quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Há que ser o mais honesto possível nas práticas


LIÇÃO 24

Eu não percebo meus maiores interesses.

1. Não percebes claramente que resultado te faria feliz em nenhuma situação que surja. Por isto, tu não tens nenhum guia para a ação apropriada e nenhum modo de julgar o resultado. O que fazes é determinado por tua percepção da situação e essa percepção está errada. É inevitável, então, que não vás atender a teus maiores interesses. No entanto, eles são tua única meta em qualquer situação percebida de modo correto. De outra forma, não reconhecerás quais são eles.

2. Se te desses conta de que não percebes teus maiores interesses, poder-se-ia ensinar-te quais são eles. Mas, diante de tua convicção de que sabes quais são eles, não podes aprender. A ideia para hoje é um passo na direção da abertura de tua mente a fim de que o aprendizado possa começar.

3. Os exercícios para hoje pedem muito mais honestidade do que estás acostumado a usar. Alguns poucos sujeitos, considerados honesta e cuidadosamente em cada um dos cinco períodos de prática que devem ser empreendidos hoje, serão mais úteis do que um exame mais superficial de um número grande deles. Sugere-se dois minutos para cada um dos períodos de exame mental que os exercícios envolvem.

4. Os períodos de prática devem começar com a repetição da ideia de hoje, de olhos fechados, seguida pelo exame mental em busca de situações não resolvidas acerca das quais estejas preocupado atualmente. A ênfase deve estar em descobrir o resultado que queres. Rápido perceberás com clareza que tens em mente várias metas como parte do resultado desejado e também que essas metas estão em níveis diferentes e que, muitas vezes, são antagônicas.

5. Ao aplicares a ideia para hoje, cita cada situação que te ocorrer e depois lista cuidadosamente o maior número possível de metas que gostarias que fossem alcançadas na sua resolução. A forma de cada aplicação deve ser mais ou menos a seguinte:

Na situação que envolve _________, eu gostaria que ________
acontecesse, e que __________ acontecesse,

e assim por diante. Tenta incluir tantos tipos diferentes de resultado quantos realmente possam te ocorrer, mesmo que alguns deles não pareçam estar diretamente relacionados à situação ou que nem mesmo pertençam a ela de forma alguma.

6. Se estes exercícios forem feitos de modo correto, reconhecerás rapidamente que fazes um grande número de exigências da situação, que não têm nada a ver com ela. Também reconhecerás que muitas de tuas metas são contraditórias, que não tens nenhum resultado harmonioso em mente, e que terás de te frustrar em relação a algumas de tuas metas independentemente de como a situação se resolva.

7. Depois de examinares a lista do maior número possível de metas almejadas para cada situação não resolvida que passar por tua mente, dize a ti mesmo:

Eu não percebo meus maiores interesses.

e passa para a seguinte.

*

COMENTÁRIO:

Continuemos a analisar de forma aberta as possibilidades que nos oferecem dia a dia as lições que o Curso no traz. Nesta quinta-feira, dia 24 de janeiro vamos explorar a LIÇÃO 24. 


"Eu não percebo meus maiores interesses."

E muita atenção:


Os exercícios para hoje pedem muito mais honestidade do que estás acostumado a usar. Alguns poucos sujeitos, considerados honesta e cuidadosamente em cada um dos cinco períodos de prática que devem ser empreendidos hoje, serão mais úteis do que um exame mais superficial de um número grande deles. Sugere-se dois minutos para cada um dos períodos de exame mental que os exercícios envolvem.

Desde o início de nossas práticas, neste ano, com os primeiros comentários traduzidos daqueles feitos por Tara Singh em um de seus livros, fomos informados da necessidade de sermos principalmente honestos em relação a nós mesmos e a nossa forma de ver o mundo. Só a partir da decisão de sermos absolutamente honestos é que podemos, de fato, como diz a lição de hoje, começar o processo de aprendizado.

A lição começa por dizer:


Não percebes claramente que resultado te faria feliz em nenhuma situação que surja. Por isto, tu não tens nenhum guia para a ação apropriada e nenhum modo de julgar o resultado. O que fazes é determinado por tua percepção da situação e essa percepção está errada. É inevitável, então, que não vás atender a teus maiores interesses. No entanto, eles são tua única meta em qualquer situação percebida de modo correto. De outra forma, não reconhecerás quais são eles.

