sábado, 13 de janeiro de 2024

Não precisas acreditar em nada, as práticas bastam

 

LIÇÃO 13

Um mundo sem significado* gera medo.

1. A ideia de hoje é, na verdade, outra forma da anterior, exceto que ela é mais específica em relação à emoção despertada. De fato, um mundo sem significado é impossível. Não existe nada sem significado. No entanto, disso não decorre que não pensarás que percebes algo que não tem nenhum significado. Ao contrário, estarás particularmente inclinado a acreditar que, de fato, o percebes.

2. O reconhecimento da falta de significado desperta profunda ansiedade em todos os separados. Ele representa uma situação em que Deus e o ego "desafiam" um ao outro para decidir de quem é o significado a ser escrito no espaço vazio que a falta de significado oferece. O ego se lança de modo frenético para estabelecer suas próprias ideias aí, com medo de que, caso não o faça, o vazio seja utilizado para demonstrar sua própria impotência e irrealidade. E somente nisto ele está correto.

3. Por isso, é essencial que aprendas a reconhecer o sem significado e a aceitá-lo sem medo. Se tiveres medo, é certo que dotarás o mundo de características que ele não possui e o atulharás de imagens que não existem. Para o ego, ilusões são dispositivos de segurança, do mesmo modo que elas também têm de ser para ti, que te equiparas ao ego.

4. Os exercícios para hoje, que devem ser feitos cerca de três ou quatro vezes por não mais do que mais ou menos um minuto no máximo, de cada vez, devem ser praticados de um modo um pouco diferente dos anteriores. De olhos fechados, repete a ideia de hoje para ti mesmo. Em seguida, abre os olhos e olha a tua volta lentamente dizendo:

Estou olhando para um mundo sem significado.

Repete esta declaração para ti mesmo enquanto olhas ao teu redor. Então, fecha os olhos e conclui com:

Um mundo sem significado gera medo porque eu penso
que estou em competição com Deus.

5. Podes achar difícil evitar algum tipo de resistência a esta declaração final. Seja qual for a forma que tal resistência possa tomar, lembra-te de que estás, de fato, com medo de tal pensamento por causa da "vingança" do "inimigo". A esta altura, não se espera que acredites na declaração e, provavelmente, a rejeitarás como absurda. Observa com muito cuidado, porém, quaisquer sinais de medo, evidentes ou dissimulados, que ela possa despertar.

6. Esta é nossa primeira tentativa de declarar uma relação explícita de causa e efeito de um tipo que estás muito inexperiente para reconhecer. Não te demores na declaração final e tenta nem mesmo pensar nela, exceto durante os períodos de prática. Neste momento isso será suficiente.

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*NOTA DE TRADUÇÃO: Valem as observação feitas para as lições 11 e 12.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 13

Caras, caros,

Atentemos para o fato de que, como a ideia afirma:

"Um mundo sem significado gera medo."

Basta voltarmos nossa atenção por um momento para a ideia que o exercício quer que pratiquemos hoje, para percebermos, sem sombra de dúvida, a verdade que a lição contém, não é mesmo?

O que nos assusta e amedronta, e nos põe muitas vezes em estados de depressão e de tristeza, é pensar que o mundo não faz sentido. Não há sentido para a vida que vivemos, para as coisas que fazemos. Nada no mundo parece nos trazer qualquer satisfação, qualquer alegria, paz. Ou melhor dizendo, nada no mundo parece nos trazer qualquer satisfação, alegria ou paz que durem mais do que uns poucos momentos no tempo em que pensamos viver, não é mesmo? Tudo em nossas vidas, assim como o mundo, dura apenas um instante. É só por pensarmos isso, e de forma equivocada, que podemos dizer que 

Um mundo sem significado gera medo.

A lição, porém, nos tranquiliza de saída ao dizer que, na verdade, ou de verdade:

De fato, um mundo sem significado é impossível. 
Não existe nada sem significado.

Mas isso não significa que não sejamos capazes de pensar que percebemos coisas que não têm significado, que não fazem nenhum sentido. E, tal como o Curso diz,

Ao contrário, estarás particularmente inclinado a acreditar que, de fato, o percebes.

E é aí que mora o perigo [que também só pode existir na ilusão]. Ou já não nos perguntamos inúmeras vezes: "Se Deus é um Deus de poder infinito, de bondade e de amor infinitos e só quer a alegria e a paz perfeitas para todos, como é que Ele permite que tanta coisa ruim aconteça no mundo"? E esta pergunta deve ser absolutamente corriqueira nos dias que vivemos no momento, não? Com infinitas ameaças pairando sobre as cabeças de todos os homens e todas as mulheres do mundo. Isso não faz nenhum sentido, não?

Um mundo sem significado gera medo.

É com isto que precisamos trabalhar. Pois a lição ensina que a ansiedade que sentimos surge, por parte dos separados, ou das separadas, do "reconhecimento da falta de significado". É isto que nos coloca "em competição com Deus". E, se vocês estiverem lembrados, em algum ponto, logo no início do texto, se não me engano, o Curso diz que o maior desejo do ego é usurpar o lugar de Deus.

É exatamente isso que ele - o ego - trata de fazer tão logo nos convence de que não há sentido no mundo, em nossa vida, nem em nada do que percebemos. Porque a busca de sentido, mesmo que não nos pareça assim, também é trabalho do ego.

É então que:

O ego se lança de modo frenético para estabelecer suas próprias ideias aí, com medo de que, caso não o faça, o vazio seja utilizado para demonstrar sua própria impotência e irrealidade. E somente nisto ele está correto.

Por isso, é essencial que aprendas a reconhecer o sem significado e a aceitá-lo sem medo. Se tiveres medo, é certo que dotarás o mundo de características que ele não possui e o atulharás de imagens que não existem. Para o ego, ilusões são dispositivos de segurança, do mesmo modo que elas também têm de ser para ti, que te equiparas ao ego.

O desafio, portanto, que a lição de hoje nos propõe é que sejamos capazes de olhar para o mundo - e para as coisas do mundo - por, pelo menos, três vezes, e por cerca de um minuto, declará-lo sem significado, e reconhecer que:

Um mundo sem significado gera medo porque eu penso
que estou em competição com Deus.

Lembrando-nos que este "eu" aí acima não é o que somos realmente, mas o ego, aquela imagem de nós que fomos construindo ao longo de nossa experiência. Precisamos nos lembrar também, e ter em mente o que o Curso diz já em sua introdução: não precisamos acreditar em nada. As práticas se bastam. Mas fiquemos atentos e atentas à resistência que pode surgir e, a conselho do Curso, não nos detenhamos por muito tempo na afirmação de que pensamos estar competindo com Deus e de que nem pensemos nela, a não ser durante os períodos das práticas, pois o medo do ego é da "vingança" que o "inimigo" pode querer.

Reconhecer e aceitar que não pode existir nada sem significado, como a lição ensina logo no início, percebendo claramente que é apenas o ego que nos leva a pensar na possibilidade de um mundo sem sentido, ou sem significado - e que é só o ego que não consegue apreender o significado do mundo e de tudo o que existe em nossa experiência ilusória de mundo - pode nos trazer uma alegria e uma paz além do imaginável, além da compreensão de nossas mentes em seu estado normal, na ilusão.

Às práticas?

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