terça-feira, 30 de outubro de 2012

Atenção, dedicação e uma vontade consciente


LIÇÃO 304

Que meu mundo não esconda a visão de Cristo.

1. Eu posso esconder minha visão sagrada, se impuser meu mundo a ela. E também não posso ver as cenas sagradas para as quais Cristo olha, a menos que utilize Sua visão. A percepção é um espelho, não um fato. E aquilo para que olho é meu estado de espírito projetado para fora. Eu quero abençoar o mundo olhando para ele com os olhos de Cristo. E olharei para os sinais infalíveis de que todos os meus pecados foram perdoados.

2. Tu me conduzes das trevas para a luz, do pecado à santidade. Permite que eu perdoe e, assim, receba a salvação para o mundo. A salvação é Tua dádiva, meu Pai, dada a mim para eu oferecer a Teu Filho santo, a fim de que eu possa encontrar novamente a memória de Ti e de Teu Filho tal qual Tu o criaste.

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COMENTÁRIO:

Nesta terça-feira, dia 30 de outubro, a ideia que vamos praticar nos oferece a possibilidade de trazermos à consciência o fato de que somos nós mesmos que escondemos a visão de Cristo, e de que, ao fazer, isso nos escondemos dela também.

Eu perguntei, nos comentário desta lição nos dois últimos anos, por que precisamos das práticas? Ora, a resposta, repetindo, não pode ser mais óbvia. Aliás nossas maiores dificuldades, em geral, estão sempre relacionadas à aceitação do óbvio, não é mesmo?

Voltando, então, à pergunta e a sua resposta. Eu diria - e disse - que precisamos das práticas porque, a maior parte do tempo, estamos distraídos de nós mesmos. Acreditamos ser algo que não somos. Acreditarmo-nos separados de Deus e, por consequência do divino em nós mesmos. Deixamo-nos enganar a maior parte do tempo pela percepção, considerando-a o instrumento adequado para olhar para o mundo. Para ver a realidade do e no mundo.

Ainda como parte da resposta, eu dizia que as as práticas são necessários para que possamos reaprender, ou para lembrar, que o que vemos fora de nós é apenas o reflexo daquilo que trazemos dentro. Pois, como a lição diz: "a percepção é um espelho, não um fato".

Ora, saber disso é que nos permite aprender, reconhecer e aceitar que, quando não gostamos do que vemos fora, a única coisa a se mudar é nossa maneira de olhar. Para tanto, precisamos recorrer ao que há de mais profundo e verdadeiro em nós, e que só podemos alcançar no silêncio. Aquietando a mente, para que o espírito possa se manifestar em nós. Abrindo-nos a ele para permitir que ele nos sirva de guia.

Por fim, é preciso dizer mais uma vez que as práticas são necessárias porque aprender qualquer coisa, seja dirigir um carro, seja tocar um instrumento, seja nadar, andar de bicicleta, ou falar uma língua estrangeiro, exige atenção, dedicação e uma vontade consciente. Nossa percepção é muito volúvel e se distrai facilmente. Passa de um objeto a outro em um tempo mais curto do que um piscar de olhos.

Em meio a vários erros e acertos, o começo de qualquer aprendizado não parece muito divertido. Principalmente se considerarmos que o falso eu - o ego, para o Curso, que é uma imagem que temos de nós, que não é, na verdade, o que somos - vai tentar de todas as formas interferir para nos distrair e afastar daquilo que ele vê como uma ameaça a sua existência: a tomada de consciência de que não precisamos nos submeter a seus desejos baseados na percepção.


Uma vez vez dominada a técnica, no entanto, aprendidos os movimentos e princípios básicos, automatizados os procedimentos, podemos começar a relaxar e a perceber quão divertido é [pode ser] o resultado do aprendizado. Quanta alegria, quanta paz e quanta serenidade podemos experimentar. Podemos começar a desfrutar do prazer e da alegria que resultaram de nossos esforços e de nossa atenção iniciais.

Uma vida espiritual, isto é, uma vida que inclua o contato com algo mais do que apenas o corpo e os órgãos dos sentidos, que inclua o contato com o Espírito Santo, com o divino em nós, também exige dedicação, esforço e atenção iniciais. Como eu disse antes, para se conhecer Deus, ou para se chegar ao autoconhecimento, é preciso investir o mesmo tempo e as mesmas táticas que empregamos quando queremos conhecer melhor uma pessoa por quem nos interessamos, com quem queremos passar mais tempo, depois de a termos conhecido superficialmente.


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