sábado, 21 de setembro de 2013

Todo ser anseia pela satisfação do apetite da alma


LIÇÃO 264

O Amor de Deus me envolve.

1. Pai, Tu estás na minha frente e atrás de mim, ao meu lado, no lugar em que me vejo e em todos os lugares aonde vou. Tu estás em todas as coisas que vejo, em todos os sons que ouço e em cada mão que busca alcançar a minha. O tempo desaparece em Ti e o espaço se torna uma crença sem sentido. Pois o que envolve Teu Filho e o conserva em segurança é o Próprio Amor. Não existe nenhuma Fonte a não ser esta e não existe nada que não compartilhe a santidade dela; nada que fique fora do alcance de Tua criação única ou sem o Amor que contém todas as coisas em si mesmo. Pai, Teu Filho é igual a Ti mesmo. Hoje, vimos a Ti em Teu Próprio Nome para ficar em paz no Teu Amor eterno.

2. Meus irmãos, juntem-se a mim hoje. Esta é a prece da salvação. Não temos de nos unir naquilo que salvará o mundo junto conosco?

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 264

"Qualquer coisa que acredites ser boa, valiosa e pela qual valha a pena lutar neste mundo pode te ferir, e o fará. Não porque tenha o poder de ferir, mas apenas porque negaste que ela é só uma ilusão e a tornaste real. E ela é real para ti. Ela não é [mais só um] nada. E, por meio da realidade percebida nela, entra todo o mundo de ilusões doentias. Toda a crença no pecado, no poder do ataque, em ferimento e dano, em sacrifício e morte, vem a ti. Pois ninguém pode tornar uma ilusão real e, ao mesmo tempo, escapar das outras. Pois quem pode escolher manter aquelas que prefere e encontrar a segurança que só a verdade pode oferecer? Quem pode acreditar que as ilusões são todas iguais e, ao mesmo tempo, afirmar que uma delas é melhor?" [T.26.VI.1:1-9]

Voltemos mais uma vez nossa atenção para o texto acima, ponto de partida para o comentário a esta mesma lição anteriormente. Texto que pode se revelar de grande utilidade para nos convencermos de que a ideia que praticamos hoje é a que deve ser cultivada para que nos libertemos de quaisquer temores em nossa vida, na experiência aparente da forma e dos sentidos. 

Wayne Dyer, em um de seus livros, afirma que não se pode acreditar em Deus e ter medo ao mesmo tempo. Ou vivemos a partir de nossa fé e sabemos interiormente que nada nos pode ferir a não ser nossos próprios pensamentos, ou estaremos vivendo uma vida dissociada daquilo que somos. Uma vida que se deixa orientar e dirigir pelas impressões e interpretações que o ego - o falso eu - e seu sistema de pensamento, orientado apenas pelos sentidos, nos oferecem como forma de ver-perceber o mundo. 

Talvez seja por isso que Jesus chegou a afirmar em seu tempo, a respeito de seus discípulos, que eram homens de pouca fé. Pois, apesar de verem, não viam e, apesar de ouvirem, não ouviam. Assim como a grande maioria de nós até hoje.

Hazrat Inayat Khan diz que o objetivo da vida é alcançar o espírito. E que alcançar o espírito não é apenas adquirir conhecimento ou sabedoria; é o apetite da alma; e que virá o dia na vida de uma pessoa em que ela sentirá o apetite da alma mais do que qualquer outro apetite.

Diz ele ainda hão haver dúvida de que toda alma [no sentido de toda pessoa, todo ser] tem um anseio inconsciente pela satisfação do apetite da alma, mas que, ao mesmo tempo, nossa absorção na vida diária nos mantém tão ocupados que não temos tempo para prestar atenção ao apetite da alma. E é exatamente a isto que se refere o texto que abre este comentário, que se refere a nos deixarmos envolver pelo mundo do ego e a esquecermos de nos abrir à ideia que o Curso nos oferece para as práticas como forma de neutralizar a insanidade de buscar satisfação em mundo que não pode oferecer nada de verdadeiro e de duradouro.

Como eu disse antes, se voltarmos nossa atenção para a ideia que praticamos, acreditando na verdade que ela expressa, isto é, se acreditamos que o que nos envolve é o Amor de Deus, podemos, com certeza, abrir mão de todas as ilusões que o sistema de pensamento do ego nos oferece, como alternativas à alegria infinita que Deus quer para nós.

Tudo no mundo da ilusão, repetindo parte dos comentários do passado,  é equivalente a nada no mundo real. Então, só precisamos abandonar toda e qualquer crença que nos diga que há alguma coisa que queiramos neste mundo para alcançarmos a paz e a alegria, que são nossa herança natural como filhos de Deus. E é por isso que a ideia para as práticas de hoje pode trazer luz a nossas vidas, ajudando-nos a fazer novas escolhas. 

A partir das práticas de hoje já não vamos mais poder acreditar que alguma coisa diferente da alegria e da paz perfeitas possa se apresentar a nós. Pois a lição de hoje nos oferece a certeza de que é só o Amor de Deus que nos envolve. E, se vemos e vivemos algo diferente da paz e da alegria completas, só pode ser porque ainda estamos nos recusando a reconhecer que a Vontade de Deus e a nossa própria vontade são uma só e a mesma.

Às práticas?


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