de 2010

Aprender o que somos e o que queremos

LIÇÃO 185

Eu quero a paz de Deus.

1. Dizer estas palavras não significa nada. Mas dizê-las com real intenção significa tudo. Se ao menos pudesses dizê-las deste modo por um instante apenas, não haveria mais nenhuma tristeza possível para ti de forma alguma, em qualquer tempo ou lugar. O Céu seria completamente devolvido à plena consciência, a lembrança de Deus restituída por inteiro, a ressurreição de toda a criação reconhecida plenamente.

2. Ninguém pode dizer estas palavras com real intenção e não ser curado. Ninguém pode brincar com sonhos, nem pensar que ele mesmo é um sonho. Ninguém pode inventar um inferno e pensar que ele é real. Ele quer a paz de Deus e ela lhe é dada. Pois isto é tudo o que ele quer e é tudo o que receberá. Muitos dizem estas palavras. Mas, de fato, poucos as dizem com real intenção. Tu só tens de olhar para o mundo que vês a teu redor para teres a certeza de quão poucos verdadeiramente eles são. O mundo mudaria completamente, se duas pessoas quaisquer concordassem que estas palavras exprimem a única coisa que querem.

3. Duas mentes com uma única intenção ficam tão fortes que o que desejam se torna a Vontade de Deus. Pois as mentes só podem se unir na verdade. Em sonhos, não há dois que possam compartilhar a mesma intenção. Para cada um deles o herói do sonho é diferente; o resultado desejado não é o mesmo para ambos. Perdedor e ganhador simplesmente se revezam em padrões alternados, à medida que a proporção entre ganho e perda e perda e ganho adquire um aspecto diferente ou toma outra forma.

4. Todavia é só transigência que um sonho pode trazer. Às vezes ele assume a forma de união, mas apenas a forma. O significado necessariamente escapa ao sonho, uma vez que a meta do sonho é a conciliação. Mentes não podem se unir em sonhos. Elas apenas barganham. E que barganha pode lhes dar a paz de Deus? As ilus~eos vêm para tomar o lugar d'Ele. E aquilo que é a intenção d'Ele se perde para a intenção de conciliação de mentes adormecidas, cada um visando seu próprio benefício e a perda do outro.

5. Dizer com real intenção que queres a paz de Deus é renunciar a todos os sonhos. Pois ninguém que queira ilusões e que, portanto, busque o meio que traz ilusões diz estas palavras com real intenção. Ele examina as ilusões e as acha insuficientes. Agora ele busca ir além delas, reconhecendo que mais um sonho não ofereceria mais do que todos os outros. Os sonhos são um só para ele. E ele aprende que a única diferença entre eles é a da forma, pois qualquer um trará o mesmo desespero e o mesmo sofrimento que trazem os demais.

6. A mente que diz com real intenção que tudo o que quer é a paz tem de se unir a outras mentes, pois desta forma que se alcança a paz. E, quando o desejo de paz é genuíno, o meio para achá-lo é dado de um modo que cada mente que a busca com honestidade pode compreender. Seja qual for a forma que a lição tome, ela é planejada para cada uma de tal modo que ela não pode confundí-la, se seu pedido for sincero. Mas, se ela não pede com sinceridade, não há nenhuma forma pela qual a lição encontre aceitação e seja aprendida verdadeiramente.

7. Dediquemos nossa prática hoje ao reconhecimento de que, de fato, dizemos com real intenção as palavras que pronunciamos. Nós queremos a paz de Deus. Isto não é nenhum desejo vão. Estas palavras não pedem que nos seja dado outro sonho. Elas não pedem transigência, nem tentam fazer outra barganha na esperança de que ainda pode haver alguma que possa ser bem-sucedida onde todas as outras falharam. Dizer estas palavras com real intenção é reconhecer que as ilusões são inúteis, é pedir o eterno em lugar de sonhos inconstantes que parecem mudar naquilo que oferecem mas que são um só em inutilidade.

8. Dedica teus períodos de prática hoje a vasculhar tu mente com cuidado para descobrir os sonhos que ainda prezas. O que pedes em teu coração? Esquece as palavras que usas ao fazeres teus pedidos. Considera apenas aquilo que acreditas que te dará consolo e te trará felicidade. Mas não desanimes com as ilusões que persistem, pois a forma delas não é o que importa agora. Não permitas que alguns sonhos sejam mais aceitáveis, reservando para outros vergonha e segredo. Eles são o mesmo. E, sendo o mesmo, deve-se fazer uma única pergunta a todos eles: "É isto que quero ter em lugar do Céu e da paz de Deus?"

9. É esta escolha que fazes. Não te enganes que é de outra forma. Não é possível nenhuma transigência nisto. Tu escolhes a paz de Deus ou pedes sonhos. E, uma vez que os pediste, os sonhos virão. Porém, com a mesma certeza, virá a paz de Deus, e para permanecer contigo para sempre. Ela não desaparecerá a cada volta ou curva da estrada, para reaparecer, inrreconhecível, em formas que muda e se alteram com cada passo que dás.

