terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Não há um estado diferente do que vivemos agora


LIÇÃO 22

O que vejo é uma forma de vingança.

1. A ideia de hoje descreve de forma precisa o modo com que tem de ver o mundo uma pessoa que alimente pensamentos de ataque em sua mente. Ao projetar sua raiva no mundo, ela vê a vingança prestes a cair sobre si. Seu próprio ataque é percebido, assim, como auto-defesa. Isto se torna um círculo vicioso crescente até ela estar disposta a mudar seu modo de ver. Caso contrário, pensamentos de ataque e de contra-ataque a perturbarão e povoarão o mundo inteiro. Que paz de espírito é possível para ela, então?

2. É desta fantasia cruel que queres escapar. Ouvir que isto não é verdade, não é uma boa notícia? Descobrir que podes escapar não é uma descoberta feliz? Tu construíste aquilo que queres destruir; todas as coisas que odeias e queres atacar e matar. Tudo aquilo de que tens medo não existe.

3. Olha para o mundo ao teu redor pelo menos cinco vezes hoje por, no mínimo, um minuto a cada vez. Enquanto teus olhos se moverem lentamente de um objeto para outro, de um corpo para outro, dize a ti mesmo:

Eu vejo apenas o perecível.
Eu não vejo nada que vá durar.
O que vejo não é real.
O que vejo é uma forma de vingança.

Ao final de cada período de prática, pergunta a ti mesmo:

Este é o mundo que realmente quero ver?

A resposta certamente é óbvia.

*

COMENTÁRIO:

Para explorar a Lição 22, nesta terça-feira, dia 22 de janeiro, vou me valer, entre outros, do comentário que fiz neste espaço em 2009, quando estava apenas começando e quando os comentários e o blogue ainda não tinham a forma que têm hoje. Que lhes parece? Estão dispostos a voltar no tempo - que não existe - e trazer à luz aquilo de que se falou para, quem sabe, começarmos a praticar ver as coisas de modo diferente?

"O que vejo é uma forma de vingança."

O Curso pede:

Olha para o mundo ao teu redor pelo menos cinco vezes hoje por, no mínimo, um minuto a cada vez. Enquanto teus olhos se moverem lentamente de um objeto para outro, de um corpo para outro, dize a ti mesmo:

Eu vejo apenas o perecível.
Eu não vejo nada que vá durar.
O que vejo não é real.
O que vejo é uma forma de vingança.

Como se dá este tipo de visão?

É óbvio que, sem o conhecimento de que nossos pensamentos não significam coisa alguma, pensamos poder atribuir a eles, e ao que vemos a partir deles, todo o significado que têm para nós. E é óbvio também que o fazemos. E, porque acreditamos que é só deste modo que o mundo funciona, acreditamos também que é só assim que podemos agir. Projetando nossos pensamentos sobre o mundo e vendo-os se materializarem do jeito que queremos. Ou pensamos querer.

O que vejo é uma forma de vingança.

Ou não é isso que nos leva a dizer: "Bem feito! Eu bem que avisei que era isso que ia acontecer.", quando alguém a quem demos um conselho, ou uma opinião, e que se recusou a nos ouvir, se dá mal? Isso não um ataque?

A lição diz:

A ideia de hoje descreve de forma precisa o modo com que tem de ver o mundo uma pessoa que alimente pensamentos de ataque em sua mente. Ao projetar sua raiva no mundo, ela vê a vingança prestes a cair sobre si. Seu próprio ataque é percebido, assim, como auto-defesa. Isto se torna um círculo vicioso crescente até ela estar disposta a mudar seu modo de ver. Caso contrário, pensamentos de ataque e de contra-ataque a perturbarão e povoarão o mundo inteiro. Que paz de espírito é possível para ela, então?

Lembram-se do que eu disse no ano passado?

Por que razão vocês imaginam que insistimos tanto em manter um ponto de vista, uma forma de pensar que nos foi ensinada e que só faz impedir que vivamos a paz de espírito que nos colocaria de forma permanente no céu? De que imaginam que temos de nos vingar? Do passado? Do futuro? De maus tratos que sofremos na infância, na adolescência ou mais tarde, após nos termos tornado adultos, quando embarcamos na viagem a que estamos todos destinados como responsáveis por nós mesmos, pela nossa própria manutenção e sustento em um mundo absolutamente competitivo, que não pode dar lugar à alegria, à atenção e cuidado para com o outro, sob pena de termos nosso tapete "puxado", ou de sermos taxados de bobos, ingênuos e outros adjetivos similares?

Como eu disse em 2009, a "mudança" necessária para que vejamos o mundo de forma diferente não é um estado para ser obtido, ou perseguido e alcançado em muitas vidas. No tempo. Pode-se [é possível!] consegui-la instantânea e imediatamente. Num piscar de olhos.Ela depende apenas de uma decisão. Depende de se buscar um estado de atenção permanente a nós mesmos. Ao que somos e ao que vivemos, e ao que criamos a partir do que somos, ou seja, a partir do estado de atenção. Ao que sentimos em nosso contato particular com o mundo que criamos e recriamos a cada instante, a cada nova informação, a cada experiência nova. É um estado de "iluminação" constante e permanente que se pode, sim, alcançar pela consciência de que não existe um estado diferente daquele que vivemos agora.

O que vejo é uma forma de vingança.

Enquanto não escolhermos e decidirmos, de fato, ver de modo diferente, o que o mundo vai nos mostrar é apenas uma forma de vingança, que justifique e devolva o ataque que fazemos. Um ataque que pensamos fazer a outro(s) mas que, na verdade, só fazemos a nós mesmos.


Aproveitando ainda parte do que eu disse no ano passado: quando iremos aprender que esta guerra absurda e inconsequente que travamos - uns mais outros menos - contra o mundo é apenas reflexo de conflitos interiores, resultantes de nossa não-aceitação do papel que nos cabe como filhos de Deus?

E o Curso ensina:

É desta fantasia cruel que queres escapar. Ouvir que isto não é verdade, não é uma boa notícia? Descobrir que podes escapar não é uma descoberta feliz? Tu construíste aquilo que queres destruir; todas as coisas que odeias e queres atacar e matar. Tudo aquilo de que tens medo não existe.

Por isso precisamos olhar para o mundo e, atentos, aplicar a ideia a cada coisa que vemos, questionando-nos, depois de declarar que o que vemos não é real e que é apenas uma forma de vingança, como a lição aconselha:

Este é o mundo que realmente quero ver?


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