É isto que precisamos reconhecer e aceitar como parte da decisão de ver as coisas de modo diferente. Não podemos nos enganar, fingindo que sabemos o que não sabemos. Se vocês estiverem lembrados, no ano passado relacionei a ideia para as práticas com nossa tentativa equivocada muitas vezes de acrescentar mais líquido em uma taça cheia.

Isso não é possível! 

Para se colocar líquido novo em uma taça é preciso esvaziá-la antes. É aí que mora a relação entre a ideia de hoje e nosso modo de pensar. Por pensarmos saber o que queremos, não estamos abertos a reconhecer que não temos a menor ideia do que seria melhor para nós em praticamente nenhuma das situações com que nos defrontamos. 

É em razão disso que o Curso diz:


Se te desses conta de que não percebes teus maiores interesses, poder-se-ia ensinar-te quais são eles. Mas, diante de tua convicção de que sabes quais são eles, não podes aprender. A ideia para hoje é um passo na direção da abertura de tua mente a fim de que o aprendizado possa começar.

E é também em razão disso que a lição nos pede toda a honestidade de que somos capazes. Ou, pelo menos, muito mais honestidade do que estamos habituados a usar para reconhecer o que estamos vendo, ou o que estamos sentindo.

Em geral, temos vergonha de reconhecer que não sabemos o que fazer em determinadas situações. Ficamos embaraçados e nem queremos falar a respeito de determinadas coisas. Que dirá reconhecer que, em praticamente todas as situações:


Eu não percebo meus maiores interesses.

E que dizer, então,  de reconhecer e aceitar que todas as situações que se apresentam a nossa experiência são sempre a materialização de escolhas que fizemos?

Como costumo dizer, em consonância com o ensinamento do Curso, acredito, quando uma situação qualquer se apresenta a nossa experiência, precisamos em primeiro lugar reconhecer a responsabilidade que nos cabe nela. Isto é, precisamos lidar com ela, sabendo que ela só se apresentou porque a pedimos. Não podemos resistir a ela. Isso fará com que ela continue a nos afastar da alegria, se se apresentou de um modo que não nos põe em contato direto com a alegria.

O que fazer então, se...?


Eu não percebo meus maiores interesses.

Reconhecer que a situação é uma escolha equivocada que fizemos é o primeiro passo para mudar. Em seguida, é preciso aceitar, acolher a situação e, depois, agradecer por ela se ter apresentado da forma como se apresentou. Só então é que podemos fazer uma nova escolha, quando é o caso. Mas, como podemos intuir a partir do que a lição de hoje nos diz, ao fazermos nossa escolha, precisamos ter em mente que, quase nunca, sabemos quais são nosso maiores interesses. Para buscarmos a sintonia com o divino em nós, a razão, a Voz por Deus, entregando-nos e entregando nossa escolha ao Espírito e aceitando o que quer se apresente, entendendo que, seja o que for que aconteça, o que acontecer "é a única coisa que poderia ter acontecido". E temos de ser gratos por isso.


Eu não percebo meus maiores interesses.  

Repetindo, as práticas que o Curso nos oferece são a melhor maneira que temos para aprender a reconhecer que não sabemos nada. São a melhor ajuda que podemos encontrar para abrir nossa mente para a mudança. Uma mudança que vai nos ensinar de que modo abrir mão da necessidade de ter razão e de "bater o pé", acreditando que sabemos o que é melhor para nós. São as práticas que vão nos ensinar quão libertador é abrir mão do controle.

Assim como nos ensinam a reconhecer que não sabemos, de fato, como escolher o melhor para nós em quase nenhuma ocasião, as práticas nos ensinam também a aceitar o resultado que vai se mostrar a nós a partir de nossa decisão de deixar a cargo do Espírito Santo a escolha do que vai nos fazer felizes e nos devolver à alegria, que é a Vontade de Deus para nós.