10. Tu queres a paz de Deus. E todos aqueles que parecem buscar sonhos também. Para eles e também para ti mesmo, pedes apenas isto quando fazes este pedido com profunda sinceridade. Pois, deste modo, alcanças o que eles querem realmente e unes tua própria intenção ao que eles buscam acima de todas as coisas, algo desconhecido para eles talvez, mas certo para ti. Foste fraco, às vezes, incerto de teu objetivo e inseguro acerca do que querias, de onde procurar e de para onde se voltar em busca de ajuda na tentativa. A ajuda te foi dada. E não queres te beneficiar dela por compartilhá-la?

11. Ninguém que busque verdadeiramente a paz de Deus pode deixar de encontrá-la. Pois apenas pede para não mais se enganar por negar a si mesmo aquilo que é a Vontade de Deus. Quem é que, pedindo aquilo que já tem, pode permanecer insatisfeito? Quem é que, pedindo uma resposta que cabe a si mesmo dar, poderia ficar sem resposta? A paz de Deus é tua.

12. A paz foi criada para ti, dada a ti por teu Criador e estabelecida como Sua Própria dádiva eterna. Como podes falhar, se pedes apenas aquilo que Ele deseja para ti? E como teu pedido poderia esta limitado a ti mesmo apenas? Nenhuma dádiva de Deus pode permanecer não compartilhada. É esta característica que separa as dádivas de Deus de todos os sonhos que alguma vez pareceram tomar o lugar da verdade.

13. Ninguém pode perder e todos têm de ganhar sempre que qualquer dádiva de Deus seja solicitada e recebida por quem quer que seja. Deus dá apenas para unir. Tirar não tem sentido para Ele. E, quando tirar for igualmente sem sentido para ti, podes ficar certo de que compartilhas uma só Vontade com Ele e Ele contigo. E saberás também que compartilhas um só Vontade com todos os teus irmãos cujas intenções são as tuas.

14. É esta única intenção que buscamos hoje, unindo nossos desejos às necessidades de cada coração, ao chamado de cada mente, à esperança que existe além do desespero, ao amor que o ataque quer esconder, à irmandade que o ódio busca separar, mas que continua a existir tal qual Deus a criou. Com uma Ajuda igual a esta ao nosso lado, podemos falhar hoje, quando pedimos que a paz de Deus nos seja dada?

*

COMENTÁRIO:

De que mais precisarias, se tivesses a certeza de que a paz de Deus te pertence?

De que mais precisarias, se soubesses no mais profundo de teu coração que a Vontade de Deus para ti é a alegria e a paz perfeitas?

O que ainda buscarias, se compreendesses de forma clara e cristalina que és o Filho de Deus, criado a Sua imagem e semelhança?

De que te valeria o mundo, e todas as coisas do mundo, se estivesses certo em teu coração e em tua mente de que estás permanentemente no Céu, estejas aonde estiveres?

É isto que podemos aprender da prática da lição deste domingo, dia 4 de julho.

2 comentários:

  1. Ué!!!Postei o comentário, mas não gravou?
    Que estranho...Vou repetir...
    Demorei para comentar porque fiquei refletindo muito sobre esta lição e me dei conta que passamos a maior parte da vida dando importância a absolutamente tudo que não interessa...Incrível!!!Não quero pensar nisso de forma "desanimativa" (Inventei esta palavra, acho...)e sim trabalhar na aceitação disso.
    Thanks
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Na verdade, Nina, se paramos para pensar a este respeito, é porque o que o ego nos oferece já não nos satisfaz. E, de fato, "passamos a maior parte da vida dando importância a absolutamente tudo que não interessa", porque é isto que fomos ensinados, desde criancinhas.

    Porém, não é preciso pensar nisto de forma "desanimativa", rsrsrs..., porque o desânimo denota que ainda estamos dando importância, orientados pelo ego, ao que não tem importância. É que o ego se assusta quando passamos a questioná-lo, porque ele sabe que não é real e invoca as emoções, como o desânimo, entre outras, para nos distrair de nós mesmos e das questões que levantamos.

    Numa das leituras que fizemos ontem, que falava que podemos escolher viver o instante santo sempre que quisermos, o texto dizia que "o instante santo é um tempo no qual recebes e dás comunicação perfeita... um tempo em que tua mente está aberta tanto para receber como para dar. É o reconhecimento de que todas as mentes estão em comunicação. Ele não busca, portanto, mudar nada mas apenas aceitar tudo".

    O que dizes querer fazer é, pois, escolher praticar "viver o instante santo".

    Obrigado por compartilhar.

    ResponderExcluir