quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Aprendendo a abandonar a escolha do sofrimento


LIÇÃO 248

Qualquer coisa que sofra não faz parte de mim.

1. Eu rejeitei a verdade. Que eu seja agora igualmente honesto para rejeitar a falsidade. Qualquer coisa que sofra não faz parte de mim. Aquilo que se aflige não sou eu mesmo. Aquilo que sente dor é só uma ilusão em minha mente. Na realidade, aquilo que morre nunca viveu e apenas zomba da verdade acerca de mim mesmo. Agora renuncio a auto-conceitos e enganos e mentiras a respeito do Filho santo de Deus. Agora estou pronto para aceitá-lo de volta como Deus o criou e como ele é.

2. Pai, meu antigo amor por Ti volta e me permite amar também Teu Filho novamente. Pai, eu sou como Tu me criaste. Agora Teu Amor, e meu próprio amor, é lembrado. Agora compreendo que eles são o mesmo.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 248

Na exploração da ideia que vamos praticar hoje, vou me valer de partes de comentários feitos em anos anteriores, estendendo um pouco o raciocínio para ver se somos capazes de aprofundar a reflexão a respeito daquilo que o Curso quer que aprendamos com o pensamento que apresenta para nosso treino.

Como eu disse, então, as práticas para hoje devem ser feitas a partir de uma ideia muito interessante, a se considerar a forma como o mundo nos ensina. Isto é, desde muito pequenos fomos - somos e continuamos a ser de modo bastante insistente - ensinados que é preciso estudar muito, trabalhar muito, fazer muito sacrifício e suportar muito sofrimento para se chegar a algum lugar, para se obter algum sucesso, mesmo relativo na vida. Que se dirá, então, o que é necessário para se chegar à realização. Neste mundo.

E por que razão precisamos aprender isso? É, de fato, para se acreditar numa coisa dessas? E se houvesse outra forma de se chegar a algum lugar, de se alcançar o sucesso, que não envolvesse passar por qualquer tipo de sofrimento? Que não exigisse nenhum tipo de sacrifício? Ou que remetesse apenas às origens naturais e verdadeiras da palavra que vem de sagrado, de sacro (o)fício, isto é do fazer sagrado, que nada mais é do que nos voltarmos para a função que nos cabe neste mundo, a da salvação, que é viver no mundo a experiência da santidade, que nada mais é do que viver a partir da alegria completa e perfeita, a Vontade de Deus para nós?

Lembram-se de que em anos anteriores, ao comentar esta lição, separei algumas frases que fazem parte do repertório mais ou menos comum que recebemos de pessoas mais velhas, de professores, de pais, tios e avós, da sabedoria dita popular, ao longo de nossa jornada pela vida?

Ei-las aqui novamente para ilustrar as "sugestões" que recebemos de forma subliminar particular e de modo coletivo como modo de nos condicionarmos a aceitar a inevitabilidade do sofrimento: "O sofrimento é um mal necessário.", "Pau que nasce torto não tem jeito, morre torto.", "No pain, no gain.", que poderia ser traduzida como "Sem dor, não há crescimento." E há mais, não há amor sem sofrimento. A recompensa do amor é o sofrimento... e tantas outras. Acho que seria um bom exercício garimpar em nossa experiência este tipo de frase, para aprender a neutralizá-la, para varrê-las todas de nosso repertório.

Então, bem de acordo com o que nos ensina o Curso, e lembrando-nos de que "hipnose é sugestão aceita" ou "... é repetição, repetição, repetição", o que vocês acham que as frases que selecionei acima e outras, que ouvimos à exaustão, fazem com nossa mente? Ou o que vocês pensam que os publicitários têm em mente quanto produzem suas propagandas e as repetem milhares e milhares de vezes, repetindo a pergunta que fiz também em anos passados?

E repito uma vez mais a postagem de uma amiga no facebook que tem a ver com a ideia que praticamos hoje e diz o seguinte:

 "a única maneira de fluir com a vida, sem criar tensão, dores e sofrimentos (desnecessários), é aceitar tudo o que a vida nos dá, com profunda gratidão, pois tudo é como deve ser! Esta atitude, por si só, elimina qualquer sofrimento ou decepção..." 

Isto é estar inteiro e ter fé no amor infinito que cria a vida e que sempre conspira a nosso favor.

Assim, podemos aprender que tudo aquilo que sofre é apenas parte da ilusão do falso eu, o ego do Curso, com quem nos identificamos, mas que não é o que somos de verdade. Uma historinha a respeito de Sai Baba, contada por Wayne Dyer em um de seus livros, pode ilustrar melhor isto de que falamos. 

Diz ele, a certa altura, que uma amiga sua, que visitou por uma semana o ashram de Sai Baba, na Índia, ao voltar, escreveu a Wayne, dizendo-lhe ter ficado mortificada de ver Sai Baba em uma cadeira de rodas em razão de múltiplas fraturas em sua bacia. Dizia-lhe na carta que, de acordo com os médicos, nenhum corpo humano normal poderia sobreviver a tal agonia física. Mas Sai Baba permanecia pleno de bênçãos e completamente livre de sua condição física.

Continuando, ela contou que um devoto de Sai Baba lhe perguntou como é que um ser realizado em Deus, iluminado como ele tinha de passar pelo sofrimento físico. Por que ele não curava a si mesmo? E Sai Baba respondeu ao devoto:

Minha vida é minha mensagem. As pessoas, hoje, precisam aprender a abandonar o apego ao corpo e experimentar sua divindade interior. A dor é um fenômeno natural. Mas o sofrimento é uma "escolha". Eu não sofro, uma vez que eu não sou o corpo. 

O sofrimento só existe a partir do ego, este falso eu que pensamos ser. O sofrimento é uma escolha daqueles de nós que acreditam ser corpos, que acreditam na separação, na carência, na escassez, na falta e em tudo o que nos distancia de Deus, e do poder que é nossa herança de filhos. É daí que vem a necessidade das práticas. Para nos lembrarmos de nossa origem divina. Para voltarmos a experimentá-la no dia-a-dia.

Às práticas?

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