Reconhecer que não sabemos, como já dissemos várias vezes antes, é o primeiro passo para começar a esvaziar a taça, para permitir que ela volte a se encher, para se esvaziar de novo, se encher mais uma vez e novamente se esvaziar... Na verdade, quanto mais esvaziarmos a taça de nossa mente da pretensa sabedoria, tanto mais seremos capazes de enchê-la com o novo, com a sabedoria indizível, que não precisa de palavras para ser vista, percebida e reconhecida.


3 comentários:

  1. Moises, quando fiz ontem os exercícios e constatei que era eu que criava aquela situação de ataque e, portanto, só eu poderia dissolvê-la, senti um grande alívio. Meus pensamentos modificaram-se e parei de "ruminar" sobre a questão. O mais incrível foi que , ao longo do dia, o problema foi resolvido naturalmente, sem a minha interferência e de maneira que não imaginava.Abraços e bom dia.

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    1. É isso que acontece normalmente quando deixamos de lado alguma coisa que vimos ou vemos como problema, Cida.

      É isso também que significa "entregar", como ensina o Curso. Isto é, quando abandonamos nosso apego ao problema, a uma situação ou pessoa e os deixamos a cargo do Espírito Santo em nós, tudo se resolve sempre da melhor maneira possível.

      Isso significa simplesmente reconhecer a verdade a respeito do mundo, do que vemos, de nossas percepções todas e dos pensamentos que temos, que as lições trazem. A partir daí, tudo fica mais fácil.

      Abraços. Bom dia para você também e obrigado por comentar.

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  2. Ao passar pelas práticas hoje pela manhã, a lição me fez refletir no seguinte:

    1º - A partir do original que diz: I do not perceive my own best interests, poderíamos traduzir a ideia para as práticas literalmente como: Eu não percebo meus próprios e melhores interesses.

    2º - É um função do que diz a lição sobre nossa falta de disposição para reconhecer que não sabemos, que fica difícil aprendermos ou aceitarmos como verdadeira a ideia que praticamos.

    E é por isso também que somos capazes, muitas vezes, em muitas circunstâncias, de dizer: "Eu sei o que é melhor para mim".

    Mais sério é quando, em razão dessa crença equivocada, desenvolvemos uma arrogância e uma prepotência, que não tem nada a ver com a humildade natural do ser que, na verdade, é a essência do que somos, e dizemos: "Eu sei o que é o melhor para o mundo inteiro".

    Que resultado esperas das situações que estão presentes em tua mente?

    Os problemas e questões que ocupam teus dias devem ser trazidos à luz, à consciência, bem como seus resultados. Isto é, aqueles resultados que esperamos que se apresentem a partir do movimento das escolhas que fazemos e das ações que realizamos com forma de atender ou buscar resolver tais problemas e questões.

    Em geral, como a lição diz, pensamos em mais de um resultado para cada questão e tememos alguns deles, porque vislumbramos dor e sofrimento caso se concretizem.

    É como nos submetermos ao vestibular, escolhendo, por exemplo, Medicina como o curso desejado para a realização de tudo o que sonhamos, mas colocando como uma segunda opção, Filosofia ou Matemática, por não nos acreditarmos "bons" o suficiente para a aprovação no curso de nossos sonhos.

    Ou mantermos um relacionamento com alguém a quem não amamos com todo o amor de que somos capazes, apenas por acreditarmos que não exista alguém que seja capaz de nos oferecer a realização amorosa, ou porque não nos acreditamos merecedores de nada mais do que temos com a pessoa com quem estamos. Ou por pena da pessoa que, aparentemente, nos ama tanto. Por receio de fazê-la sofrer. Ou por comodismo, para não mudarmos os hábitos e rotinas que desenvolvemos nessa relação. Embora em nenhum momento estejamos inteiramente satisfeitos ou alegres com ela.

    E também quando nos acomodamos profissionalmente em um cargo ou em um emprego que não nos dá a menor satisfação, que não nos dá nenhuma alegria, exigindo, em contrapartida, um grande esforço, somente porque o salário é compensador e temos medo de mudar ou procurar algo que nos ponha em contato com a alegria de ser o que somos, fazendo do que fazemos, porque nos habituamos às recompensas materiais do cargo ou da ocupação que temos.

    Acho que vale incluir isto nas práticas também.

    Abraços a todos.

    Paz e bem!

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